01/06/2006

Golson & Farmer

João Mazzi, um dos membros do Clube das Terças é fã de carteirinha do saxofonista Benny Golson. Melhor seria, pois, encarregá-lo de falar do som que esse Tiranossauro rex do jazz consegue tirar do seu instrumento. Arrisco-me a não fazer jus às expectativas mazzianas, mesmo porque eu não sou lá tão entendido dos detalhes que envolvem a composição, o arranjo e a performance do músico. Mas, que mais posso eu fazer quando estou cá eu ouvindo o tema Five Spot after dark interpretado pelo Benny Golson/Art Farmer jazztet? Aliás, eu estou ouvindo a caixa Benny Carter/Art Farmer: The complete Argo/Mercury sessions que contém sete cds. O que interessa: o sopro do homem: como no caso de seu xará Benny Carter, é possível perceber aquele som encorpado e melódico que dominava os anos quarenta mas impõe uma boa dose de vigor e versatilidade em seus solos (podemos comparar a um bom Merlot - daqueles que guardam um pouco da madeira e conseguem não sucumbir à excessiva doçura). Eis um fato: o som de Golson se casa perfeitamente com o de Farmer. Ouvir o trompetista e flueghelhornista solando I remember Clifford é um momento que nos força ao recolhimento e a sentir uma profunda e doce saudade daqueles bons momentos que, às vezes, acontecem em nossas vidas. Clifford Brown merece. É, para mim, uma das mais belas baladas que circulam nesse mundinho cão. Fico por aqui, numa esquina qualquer de Chicago, sob a tutela de Killer Joe. Tchaus.

5 comentários:

John Lester disse...

Nada como um contra-cheque ao fim do mês para recuperar a poesia que existe em você ...

Parabéns pela resenha. Só faltou o nome do vinho.

JL

Anônimo disse...

Atualmente o cheque está contra mim. Quanto ao vinho: é um encontro, mais do que uma busca. O sabor da Merlot que citei, já não me lembro da garrafa.

Anônimo disse...

Olha, tô com Lester: que o olerit dá uma oxigenada na veia poética, isso dá.

Anônimo disse...

O problema é a falta de olerit que me assola.

Anônimo disse...

vinicius, a série é excelente e barata. no primeiro mundo é vendida a 4 euros.

mergulhe de cabeça.

John Lester