João Mazzi,
um dos membros do
Clube das Terças é fã de carteirinha do
saxofonista Benny Golson. Melhor seria, pois, encarregá-lo de falar do som que esse
Tiranossauro rex do jazz consegue tirar do seu instrumento. Arrisco-me a não fazer jus às expectativas
mazzianas, mesmo porque eu não sou lá tão entendido dos detalhes que envolvem a composição, o arranjo e a performance do músico. Mas, que mais posso eu fazer quando estou cá eu ouvindo o tema
Five Spot after dark interpretado pelo
Benny Golson/Art Farmer jazztet? Aliás, eu estou ouvindo a caixa
Benny Carter/Art Farmer: The complete Argo/Mercury sessions que contém sete cds. O que interessa: o sopro do homem: como no caso de seu xará
Benny Carter, é possível perceber aquele som encorpado e melódico que dominava os anos quarenta mas impõe uma boa dose de vigor e versatilidade em seus solos (podemos comparar a um bom
Merlot - daqueles que guardam um pouco da madeira e conseguem não sucumbir à excessiva doçura). Eis um fato: o som de
Golson se casa perfeitamente com o de
Farmer. Ouvir o trompetista e flueghelhornista solando
I remember Clifford é um momento que nos força ao recolhimento e a sentir uma profunda e doce saudade daqueles bons momentos que, às vezes, acontecem em nossas vidas.
Clifford Brown merece. É, para mim, uma das mais belas baladas que circulam nesse mundinho cão. Fico por aqui, numa esquina qualquer de
Chicago, sob a tutela de
Killer Joe. Tchaus.
5 comentários:
Nada como um contra-cheque ao fim do mês para recuperar a poesia que existe em você ...
Parabéns pela resenha. Só faltou o nome do vinho.
JL
Atualmente o cheque está contra mim. Quanto ao vinho: é um encontro, mais do que uma busca. O sabor da Merlot que citei, já não me lembro da garrafa.
Olha, tô com Lester: que o olerit dá uma oxigenada na veia poética, isso dá.
O problema é a falta de olerit que me assola.
vinicius, a série é excelente e barata. no primeiro mundo é vendida a 4 euros.
mergulhe de cabeça.
John Lester
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