Essa é pro Lester e para o Edu: uma americana levou uma "carcada" de 200 mil dólares por disponibilizar músicas na web para download. Aí, já viu, né? Tô fora! O ruim é ficar com um blog de música sem música. Espero que eles deixem a gente pelo menos tocar o disco. O problema é que, até hoje, eu ainda não consegui uma radiola que role o som numa boa. Logo agora, que o João Luiz me emprestou uns discos da sua reserva especial para apresentar aos navegantes. Estou ouvindo o disco Entrance, de Sam Noto, trompetista dono de um sopro límpido e forte (luminoso, pode-se dizer) com fraseado bop de primeira linha. Parece que seu trabalho teve mais repercussão quando atuou com as big bands de Stan kenton e Count Basie no final dos anos 50. Eu, cá do alto da minha ignorância, não conhecia o camarada (os colegas do Clube das Terças dizem que é mais provável que essa ignorância se deva ao meu hábito de não ler as fichas técnicas dos meus discos). O disco tem uma sonoridade clássica, apesar de gravado em 1975, em pleno ascenso do famigerado fusion. O grupo que o acompanha é formado por Barry Harris (p), Leroy Vinnegar (b) e Lenny McBrown (d), e são responsáveis pela manutenção do excelente clima que percorre todas as faixas. Se vivo, deve estar em Toronto, para onde se mandou há bastante tempo.
PS - Eu encontrei um sítio do Sam, em que a gente pode ver e ouvir suas interpretações: clique aqui
PS2 - Depois dos argumentos de Sérgio, deixo-me levar para o cadafalso e disponibilizarei dois teminhas escolhidos aleatoriamente: Fats flats e Entrance! Ouçam e comentem, plís.
10 comentários:
Tu vais pra forca, pirata, ou pra prancha em alto mar de tubarões. Pirata tem destino certo.É a lei.
Capitão Gancho tem seus dias contados...tic-tac.
Esse texto é pra mim, Mister! Os que não gostem de tanto blá blá, que passem ao largo, pq vou descascar! Outro dia baixei..(alias, baixei, não, re-ouvi, já o tinha baixado anos antes) uma banda, Greyboy, álbum, "Soul mosaic". Greyboy é algo tipo o título mesmo, soul groovie dançante, num mosaico de boas influências. Nenhuma raridade, também. Banda nova, século 21. Como meu inglês é lusitano, fui atrás de algum blog ou site em nossa língua que me acrescentasse sobre o artista desconhecido. Dei de cara com este endereço:
http://www.submarino.com.br/cds_productdetails.asp?Query=ProductPage&ProdTypeId=2&ProdId=238687&franq=134562
Amigo, veja o preço desse álbum simples! Agora, me diga se mesmo se rico fosse, pagaria eu essa extorsão? E mais!, mesmo se louco milionário excêntrico eu fosse, morreria nessa grana por um disco de músicos que nunca ouvi falar? Se não baixo na internet, não me informo tanto sobre o assunto, então, de que adianta ser rico?... E muito mais ainda!!!, o mais importante: como?, se não baixo na internet, sem nunca ter ouvido falar em Greyboy, algum dia, vou querer comprar Greyboy - e a esse preço, ô Salsa?!
Quando eu penso que os caras já estão trabalhando, absorvendo a crise pra tirar lições dela, me vem essa história!... É a síndrome do poder, Salsa! A mesma doença que dá em Lula, acometeu o Renan sentado eternamente em trono esplêndido e agora, na versão boneca louca, Almeida Lima anda tendo espasmos, crise de abstinência - de decoro.
Ah, sim, voltando as vacas magras loucas, agora que baixei e ouvi, sei o quanto o álbum vale, certo? E assim que rico eu estiver (ainda tenho esse sonho tresloucado), Greyboy até poderia figurar na lista dos meus albinhos sonho de consumo. Poderia, claro. Se a tal indústria insana, desesperada na eminência da falência, não tocasse, indiscriminadamente*, o samba de uma nota só do terror neste povo pobre que vos fala, que por não dispor de dinheiro, se dá ao luxo de ouvir boa (ou má se quiser) música, baixando na internet...
