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Sempre antipático e carrancudo, nunca fui um sujeito de muitos amigos. Gosto de pessoas sensíveis, discretas, sinceras e, se possível, que sejam apaixonadas por arte e cultura, em particular por jazz e literatura. Jamais seria, portanto, um político de sucesso. Certamente, caso me candidatasse a vereador de São José do Calçado, teria, se tantos, um ou dois votos. Acredito que um desses votos seria o do amigo e escritor Pedro Nunes, um desses capixabas que me fizeram repensar e reformular minhas opiniões acerca do congo, do Deep Purple e da viola caipira. Com sua alma generosa, que de tão grande não suportou ficar calada e inerte dentro de si mesma, Pedro ilumina com sua pequena e brilhante estrela o universo imenso da internet: Tertúlia. Sozinho, como um Quixote subjugando moinhos reais, Pedro sonhou, idealizou, desenvolveu e concretizou o melhor projeto virtual sobre a literatura capixaba que eu conheço. Tertúlia, na verdade, não é apenas um site sobre literatura capixaba. Tertúlia é um bom pedaço de ficção tornada realidade, é uma mistura de poesias e sonhos colocados em fibras óticas: um espaço onde o poeta procura reconstruir aquela calçada virtual, onde os amigos colocavam suas cadeiras em torno do velho violeiro que versava seus causos. De vez em quando, passava a brisa. Depois, aquela menina. Lá longe, um carro de boi gemia entre os vaga-lumes. Eram bons tempos aqueles. Do céu absoluto podíamos colher infinitas estrelas cadentes, hoje invisíveis pela iluminação das cidades cegas. Mas, como canta o poeta, as lendas sobrevivem ao tempo. Além do projeto maior de resgate da literatura capixaba, grande parte dela esquecida ou ignorada, Pedro não resistiu a outro grande amor: a música. Até onde sei, estão sendo oferecidos a preços justos vários álbuns de músicos capixabas, entre eles os dos amigos Rogério Coimbra, Salsa (sim, o nosso Mr. Salsa) e Colibri.
Sempre antipático e carrancudo, nunca fui um sujeito de muitos amigos. Gosto de pessoas sensíveis, discretas, sinceras e, se possível, que sejam apaixonadas por arte e cultura, em particular por jazz e literatura. Jamais seria, portanto, um político de sucesso. Certamente, caso me candidatasse a vereador de São José do Calçado, teria, se tantos, um ou dois votos. Acredito que um desses votos seria o do amigo e escritor Pedro Nunes, um desses capixabas que me fizeram repensar e reformular minhas opiniões acerca do congo, do Deep Purple e da viola caipira. Com sua alma generosa, que de tão grande não suportou ficar calada e inerte dentro de si mesma, Pedro ilumina com sua pequena e brilhante estrela o universo imenso da internet: Tertúlia. Sozinho, como um Quixote subjugando moinhos reais, Pedro sonhou, idealizou, desenvolveu e concretizou o melhor projeto virtual sobre a literatura capixaba que eu conheço. Tertúlia, na verdade, não é apenas um site sobre literatura capixaba. Tertúlia é um bom pedaço de ficção tornada realidade, é uma mistura de poesias e sonhos colocados em fibras óticas: um espaço onde o poeta procura reconstruir aquela calçada virtual, onde os amigos colocavam suas cadeiras em torno do velho violeiro que versava seus causos. De vez em quando, passava a brisa. Depois, aquela menina. Lá longe, um carro de boi gemia entre os vaga-lumes. Eram bons tempos aqueles. Do céu absoluto podíamos colher infinitas estrelas cadentes, hoje invisíveis pela iluminação das cidades cegas. Mas, como canta o poeta, as lendas sobrevivem ao tempo. Além do projeto maior de resgate da literatura capixaba, grande parte dela esquecida ou ignorada, Pedro não resistiu a outro grande amor: a música. Até onde sei, estão sendo oferecidos a preços justos vários álbuns de músicos capixabas, entre eles os dos amigos Rogério Coimbra, Salsa (sim, o nosso Mr. Salsa) e Colibri.
Certamente a longa amizade compromete totalmente minha opinião sobre eles, mas que opinião não é, por definição, comprometida? Não tenho dúvida alguma de que Colibri é um daqueles seres abençoados pela arte. Filho de músico, irmão de músicos, pai de músicos, Colibri aprendeu música no ar. Seu sax parece tocar sozinho, fazendo da vida um encargo menos pesado e árduo. Além da velocidade impossível dos dedos, da criatividade incansável das idéias, Colibri traz na alma alguma coisa daquela doce melancolia do som dos carros de boi de São José do Calçado. Logo abaixo, uma pequena homenagem do Jazzseen ao Maestro Colibri, com três faixas de seu álbum, uma delas composta, quem diria, em minha homenagem. Vale a pena observar que, com as dificuldades financeiras que cercam os artistas capixabas, dificuldades certamente maiores do que as que afligem os artistas em geral, Colibri teve que tocar piano, contrabaixo e saxofone nessas faixas para tornar seu álbum uma realidade. Acredito que, depois de uma prosa dessas na calçada, meu outro eleitor seria o carreiro José Benedito Nunes. Se assim não fosse, eu votaria nele.
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8 comentários:
Uai, mr. Salsa gravou um disco??? Cadê??
...e lá está Pedro pegando o boi pelo chifre. Como o.s bichos já estão com a canga, devem ser os eleitores
Tertulianas de Tertuliano - muito bom!!!
Não conhecia o site, mas a partir de hoje serei uma visitante assídua.
O tal de Colibri toca mesmo. Gostei.
O tal de Colibrí não sr. Thiago. Ele é sem dúvida um dos maiores talentos aqui da nossa Ilha e não fica devendo nada, na minha modesta opinião, a nenhum Hank Mobley, Dexter Gordon, Lou Donaldson e quiça ao "genio"John Coltrane de quem ele Colibrí é admirador. Espero que voce tenha a oportunidade de ver e ouvi-lo tocando jazz , bossa e outros babados e então poderá comprovar o que estou dizendo.
Concordo com o Joao, Colibri é dez!
O moço tem um bom fraseado e os temas são bons também. Eu não gostei do baixista e do baterista, eles parecem muito mecânicos e comprometem a performance.
Grande Colibri! Uma beleza, o Mestre!
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