30/05/2007

Le Roy e sua corte

Está lá, em qualquer compêndio sobre o jazz, na letra E: Eldridge, Roy Eldridge. O trompetista de sopro forte (poderia ter ajudado na derrubada das muralhas de Jericó), dedos ágeis e habilitados para tecer belos bordados sobre as harmonias que lhe são apresentadas (ele, como outros bons músicos, consegue fazer suas construções melódicas chegarem aos ouvintes como se fossem a coisa mais simples do mundo) - eis a magia: fazer a música soar simples. Sedutoramente simples, ela nos envolve e rapidamente passa a dominar nossos sentidos. Assim é a música de Eldridge, que estou ouvindo nesse momento. De fato, é uma bela jam gravada em Antibes, em 1975 e lançado em 2002, ao lado de Joe Pass (g), Ray Bryant (p), Johnny Griffin (ts), Niels-Henning Pedersen (b) e Louis Bellson (d). O pessoal do Allmusic destaca que esse disco poderia soar bissexto no contexto fusion que dominava o jazz do período em que foi gravado (período de trevas, segundo Garibaldi) e por isso mesmo o seu lançamento só se deu 27 anos depois. Graças ao bom Deus, os produtores não dispensaram as gravações, pois, efetivamente, é um disco que consegue mostrar a chama viva da tradição jazzística do suingue, bop e blues com todo o seu fulgor. São quatro faixas longas e consistentes (média de 15 minutos), das quais eu separei para vosso deleite, sem dúvida, Undecided (para ouvir, clique sobre o nome e digite jazzseen).

5 comentários:

Anônimo disse...

Sensacional "jam session" ,com Eldridge quase no "fim da linha", mas ainda com um sopro bastante vigoroso. Ótimo disco.

Anônimo disse...

Meus comentários eram: que o Undecided era pra derrubar os velhos e os velhos bons tempos quando Garibaldi ainda estava na chupeta e Joâo Luiz descia as ladeiras da cidade alta de rolimã e que, provavelmente, essa turma já deve ter ido embora. Amém.

John Lester disse...

Não entendi bem o que Lady Coimbra quis dizer. Só posso concordar com Jonnie: grande Eldridge. Mais uma resenha merecida de Mr. Salsa.

Anônimo disse...

Lady Coimbra deve ter dito que Undecided foi um tema muito tocado nos bailes do tempo das radiolas, tempo em que João Mazzi descia de carrinho de rolimã as ladeiras da Cidade Alta(bairro localizado no centro de Vitória), bons tempos em que ele dançava no Álvares e Saldanha(dois clubes daquele tempo), ou no IBEU, sob o comando de Luiz Paixão). Lady Coimbra deve ter sugerido que essa turma de músicos, fantástica e bem decided já deve ter esticado as canelas e aqui estamos nós a lembrar dos bons tempos, como são bons os tempos de hoje em que Mr. Lester garimpa no matagal de Mauá. Bons tempos aqui, bons tempos lá. Lady Coimbra não é mole não.Nem o Eldridge.

Anônimo disse...

Roy Eldridge, Decidedly

Review by Ronnie D. Lankford, Jr., All Music Guide

If a listener picks up a 50-minute jazz album that only contains four songs, he or she will rest assured that the musicians really get a chance to stretch things out. In the case of Decidedly, featuring tested players like trumpeter Roy Eldridge, guitarist Joe Pass, tenor Johnny Griffin, and pianist Ray Bryant, this is a good thing. Recorded live in 1975 in Antibes, France, before an appreciative audience, the material is being issued for the first time in 2002. The group kicks off with an Eldridge original, "Bee's Bloos," and settles into a relaxed groove for the rest of the show. A 16-minute take of "Lover Man (Oh, Where Can You Be?)" follows, with lengthy, soulful solos handed in by everyone. Bassist Niels-Henning Orsted Pedersen and drummer Louis Bellson offer tasteful underpinning along with a little muscle on "Undecided." The disc closes out with an appearance by Milt Jackson on piano for Thelonious Monk's "Hackensack." It will perhaps seem odd that this swinging set, performed in France while the fusion movement was sweeping the states, will probably have a more receptive audience today than it would have had over 25 years ago. But history, and good taste, are never predictable. Decidedly is a lovely live disc, and will be appreciated by fans of any of the participants.