Retornemos à velharada. Terça passada, eu ganhei um disco do meu amigo Pedro Nunes, escritor e fã do Deep Purple. E não foi de rock'n'roll. Trata-se do cd Blue and sentimental, de Ike Quebec, gravado em dezembro de 1961. Ao seu lado estão Grant Green, Paul Chambers, e Joe Jones, equipe de primeira linha (Sonny Clark e Louis Hayes participam da faixa Count every star). Façamos uma breve consideração sobre o modo de soprar de Ike: quando ele toca baladas (aqueles standards americanos, muitos derivados de musicais da Broadway) destila aquele sopro da velha-guarda (pré-bop) cheio de tremolos e que tais e propicia um clima melodramático (indicado pra dor de corno e adjacências). A coisa muda de figura quando os temas são especificamente jazzísticos: o sopro fica mais alegre - os resquícios r&b emprestam maior força à interpretação (apesar dos tremolos). Brincadeiras à parte, Ike Quebec é um grande improvisador e seu nome valoriza a constelação de astros jazzistas. Ouçam dois temas de sua autoria - Minor impulse e Like -, à disposição no Gramophone by Salsa.
2 comentários:
Mr.Salsa,
Hoje só deu Gramophone By You.Ouvi enciumado o Quebec(Pedro nunca me deu)bem hard a la Dexter, o Eddie Louis q vc me apresentou(tenho um material dele)o chato do polaco q ouviu muito Miles,o esperto Osby a la Dolphy, os jegues de Murray a la Mingus e Taylor, a apnéia de Paulo Russo e a grande lady O´Day q nos deixou aos 87: faça uma homenagem a ela para nós, os marmanjos. Tenho aquele bolachão do Petiford- vc tem o cd ?O Groove Holmes com Ammons me levantou da cadeira; sem comentários p/ Mobley, claro, e agradável o Teddy.Dez for you.
Apesar de ser um álbum de referência, também sinto essa pegada adocicada demais do Ike. Diria mais: adocicada e lenta, lenta demais. Gostaria de conhecer outros álbuns dele.
JL.
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