12/12/2006

A estética de George Russell

Resolvi dar uma mexida nos meus vinis e lá encontrei um disco que há muito eu não ouvia: Ezz-thetics, do professor de música George Russell (dizem que seus textos teóricos jazzísticos influenciaram toda a geração pós-anos cinqüenta ao facilitar o acesso ao discurso modal que tomou conta das décadas seguintes). Baterista, pianista e tuberculoso, dedicou-se à composição e arranjo e fez alguns trabalhos para Gillespie (ainda nos anos quarenta). Chegou a montar um grupo com Bill Evans, Art Farmer, Hal McKusick e Barry Galbraith. A sua formação musical e a sua capacidade de unir elementos diversos em sua música o tornam um desses caras que escapam à nossa tendência de querer a tudo classificar numa categoria jazzística qualquer. O seu trabalho de orquestração, no entanto, permite-nos aproximá-lo daqueles que se deram a esse trabalho numa perspectiva mais moderna (Mingus, Gil Evans, Maria Schneider). O disco que agora ouço foi gravado antes de Russel, como tantos outros, migrar para a Europa, onde a sua música tinha mais receptividade que na sua terra de origem. Estão reunidos nessa bolacha Don Ellis (t), David Baker (tb), Eric Dolphy (sa e cb) , Steve Swallow (b) e Joe Hunter (d) e o resultado é uma sonoridade excelente: aquele lance da complexidade soar de modo simples. Deixarei duas faixas para vocês se divertirem ali no Gramophone By Salsa.

7 comentários:

John Lester disse...

Tinha tempo que eu não ouvia esse cd. Grande pedida Mr. Salsa.

Anônimo disse...

Eric Dolphy é uma fera. Eu não conhecia o George Russel.

Salsa disse...
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Salsa disse...

Eu ainda não conheço o grupo com Evans, Farmer e Cia. Reinaldo disse que achou execrável e entediante (doou para o Garibaldi que, por sua vez repassou para o João Luis - daí tomou rumo desconhecido). Se alguém souber do paradeiro do malquisto disco, favor me informar.

Anônimo disse...

Tomou rumo desconhecido não. Doei o referido a um surdinho, ou melhor a um senhor desprovido de audição, que pedia esmola em frente a Catedral. E, foi muito bem repassado, pois só surdo para aguentar este disco, i.e. não vai ouvi-lo nunca.

Anônimo disse...

Leia-se João Luiz no comentário acima.

Anônimo disse...

Ah, esses pobres mortais...