Na Argentina, nem só de malbec vive o vinho, nem só de tango vive a música. Em Luján de Cuyo, região de Mendoza, certos dias permitem a belíssima visão de brancas montanhas congeladas sobre um imenso tapete verde formado por centenários vinhedos, alguns deles contendo excelentes cepas de cabernet franc, essa prima mais leve e suave da cabernet sauvignon, utilizada nos cortes de Bordeaux e nos varietais do Vale do Loire. Há também jazz na Argentina. Paula Shocron nasceu em Rosário, no dia 17 de março de 1980. Inicia seus estudos de piano clássico em sua cidade natal, ao mesmo tempo em que se interessa pela música popular e, aos dezesseis anos, conhece o jazz. Após estudar na Escuela de Música de la Universidad Nacional de Rosario, Paula decide-se pelo jazz e, aos vinte anos, passa a se apresentar em Buenos Aires. Em 2001, recebe uma bolsa de estudos da Berklee, mas permanece na Argentina em virtude da crise econômica que assola o país. Incentivada pela bolsa, segue trabalhando com o jazz, participando dos grupos Fuga de Cerebros (trio) e La Revancha (quarteto), com quem grava o álbum La intensidad del jogo. Em 2003, forma um trio com Ada Rave (ts) e Daniela Horovitz (v), recebendo elogios da crítica. É nesse período que consolida sua colaboração com o guitarrista Marcelo Gutfraind, com quem grava o álbum Percepciones, pelo selo BlueArt, em 2004. Além de atuar como sidewoman, Paula lidera seu próprio trio, formado por Jerónimo Carmona (b) e Carto Brandán (d). Em 2005, Paula grava La voz que te lleva, primeiro álbum de piano solo de uma pianista de jazz argentina, recebendo boa acolhida pela crítica internacional. Nesse mesmo ano, recebe o prêmio Clarín, na categoria revelação. Para os amigos fica a faixa Evidence , de Monk, retirada do álbum La voz que te lleva, que traz três composições de Thelonious Monk, interpretadas de maneira absolutamente sensível, inteligente e original. Para quem tem interesse no piano Post-Bebop, obviamente repleto de sotaque porteño, Paula é uma gratificante opção. Seu domínio técnico não chega a manifestar-se de forma opressiva, oferecendo um inteligente suporte quando atua como acompanhante, enriquecendo o discurso solista com discretas frases ora solenes, ora repletas de humor. Mas é como solista que sua presença marca, exatamente pela tensão que consegue descrever, seduzindo o ouvinte de maneira quase imperceptível. Quando damos conta, já estamos entregues aos jogos harmônicos dessa moça que, embora seja leve e suave como uma cabernet franc, tem a persistência típica dos melhores malbecs de Mendoza. Quanto ao vinho argentino que recebeu 96 pontos de Robert Parker, trata-se do Pulenta Estate Gran Cabernet Franc 2006, produzido na pequena vinícola dos irmãos Hugo e Eduardo Pulenta, em Luján de Cuyo, região irrigada pelo degelo da Cordilheira dos Andes e submetida a uma magnífica amplitude térmica. Recomendo ambos, pianista e vinho.
26 comentários:
Mandou bem, Lester. A menina, além de bonita, sabe manusear as teclas do piano.
Quanto ao vinho, aguardo convite para visitar a Casa Bonita.
Mr. Lester,
E ela nem precisava tocar esse piano todo!!! E aí, será que ela aceitaria um convite para um Pulenta Estate Gran Cabernet Franc 2006?
Abraços!
delicia...
Prezado JOHN LESTER:
Jamais tinha ouvido tocar ou siquer falar de Paula Shocron - mais que uma senhora pianista, ouviu e sabe de Monk - o que já é um passaporte para o mundo.
Los hermanitos, nesse caso, las hermanitas, sabem das coisas e cultivam a cultura e a arte como poucos.
Valeu e muito, como minha primeira aula de Paula Shocron.
Quanto ao vinho, tampouco o conheço, mas vou atrás desse RP 96 pontos, 2006, que se sabe a vinho como Paula a piano, será muito, muito bom !
Prezados amigos, bom que gostaram da moça. Os rígidos músculos que lhe moldam os antebraços não chegam a retirar-lhe a sensualidade, mas a realçam. Assim como o repouso de 12 meses em barris de carvalho francês não chegam a embrutecer o frescor aveludado, tenro e macio desse fantástico cabernet franc.
E, Mestre Apóstolo, caso resolva ouvir congo em Vila Velha, passe na Casa Bonita, onde o Pulenta Estate Gran 2006 sai por R$170,00, já climatizado.
Grande abraço, JL.
master lester,
postaço piramidal...obrigadão
paula schoron...linda, jovem e talentosa...tentação aos ouvidos e olhos...rs
sem me contentar com a resenha, saí à cata de mais informação...econtrei-a no myspace
segue link...vale conferir
http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendID=167068138
abraçsons pacíficos
Proibitivo para o velho e furado bolso, Lester.
