Bernardo nasceu em Lisboa em Junho de 1970. Iniciou os seus estudos de piano clássico aos nove anos e, mais tarde, frequenta a Academia dos Amadores de Música. Dedicou-se ao Jazz, estudando com Zé Eduardo, Horace Parlan e Sir Roland Hanna. Aos 17 anos inicia a carreira profissional, participando de concertos e tocando em clubes locais, além de constar em inúmeros festivais, shows e gravações, acompanhando músicos como Al Grey, Art Farmer, Kenny Wheeler, Freddie Hubbard, Benny Golson, Curtis Fuller, Eddie Henderson e Charles McPherson. Em 1994 grava seu primeiro álbum como líder, Salsetti, para a Movieplay, com a aprticipação de Paquito D'Rivera. Ainda na década de 1990 passa a integrar a United Nations Orchestra e o quinteto de Guy Barker, com o qual grava o álbum Into the blue, para a Verve. Em 1997, também com Guy Barker, grava What Love is, acompanhado pela London Philarmonic Orchestra. Em 2002 grava o álbum Nocturno, para a Clean Feed, recebendo o 1º Prêmio Carlos Paredes. Além de excelente pianista, Bernardo destaca-se também como compositor, associando à sua formação clássica elementos folclóricos de Portugal, Brasil e África em peças como as suítes Ecos de África, Sons do Brasil, Mundos, Fragments (Of Cinematic Illusion), Entropé (para piano e orquestra) e 4 Movimentos Soltos (para piano, vibrafone, marimba e orquestra). Igualmente importante são suas diversas composições para o cinema, entre elas a realizada para o filme The Talented Mr. Ripley, de Anthony Minguella. Atualmente Bernardo vem atuando regularmente com seu trio, formado por Carlos Barretto (b) e Alexandre Frazao (d), ou em duo com o pianista Mário Laginha. Ouça aqui a faixa Monkais , em óbvia homenagem, retirada do álbum Nocturno, com Carlos (b) e Alexandre (d). Apesar disso, o nome Bernardo Sassetti permanece absolutamente desconhecido do grande público de jazz norte-americano, embora já tenha sido ouvido ao lado de grandes músicos do jazz e em trilhas sonoras de sucesso. Afastando-se das primeiras influências rítmicas fortemente percussivas das músicas africana e brasileira, em Nocturno Bernardo passa a investigar com mais vagar os aspectos melódicos e harmônicos de seus instrumento, no que é francamente favorecido pela sólida formação clássica. As noções de pausa e silêncio, antes administradas burocraticamente, recebem agora atenção cuidadosa, do que resulta uma tensão especialmente sedutora, além de composições mais inventivas melodicamente que, necessariamente, nos remetem a Chopin ou Satie. Gravado na residência e com o instrumento da formidável pianista Maria João Pires, Nocturno estabelece com nítidez os dissimulados contornos da noite, como que descritos com o auxílio de amigos como Bill Evans, Keith Jarrett ou Horace Parlan, este último um dos professores do bardo. Dignas de nota são as atuações dos excelentes Carlos Barretto e Alexandre Frazao, acompanhantes precisos e estimulantes. Boa audição.
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05/12/2009
11/01/2009
Jazz Covers

22/07/2006
Não há caos sem disciplina
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A característica mais marcante do free jazz é não possuir nenhuma característica marcante. Pegue todos os músicos que criaram e produziram música nesse estilo e tente enumerar ao menos uma. Podemos tentar dizer que quase todos os músicos desse estilo pregavam a liberdade musical absoluta: na verdade isso nunca ocorreu. Toda obra do free jazz possuía e ainda possui uma cota mínima de ordem e disciplina. Somente muitos anos mais tarde, com o que veio a se denominar free improvisation, é que algo dessa natureza foi tentado. Ainda assim, alguns limites mínimos à liberdade persistem, ditando a elaboração daquilo que se costuma chamar de game rules. Ou seja, John Zorn e alguns outros concluíram que, para se atingir o caos, precisamos de severa disciplina. Apesar da aparente liberdade que a música de Julius Hemphill possa nos transmitir, há nela uma lógica rígida e bastante coerente: esse compositor e mestre do sopro conseguiu evoluir dentro do intrigante mundo da liberdade vigiada, associando ao passado recente um conjunto de propostas novas, onde as regras do jogo poderiam, elas mesmas, ser alteradas durante o desenrolar do jogo. Coisa de gênio? Sim, acredito que Julius representa uma parcela considerável daquilo que melhor se produziu na esteira do free jazz.
Infelizmente nos deixou muito novo, com tanto fôlego para criar e tantas idéias por conceber. Numa singela homenagem, deixamos ali no Jazzseen Salad – acima, à direita – uma pequena mostra do trabalho original desse gigante do free. A faixa The Hard Blues, composta por Julius, foi retirada do álbum The Hard Blues: Live In Lisbon, gravado em agosto de 2003, com Marty Ehrlich (ss, as), Sam Furnace (ss, as), Andy Laster (as), Aaron Stewart (ts), Alex Harding (bs). Boa audição!

Infelizmente nos deixou muito novo, com tanto fôlego para criar e tantas idéias por conceber. Numa singela homenagem, deixamos ali no Jazzseen Salad – acima, à direita – uma pequena mostra do trabalho original desse gigante do free. A faixa The Hard Blues, composta por Julius, foi retirada do álbum The Hard Blues: Live In Lisbon, gravado em agosto de 2003, com Marty Ehrlich (ss, as), Sam Furnace (ss, as), Andy Laster (as), Aaron Stewart (ts), Alex Harding (bs). Boa audição!
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