19/01/2009

ISO 10.000

Extra, extra! Jazzseen foi indicado ao Prêmio Dardos! Sim, é verdade. Após longa e percalçada jornada finalmente ganhamos um prêmio. Uma boa alma nos indicou ao Prêmio Dardos, conforme comentário relativo à postagem anterior de Heide. De acordo com o que já foi publicado em outros blogs já premiados, com o Prêmio Dardos "se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.


Quem recebe o “Prêmio Dardos” e o aceita deve seguir algumas regras:
1. exibir a distinta imagem
2. linkar o blog pelo qual recebeu o prêmio
3. escolher quinze (15) outros blogs a que entregar o “Prêmio Dardos”.
Infelizmente nosso editor-chefe, patrão e mecenas John Lester, casca grossa como sempre, disse que não tolera textos que contenham coisas como "etc", "em suma" e muito menos "agregar valor". Em seguida, enviou a seguinte resposta à nossa indicação:
"Prezado Sérgio,


Obrigado por indicar o Jazzseen ao tal “Prêmio Dardos”. Acreditamos que sua intenção foi das mais bondosas e sinceras.


Ocorre que não fazemos a menor idéia do que seja o tal “Prêmio Dardos”. Qual sua procedência? Quem é o responsável por sua idealização? Se há dardos, haverá alvos? Cuidado com minha parede, acabei de pintá-la!


Pelo que pude aferir em lépida perquirição, há certa confusão entre ‘indicação’ e ‘premiação’, não restando claro quais os blogs indicados e quais os blogs premiados. Notei também que o objetivo da premiação é obscuro, pouco objetivo e, perdoe a franqueza, mal redigido. Essa a minha impressão até o momento, nada boa, confesso, principalmente quando se está diante de uma premiação que estabelece “obrigações” ao premiado. Ora, ora.


Pesquisando pela net, nada encontrei até o momento que pudesse esclarecer devidamente a que vêm os dardos e quais serão os alvos. Além disso, a imagem – ícone que o premiado deve alocar em seu blog – do prêmio que consta de alguns blogs laureados não é exata nem discernível. Seriam meus óculos? Meu monitor?


Por tudo, somos obrigados a recusar a indicação – ou premiação que seja – até que possamos estabelecer a que vêm os dardos.


Não seria tudo isso apenas mais uma brincadeira adolescente do tipo pirâmide?


Grande abraço, JL."
Sendo assim, ao que tudo indica, continuará o Jazzseen sem qualquer prêmio ou selo de qualidade.

22 comentários:

Salsa disse...

É uma indicação de grego,pois não? Obrigações?!? Fica meio esquisito... Lembrou-me um som (não participei) promovido por um sei-lá-o-quê que obrigava os músicos participantes a pagarem couvert para fortalecer o movimento (provavelmente da conta corrente do camarada). Espero que não seja assim (projeto caracu - um entra com a cara-de-pau e o outro com o resto), pois o Jazzseen merece (e tem) o reconhecimento dos internautas chegados no bom e velho jazz.
De qualquer modo, o jazzseen já ganhou.

John Lester disse...

Um pequeno texto, onde a palavra "valor" aparece três vezes, não pode ser considerado um texto sério. Pode?

Urge observar que há 3.000 anos o homem vem tentando compreender o que significa "valor". Não podemos utilizá-la, portanto, de forma tão promíscua em frases feitas, repletas de lugares-comuns.

Grande abraço, JL.

Anônimo disse...

Tô com o Salsa!

Anônimo disse...

Nos pubs britânicos recomenda-se ausência na área de alvo dos dardos caso o freqüentador tenha superado seus limites de resistência alcoólica.Diante do caráter obscuro dessa – à primeira vista – premiação a recusa de pronto e, principalmente , a seco foi a melhor atitude.Se Brandon recusou o Oscar, o Jazzseen , a seu jeito, imita tal atitude.

Anônimo disse...

