12/04/2007

Sonny Clark

Enquanto não chega a noite da sexta-feira 13, quando eu tocarei - no Don Oleari - com o pianista lusitano Sérgio Gomes (que fixou residência em Vitória há um bom par de anos), deixar-me-ei levar pelo som de Sonny Clark, pianista da velha guarda, que gravou uma série de bons discos no final dos anos cinqüenta acompanhado por uma boa constelação de notáveis do firmamento jazzístico. Para muitos, a sua produção é impecável, como afirma a rapaziada do All music: "Like Fats Navarro and Charlie Parker before him, Sonny Clark's life was short but it burned with musical intensity. Influenced deeply by Bud Powell, Clark nonetheless developed an intricate and hard-swinging harmonic sensibility that was full of nuance and detail. Regarded as the quintessential hard bop pianist, Clark never got his due before he passed away in 1963 at the age of 31, despite the fact that it can be argued that he never played a bad recording date either as a sideman or as a leader".
Saquei da estante o cd Sonny Clark Trio, gravado em 1957, com Paul Chambers (baixo) e Philly Joe Jones (bateria). Confesso que não gostei do disco de cabo-a-rabo, mas a faixa Be-bop vale a audição. Um outro disco do mesmo período, é o estelar Dial S for Sonny, nele se reúne uma trupe invejável: Art Farmer (t), Curtiss Fuller (tb), Hank Mobley (st), Wilbur Ware (b) e Louis Hayes (bt) - desse, eu separei a faixa Bootin' it, para partilhar com os colegas navegantes.O timaço formado por Fuller, Byrd e Coltrane, mais Art Taylor e Paul Chambers é um cartão de apresentação e tanto para o disco Sonny's Crib, gravado em 57. É um disco interessante (o único senão fica por conta da faixa Speak low, levada numa batida latinosa que não me agradou - News for Lulu produziu, para o meu ouvido, uma sonoridade mais agradável). Separei a alternate take de With a song in my heart para a radiola. Outro disco de Clark, Cool struttin', gravado em 58, apresenta o jovem Jackie McLean ciceroneado por Art Farmer, Chambers e Joe Jones (creio já ter feito algum comentário anteriormente). Para mim, o carro chefe é Deep night, e, obviamente, deixarei para vocês curtirem.


PS - Em função da urgência urgentíssima para a conclusão da minha tese de doutoramento, ausentar-me-ei do blog por um período relativamente longo (mas, de vez em quando, deixarei alguma notícia).

7 comentários:

Anônimo disse...

Pianista e compositor de primeira. Realmente, nunca realizou uma sessão/gravação ruim, tanto como sideman ou como leader. O tema Deep night é sensacional, mas existem várias composições do próprio Clark que devem ser apreciadas, tais como Nica, My conception ,Blues blue, Sonia, dentre outras, gravadas com um trio e temas como Royal flush, Minor meeting, Eastern incident gravadas com um quinteto. Todas muito boas. Ótima pedida mr.Salsa, e espero que sua tese de doutorado seja brilhantemente concluída.

Anônimo disse...

Sabe o que eu reparei? O blog está prestes a completar 1 ano de vida (em maio). Fiz uma breve soma dos posts: 419. Mantêm, pois, Lester e Salsa, uma média impressionante de publicação: um e uns quebrados por dia. Parabéns para a dupla.

Anônimo disse...

O primeiro aniversário do Jazzseen merece uma grande comemoração e uma justa homenagem à abnegação da dupla Lester & Salsa que são incansáveis em atualizar-nos com dicas que jamais encontraríamos em outro espaço. Confesso que aprendi muito e conheci muita gente nova(mesmo as mais antigas, principalmente europeus)nesses meus 45 anos de ouvinte de jazz.Aí é que você descobre que o JAZZ é infinito em suas possibilidades. Jazzseen,precisamos de vocês.Durmo com quem eu quero, mas gosto de acordar com Jazzseen .

John Lester disse...

Sonny é um daqueles pianistas que eu defino com 'perfeito'. Preciso, rápido, sutil e delicado. Resenha muito merecida Mr. Salsa.

Anônimo disse...

Srs.Danilo e Rogério Coimbra : o que é que tem a ver Sonny Clark com o primeiro aniversário do Jazzseen ?

Anônimo disse...

Predador: Sonny Clark nos remete à alegria, a comemorações.Nos anos 62,63, em Vitória, ou Mictória cf Kitty, existiam 3 notáveis núcleos de audiçõ de jazz: o IBEU, liderado por Luiz Paixão e freqüentado por JLMazzi, o RAM-Recanto de Arte e Música, na casa de Rogério Coimbra e o Clube do Jazz, na casa de Ronaldo Alves, um dos assíduos ouvintes nos 3 espaços, bem como Arlindo Castro, Samuel Loren, Chico Brahma, Miguel Sarkis, Marcelo Santos Neves , etc, e um dos temas mais rodados na radiola era "Sonia", com SClark,GDuvivier e MRoach, tão encantador para nós adolescentes que todos se apaixonaram pela tal Sônia. Perguntem ao JoãoLuiz Mazzi como a Sonia de Sonny Clark era popular em priscas eras. Se não justifica, peça ao Salsa antes de sumir para rodar Sonia...Se não entendeu, fica por isso mesmo, predador de Santa Lúcia.

Anônimo disse...

Tem gente viajando na maionese!