Conclusão: quando rico estiver, além de fazer questão de passar um fim de semana na suíte imperial do melhor 5 estrelas de Vitória - pra assistir, com os amigos do Jazseem, um show no Don Oleari e bebericar um Chateau d'Yquem Sauternes (1787/ eu levo a garrafa) -, reservarei tbm um alto investimento só pra pagar uma equipe dos mais caros lins e silvas do planeta com o solitário intuito de soltá-los em cima dessa corja caso, claro, precise. E sabe o porque da precaução, Salsa? Porque depois desta, dessa multa, mesmo que o próprio Sultão de Brunei me faça seu único herdeiro, comprar CD de major, tal qual o corvo resoluto do Edgar, eu vos digo: "N.U.N.C.A. M.A.I.S."!
* já foram 50.000 processos.
Sergio
Caro Mr. Salsa, tenho baixado cada um dos arquivos que o Sr. coloca no site 4shared, desde o 1o. até o último, e me comprazido cada vez que ouço a seleção que fizeste. Acho uma enorme pena o Sr. parar de colocar esses arquivos... Acho tb que quem está atrás de encontrar crime de pirataria na internet não vai ficar preocupado com o Sr. que colocando uma ou duas músicas de um disco e outro na rede (não são discos e discos inteiros...), além do que a seleção que o você, se me permite, tem feito é sem igual, mais do que pirataria ou vontade de compartilhar o que gosta com os seus amigos, colegas e leitores, essa seleção é um verdadeiro guia para quem gosta de jazz e começa a ouvir, e sente falta de uma boa orientação. Já dei com os ouvidos em cada coisa auscultando a esmo, que tomei como muitíssimo benéfico o encontro de sua página, e dos arquivos que tem disponibilizado para nós aqui, amantes do jazz. Esses faixas colocadas tem me orientado ao que ouvir. Por fim, acredito que o Sr. não deve se preocupar, pois a sorte que temos é que as leis americanas, as leis do império, não chegam todas aqui...
Estou achando que essas ameaças sejam mais uma brincadeira aí do pessoal... Enfim, pena se o senhor parar de colocar esses arquivos aí pra gente ouvir... minhas caminhadas com meu mp3 ficaram mais tristes sem eles...
Obrigado pelas dicas mais uma vez, e parabéns pelo excelente gosto (se eu já não for suspeito para dizer, pois coincide com o meu, do que eu tenho descoberto gostar de ouvir)
Parabéns!
Abraço
Jonas
Sam Noto: que coincidência! Ainda ontem produzi eu mesmo uma capa para um álbum com a participação desse cara. Descobri S.Noto através de outra descoberta, o álbum For Sure de Kenny Drew. O time: Sam Noto (trumpete), Charles McPherson (sax alto), Frank Butler (bateria) & Leroy Vinnegar (baixo). Album raro, provavelmente... Tão fora de catálogo que a foto da capa só conheci em tamanho minúsculo depois de muita pesquisa no Google. Pro Amazon, por exemplo, esse For Sure do Drew nem existe. E a música desse disquinho é tão boa que a intuição de fora de catálogo é forte. E agora? Se a lei me proíbe de tê-lo, terei de me conformar? Como diria lamentando o Chet Baker, "é o fim da picada"...
catzo! Confesso ter balançado caído com os argumentos dos colegas navegantes. tanto que vou postar dois tenas do Noto.
que que são 200 mil dóla presses caras do jazzseen, que ficam ai na beira da praia, tocando sax e comprando box da mosaic o dia inteiro!!!????
vinicius
é professor não tem muito oq comentar como já dissetes, o disco tem uma sonoridade bem classica, gostaria apenas de destacar a musica 'entrance', a que mais gostei, é realmente otima a passagem que ocorre aos 1:39 onde o improviso de Sam Noto simplesmente 'encaixa' com o de Barry Harris, incrivel...
Ora, ora,
O jovem jazzista de São Mateus marcando presença. Espero que o som ajude sua formação.
Prezado Salsa, ando muito assoberbado pra , meu prejuízo fazer visitas frequentes pro Jazz Seen.Quando sobrar um tempo irei escrever algo com maior profundidade sobre o assunto.Conhecí, há dois anos, Barry Harris em NY, se desdobrando, a epoca e ,suponho , ainda hj na busca de melhores oportunidades dignas de trabalho na cenário da "Big Apple".Edú
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