Mr. Lester,
fiquei envaidecido ao descobrir que pensava exatamente como o Sr.
"Agregar valor" é daquelas expressões que entram na moda,digamos assim, e algumas psssoas saem tascando ela em tudo que é texto. "Em suma" não é um modismo mas é muito ruim tambem. "Etc" tem seu lugar ,as vezes, mas nesse caso aqui fica muito mal.Afinal era uma lista dos tais "valores" que estariam sendo "agregados" portanto não poderia ser "etc" ,ou não seriam "valores".
"Outrossim se faz mister" (que tal, Mr.Lester,subliteratura sempre foi uma fraqueza minha)perguntar se
ganhando o premio haveria um trofeu ou coisa que o valha pra levar pra casa . Em havendo outra pergunta ao ganhador se levanta :
tem Dardos em casa?
Abraço

Anônimo disse...

Bem pensado, Sr. Andre Tandeta!
Como alvo para dardos, o trofeu teria seu valor...
Já viram o selo da tal indicação? Não entendi nada!

Anônimo disse...

Marlon Brando(sem o n ) foi quem recusou o Oscar em 1972.Enquanto isso , em 2009, o Jazzseen respeitosamente declina o referido premio Dardos. Pelo q pesquisei, ele foi aceito sem reservas pelo J.J.Cabeleireiros.Não poderia estar em melhores mãos .Melhor dizendo, tesouras e chapinhas.

John Lester disse...

O texto-justificativa do Prêmio Dardos nos remete diretamente aos discursos de posse na Academia Brasileira de Letras, com seus sonolentos lugares-comuns, suas enfadonhas terceiras pessoas do plural e suas gastíssimas frases-prontas. Como esquecer os terríveis discursos de imortais bisonhos como Mário de Alencar, Afrânio Peixoto, Lauro Müller, Ataulfo de Paiva, João Neves da Fontoura, Levi Carneiro, Viriato Correia e tantos outros que não caberiam citados todos aqui. Destaco, apenas, um breve e belíssimo trecho do discurso de posse do imortal Pedro Calmon, capaz de aplainar mesmo a mais abissal insônia:

“Que na pira sagrada não esmoreça a chama que ilumina, para além da terra, as fontes inexauríveis de beleza generosa e perene, e unidos junto do clarão celeste continuemos a confiar na arte que redime a inteligência, na bendita ilusão de suas promessas, nas suas miragens que enfeitam e corrigem o infinito deserto da alma...”

Por essas e outras é que não recomendo as tortas de rim nem os pubs ingleses, a não ser que o amigo pretenda realizar a pior experiência gastronômica de sua vida para, logo em seguida, ser expulso do bar às 23h. Prefira os pubs e a literatura irlandeses.

E não se aflija internauta véia: segundo nossos informantes o borrão que consta como ícone do Prêmio Dardos é uma velha máquina de datilografar, da qual jorram aleatoriamente milhares de letras em modo de chafariz. Belíssima imagem!

Grande abraço, JL.

Paula Nadler disse...

Que maldade Lester. Adorei a velha máquina de escrever do ícone... Bju!

Anônimo disse...

Mr. Lester,
esses ai que o Sr. citou seriam chamados de cocorocas pelo genial e insubstituivel Stanislau Ponte Preta em um dos seus inesqueciveis FEBEAPA(Festival de Besteira que Assola o Pais).
Quem é premiado quase todo dia somos nos os leitores do jazzseen pela inteligencia,sensibilidade e excelentes textos do Sr,Mr. Lester, e de seus asseclas.
Abraço
PS : peço perdão pelo anonimato mas assim são as coisas.

Anônimo disse...

Stanislaw(com w) Ponte Preta era o alter ego do brilhante jornalista e cronista Sérgio Porto.Apaixonado por jazz – desde o final dos anos 40 – Porto tem um saboroso livro a respeito do tema chamado Pequena História do Jazz .Obra pioneira em nossa literatura doméstica.

figbatera disse...

Estou com o Lester (e o Salsa): esse "prêmio" me parece uma grossa bobagem.

Anônimo disse...

Stalislaw foi, além do brilhante escrevinhador do FESTIVAL DE BESTEIRA QUE ASSOLA O PAÍS, mais conhecido como Febeapa, o único jurado que escolhia as "Certinhas do Lalau". Genial como era, irreverente e gozador,infelizmente morreu muito moço! Provavelmente, se indicado para o ( premio, selo? ) Dardo, no mínimo uma cronica deliciosa seria feita pelo querido Lalau...

