John Lester é solidário à revolta e à indignação do amigo MauNah, membro da alta diretoria do Charuto Jazz, quanto à absoluta falta de informação na internet brasileira sobre o faquir Rudresh Mahanthappa, considerado por centenas de críticos abalizados como o maior saxofonista de jazz de 2008. John confessa triste que, assim como MauNah, nunca ouviu falar do faquir e que, de fato, urge que críticos de boa estirpe estipulem o quilate do sopro de Rudresh. Como o Jazzseen não é um blog sério, nem John Lester um crítico abalizado, só nos resta lamentar que músicos nascidos no início do século passado estejam na mesma situação que a do jovem e desconhecido faquir. Caso típico é o de Jimmy. No All Music Guide não há nada sobre o cidadão. No quase All About Jazz também não. Lamentável, uma vez que Jimmy Skidmore foi um excepcional tenorista do hard bop inglês. Nascido na ensolarada Londres, em 8 de fevereiro de 1916, Jimmy foi um daqueles autodidatas que tanto espanto nos causam. Começou a carreira na década de 1940, no sexteto de Harry Parry. Depois grava com o Spirits of Rhythm, do guitarrista Frank Deniz, trabalha com George Shearing e toca com Carlo Krahmer em clubes de Londres. É com o Vic Lewis Jazzmen que sobressai na cena jazzística, tanto por seu temperamento indolente quanto por sua forte personalidade musical. Versátil, Jimmy figura entre as melhores formações inglesas, trabalhando com mestres como Kenny Baker, Eric Delaney e Humphrey Lyttelton, com o qual excursiona pelos EUA e grava, em 1960, o excelente Humphrey Lyttelton Plays Standards. Seu estilo inovador – que faz recordar um Dexter Gordon com lantejoulas – pode ser engavetado com gente do calibre de Tony Coe ou Joe Temperley, figuras que nunca se renderam às expectativas previsíveis do sax tenor. Dizem que morreu em 22 de abril de 1998, não sem antes comemorar seu aniversário de 80 anos tocando ao lado do filho Alan. Para os amigos argonautas deixamos a faixa Out of Nowhere retirada do álbum Skid Marks, gravado em 1972 para o selo London, com Willie Garnett (as), Alan Branscombe (p), Peter Chapman (b) e Bill Eyden (d). Boa audição e muita atenção: nossos blogs de jazz têm informação que muitos blogs alienígenas sequer sonham existir. Exemplo? O blog Jazzigo, de Mr. Salsa, um dos melhores a que já tive o privilégio de conhecer.
15 comentários:
Gordon com lantejoulas? Esse Lester rs!
Excelente tenor!
Finalmente alguma novidade nesse blog, já era tempo!!!
muito bom lester, leva para mim na quinta?
Som gostoso, às 5 da matina...
O blog de Mr. Salsa, já conheço, volta e meia estou passando por lá!
Nós, os apreciadores do jazz, nos atemos muito ao jazz tocado por músicos americanos. Às vezes esquecemos que tinhamos e temos ainda bons músicos europeus e canadenses tocando e compondo músicas de jazz. Como é o caso de Jimmy Skidmore. Você já o conhecia ou ouvido algum trabalho dele caro amigo jazzista? Nem eu.
Bom tenorista o inglês Skidimore. Boa pedida mr.Lester.
Pô, Lester, se meu ego inflar mais um pouco meus cem quilos (bem distribuídos em calibrados pneus) a coisa pode desandar.
O fato é que você é o descobridor de preciosidades. Só resta agradecer a apresentação do tenorista. Eu, como o João, também não o conhecia.
Abraços,
Pronto! Skidmore já ficou conhecido, para nosso prazer...
Falando nisso, cadê Mestre Edú? Faz falta...!
"Falando nisso" porquê Mestre Edú conhece TUDO!
Boa indicação, vou providenciar alguma coisa do inglês.
Depois de um breve período de descanso estamos de novo por aí, prezada Mª Augusta.Eu não sei tudo sobre algum assunto na vida.Administro com resolvida tolerância minha ignorância pra não fazer qualquer comparação entre Miles (líder de 4 revoluções ou incitativas anárquicas no jazz de âmbito coletivo) com Freddie Hubbard - mais influente trompetista dos últimos trinta anos no jazz ( da escola Louis Armstrong, Fats Navarro e Clifford Brown).E como querer fazer comparações entre petit gateau e goiabada cascão.Ambas deliciosas guloseimas mas de escolas e técnicas diferentes.Pra mim ,sou mais chegado num excelente queijo mineiro “ensaduichado” na goiabada cascão.
Mr. Lester,
mais uma otima dica.
Uma pergunta pra o Sr. que é um expert em vinhos:
sempre me perguntei que diabos seria um vinho que tem "sabor de chocolate"? Desculpe a total ignorancia.
Abraço
Prezados amigos, bom e ruim ver tantos e todos por aqui, acesos, participativos e, poderia apostar, felizes.
Criar um espaço assim é bom e ruim. Bom ter amigos com tantas afinidades, sentimentos comuns que produzem uma espécie de empatia virtual.
Ruim quando não sou capaz de dar a atenção e o carinho que gostaria, nas doses que vocês merecem.
Não citarei nomes porque a injustiça seria enorme.
Prefiro dizer apenas que nada supera em sabor uma goiabada Itanhaém. Em segundo, a questão organoléptica susscitada por Tandeta é profundamente complexa e poética. De qualquer forma, nunca ouvi alguém sério falar sobre vinho com sabor de chocolate. Já ouvi, sim, de aroma ou sabor toranja, lichia, aspargo, almíscar, cedro, alcatrão, esmalte, giz, noz, cassis, et coetera. Aliás, sou da velha escola: ou como chocolate ou bebo vinho. Não acredito na harmonização desses dois elementos culturais.
De qualquer forma, quem resolver realizar uma degustação séria, não esqueça de cuspir, evitando a embriaguez e mantendo o espírito ereto até o final.
Grande abraço, JL.
Espírito ereto, sempre.Como especula o time do Grêmio pra jogar na altitude pela Libertadores(ver noticiário esportivo).Nunca me senti apto pra participar dessas confrarias (objeto de festivas reuniões entre meus colegas de classe) pela razão q não consumo nenhuma gota de álcool.Mas recordo uma expressão durante uma conversa com Ed Motta(dedicado enólogo) numa das lojas de discos paulistanas “de vinho com leve gosto de crina de cavalo” ,segundo suas palavras.Melhor morder uma boa goiabada de Itanhaém ou a fabricada pelo meu vizinho de distrito - Redenção.De uva, me contento com o garrafão de cinco litros do suco Dani .
Correção:não é "goiabada", mas "bananada" Itanhaém...Sumiu do mercado, nunca mais encontrei...
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