Sim, ela nunca estudou música, nem mesmo aprendeu a ler partituras. Beryl Booker nasceu na Philadelphia de 1922 e aprendeu o piano por conta própria. Na década de 1940 já liderava seus próprios conjuntos, entre eles um trio formado somente por mulheres. Sua associação com Slam Stewart foi proveitosa e duradoura, intercalada por outros trabalhos, como seu período com Dinah Washington, suas apresentações no Embers de New York e suas turnês pela Europa. Proprietária de um swing nato, Beryl também era capaz de improvisar de forma totalmente convincente, como podemos ouvir no excelente álbum Lady Love, gravado com Billie Holiday num concerto em Cologne. Apesar de tudo, morreu totalmente anônima. Mas John Lester gosta dela e não quer que ela seja esquecida. Para os amigos navegantes fica a faixa Oops My Lady, gravada em trio com suas amigas Mary Osborne (g) e June Rotemburge (b). Elas merecem.
5 comentários:
É, como ficar sem as dicas do Jazzseen?
Obrigado por mais uma excelente resenha Mr Lester.
Estou a ver que tenho muito a aprender sobre jazz, principalmente sobre a sua história, aqui neste blogue. Gostei muito de conhecer esta pianista, de quem nunca me tinha apercebido, das minhas muitas leituras sobre jazz. Aliás, ando para ler há séculos, um livro que comprei em New York, "Talking Jazz" de Max Jones (1987), onde, realmente, verifico agora, se fala desta pianista. Obrigada, John Lester. O seu blogue é fantástico.
Um abraço além-mar.
Não conhecia o blog, adorei!
Lester, gostei da faixa da moça e de suas colegas.
As gravações de Colônia de que você fala estão num cd da Blue Note, Billie's Blues.
Beryl Booker levou à Europa nessa ocasião um outro trio de moças, desta vez com Bonnie Wetzel ao baixo e Elaine Leighton à bateria.
Ela está nas duas melhores faixas do cd, as mais longas, Billie's Blues e Lover Come Back To Me, e na primeira divide os solos de piano com Sonny Clark (o dela é o segundo solo).
Nessa faixa também estão, com Billie Holiday: Buddy DeFranco, Red Norvo, Jimmy Raney, e Red Mitchell, ou seja, só gente boa.
Essa é uma das coisas que gosto no Jazzseen, ter informações sobre músicos obscuros como Beryl Booker.
Nunca vi um blog de jazz tão bom. Parabéns!
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