Anônimo disse...

Sergio Porto morreu aos 45 anos fulminado por um ataque cardíaco soterrando de vez essa falácia q a vida começa aos 40.Na lista das certinhas - inspirada na escolha das mais bem vestidas do ano publicada na revista Manchete valia o peso da opinião de conhecidos especialistas da beleza feminina como Antonio Maria e do inspirador Jacinto de Thormes (Maneco Muller) patriarca da moderna coluna social brasileira.

Anônimo disse...

Alo ,Edú!
Sabia que voce quando voltasse seria encontrado aqui.
Rapaz fico impressionado com a quantidade de coisas que voce sabe.
Stanislaw(com w) deve ser lembrado,em minha opinião,diariamente.Poucos conseguiram captar a alma carioca gozadora e iconoclasta como ele. e escrevia muito bem . Ja ouvi falar desse livro dele de jazz mas creio só ser possivel encontrar em sebos.Edú meu "cumpadi" se voce achar um guarde pra mim ,por favor.
Abraço

Anônimo disse...

Prezado Tandeta,
nesse endereço vc encontra um atalho para encontrar o livro
http://www.estantevirtual.com.br/livro/17217497/Sergio_Porto_Pequena_Historia_do_Jazz.html
O Sérgio Porto era craque nas pretinhas (alusão às teclas da arcaica máquina de escrever) como também na oralidade da palavra.Ele participou como comentarista esportivo no rádio e da televisão “movida a lenha” (100% ao vivo) em seus primórdios.

Anônimo disse...

Lá no "estantevirtual"tem vários exempçares do livro sobre Jazz do Stanislaw (Sergio Porto, na verdade!).

Anônimo disse...

"Exemplares"

Anônimo disse...

Oh sorte!
Obrigado pela dica.
Por coincidencia comprei recentemente um livro nesse site que presta um excelente serviço.O livro que comprei é otimo:"Guns,germs and steel" de Jared Diamond.Provavelmente varios de voces conhecem.
Abraço

John Lester disse...

Maldita hora em que fui estabelecer que o Jazzseen trataria de jazz, vinhos e livros finos, com letras grandes. Isso aqui está ficando uma zona!

Agora tenho que encontrar e ler esse livro do Tandeta, que, pelo título, deve ser violento, virulento e frio.

Sem falar em Mestre Edù, que após a longa primazia de Guinle como o pioneiro da literatura sobre jazz no Brasil, com seu Jazz Panorama, de 1953, vem lançar por terra nossa tranquilidade. Estaria errado Vinicius de Moraes, responsável pelo prefácio, ao afirmar que "só resta louvá-lo por êste trabalho pioneiro no Brasil."?

Sei apenas que o livro de Ponte Preta é, no mínimo, de 1953. Mas de que mês?

Só nos resta agora consultar Mestre Luiz Gintner, responsável pela Bibliotheca Von Hager Gintner (um dos melhores sebos do Brasil), sobre quem está certo.

Grande abraço, JL.

Anônimo disse...

Prezado Lester.
não se preocupe,já deixei averbado em cartório q meu exemplar será doado a biblioteca do Jazzseen após meu passamento.Recomendei ao meu "mano mais velho", André Tandeta,o preço mais acessível em local melhor proximidade.Nessas horas minhas raizes judaícas brotam indignadas da terra.

Anônimo disse...

Mr.Lester,
quem mandou criar e manter esse espaço onde a inteligencia ,o bom humor e o amor pelo jazz atraem celerados como eu( um notorio criador de casos e sempre produzindo mais calor que luz). Não gostaria que o senhor deixasse os seus afazeres, que são inumeros(praticar o sax alto é só mais um deles), para correr atras do livro que mencionei.É muito interessante mas pode esperar.
Meu "cumpadi" Edú,
eu tambem tenho "meio" sangue judeu.Os Tandeta,judeus , vieram da Polonia no inicio do sec. XX . Nunca foram praticantes mas eu sou batizado dentro da mais estrita tradição judaica, voce entende claro. Sou um tipico brasileiro: uma mistura total.
Mr. Lester e Edú,
um otimo fim de semana e abraços fraternais direto daqui da Gavea.