.
Na década de 1980, quando ainda tinha meus quinze anos, costumava ir satisfeito ao Circo Voador, quando ele ainda ficava próximo às rochas do Arpoador, no Rio de Janeiro. Depois o circo musical foi para os lados dos Arcos da Lapa, sob a batuta de Perfeito Fortuna. Foi ali que vi Cássia Eller coçar a genitália ao vivo pela primeira vez. Foi também nesse espaço musical democrático que vi e ouvi pela primeira vez Hermeto Pascoal tirar sons estranhíssimos de panelas, brinquedos velhos, apitos e mangueiras de jardim. Confesso um certo atordoamento diante da imensa criatividade do mestre albino, talvez pela modernidade da coisa. Hoje, aos quarenta, percebo que meu atordoamento para esse tipo de experiência musical permanece inalterado: buscando em meus alfarrábios obras modernas para aplacar a fome dos amigos navegantes, pesquei um dvd de John Zorn, gravado em 2004 com o cantor performático Yamatsuka Eye, um japonês muito pouco ortodoxo. Não espere dele movimentos sutis e vozes milenarmente construídas em pacíficos campos de arroz. Na verdade, o pequeno trecho que disponibilizo no Cinema Jazzseen, acima à direita, é apenas um dos muitos projetos radicais desenvolvidos por John Zorn. Dessas experiências surge o Naked City, espécie de conjunto musical aberto a qualquer tribo: jazz, música judaica, rock pesado, tango e afoxé. Panelada por panelada, prefiro a do Hermeto. Contudo, havendo vodka em quantidades ilimitadas, eu até poderia encarar a panelada do Zorn. E você?
Na década de 1980, quando ainda tinha meus quinze anos, costumava ir satisfeito ao Circo Voador, quando ele ainda ficava próximo às rochas do Arpoador, no Rio de Janeiro. Depois o circo musical foi para os lados dos Arcos da Lapa, sob a batuta de Perfeito Fortuna. Foi ali que vi Cássia Eller coçar a genitália ao vivo pela primeira vez. Foi também nesse espaço musical democrático que vi e ouvi pela primeira vez Hermeto Pascoal tirar sons estranhíssimos de panelas, brinquedos velhos, apitos e mangueiras de jardim. Confesso um certo atordoamento diante da imensa criatividade do mestre albino, talvez pela modernidade da coisa. Hoje, aos quarenta, percebo que meu atordoamento para esse tipo de experiência musical permanece inalterado: buscando em meus alfarrábios obras modernas para aplacar a fome dos amigos navegantes, pesquei um dvd de John Zorn, gravado em 2004 com o cantor performático Yamatsuka Eye, um japonês muito pouco ortodoxo. Não espere dele movimentos sutis e vozes milenarmente construídas em pacíficos campos de arroz. Na verdade, o pequeno trecho que disponibilizo no Cinema Jazzseen, acima à direita, é apenas um dos muitos projetos radicais desenvolvidos por John Zorn. Dessas experiências surge o Naked City, espécie de conjunto musical aberto a qualquer tribo: jazz, música judaica, rock pesado, tango e afoxé. Panelada por panelada, prefiro a do Hermeto. Contudo, havendo vodka em quantidades ilimitadas, eu até poderia encarar a panelada do Zorn. E você?
6 comentários:
Horror!!!!!
Quem não é cego, é maluco...
VIXE!!!!!!
Eis a realidade. Isso faz parte dela.
O holocausto de Hiroshima e Nagasaki não é nada se comparado ao Yamatsuka. Fala sério!
Prefiro a buxaria alagoana,Lester!
Senti o mesmo diante da primeira vez que escutei o mestre Hermeto, em long plays, meu já querido (o carinho é pela excelência do blog. Obrigada!)John...isso eu contava com uns 12 anos. Demorei mais uns dez para apreciá-lo ao vivo e registro que, até hoje, nada me comoveucomove tanto quanto ele em termos de música. Coisas de fã, de fascinado/a.
Salve Deus-Hermeto!
Postar um comentário