Mr.Lester é sábio. Posta uma resenha com uma moça bonita, fala de vinhos muito bons, confunde a cabeça das pessoas que frequentam seu blog é dá nisso: todos comentam e enfeitam a mulher que é bonitinha, misturam com o bom vinho e aí "viajam na maionese". Tocar jazz e compará-la com Monk, pera aí! Menos. Pianista de primeira e que aprendeu o toque rebuscado de Thelonious Monk só existe uma : Jessica Williams. Essa tal de Paula Shocron é tão sòmente para "consumo" portenho.
E estamos conversados.
Não gosto de jazz, acho elitista, chato, americanizado. E o que você escreve é bem enjoativo, dá vômitos culturais. A maioria de pessoas que gostam de jazz que conheço são idiotas.
Não sou o Lester, mas vou defendê-lo sr.Marcos Aurélio. Se você não gosta de jazz, deveria passar longe deste blog e não se apresentar tecendo comentários mal educados e ofensivos ao pessoal do jazz. Idiota deve ser você que perde tempo para, sem qualquer propósito, tentar desqualificar os outros. Vá procurar sua turma!
Prezado Marcos, seja bem-vindo a nosso diminuto e democrático espaço. Assim como você, a maioria dos seis bilhões de habitantes do planeta não aprecia jazz, nem chorinho, nem música clássica.
Quase nenhum eleitor da história desse país sabe quem foi Lennie Tristano, Zé da Velha ou Chiquinha Gonzaga.
Por isso, as sinfônicas têm fechado na Europa, os clubes de jazz escasseiam em New York e o axé prolifera na terra do apagão.
E é natural que o belo nos assuste, principalmente quando nos solicita alguma reflexão, inteligência, sensibilidade e tempo para saboreá-lo.
Agora, o enjôo e o regurgitar talvez se devam a algum espelho próximo. Verifique.
Mas não desista: Dilma está vindo aí para dar apoio a milhões de amantes do efêmero e do trivial.
Grande abraço, JL.
"vômitos culturais"... Imagina aí o que o camarada anda encarando em sua discoteca (se a possui). Lester, o rapaz deve estar procurando nas suas enciclopédias (playboy e adjacências) para localizar a Chiquinha.
Os cães ladram e a caravana passa.......
Prezado PREDADOR (???):
PAULA SHOCRON, que ouví pela primeira vez aquí no Jazzseen, não é "comparável" a MONK, não "toca" como MONK.
Ouviu e sabe MONK, o que revela no que toca o que, com certeza, é um belo passaporte para outros vôos.
JESSICA WILLIAMS é outro departamento, tocando "como" MONK.
braço sinistro
Mr. Lester,
Entre a Paula e a Jessica, fico com a primeira, se for prá ir para uma ilha deserta e com a segunda, se for para ouvir o dia inteiro.
E duvido muito que o kantiano Mr. Marcos Aurélio (intelectual de boa cepa, a julgar pela magnitude dos argumentos, digamos, "vomitados" - para usar uma palavra que lhe parece ser bastante cara) conheça alguém que goste de jazz.
Enquanto isso, no Maracanã lotado, 200.000 pessoas sacodem os seus 200.000 neurônios (um prá cada - mas tudo isso? - acho que exagerei) ao som de Ivete...
Gostaria de conhecer não apenas a discoteca do moço, mas sobretudo a sua biblioteca.
Abraços a todos!!!!
signores,
tiraram a foto do tópico...que pena!
quando o 'tchan', banda baiana participou do festival de montreux, um amigo pianista jazzista ficou indignado...e ele me indagou...o que essas moças vão fazer lá?...eu respondi...oras bolas, elas fazem solo de nádegas...rs
abraçsons pacíficos
Sr.Apóstolo, desculpe ao meu mal entendido do seu primeiro post sôbre Paula Shocron quanto as comparações com Monk, mas continuo achando a Paula apenas bonitinha e faço das palavras de mr.Cordeiro as minhas: "entre a Paula e a Jessica, fico com a primeira, se for prá ir para uma ilha deserta e com a segunda, se for para ouvir o dia inteiro".
Esse Predador daqui não é o mesmo que frequenta o blog do Érico...rs
A moça manda muito bem!
Prezados PREDADOR e ÉRICO:
Estaremos na ilha ouvindo, sempre, JÉSSICA WILLIAMS.
Sr Figbatera, o Predador daqui é o mesmo que frequenta o blog do sr.Cordeiro sim, só que ultimamente o Érico tem postado e resenhado sôbre músicos e albums de primeira, enquanto que o sr.Lester,de vez em quando, "pisa na bola". Mas, se o sr. Cordeiro sair "da linha" vai certamente ser "detonado". É isso!
Prezados amigos, obrigado pelas visitas e comentários.
Creio que nosso amigo Predador está julgando o talento da moça mediante a audição de apenas uma faixa. Embora excepcional, uma faixa não pode servir de base para tanta ênfase em sua reprovação.
Eu mesmo tive a preocupação de ouvir três álbuns da menina antes de escrever esta resenha e, sinceramente, não concordo com o amigo Predador. Ela é talentosa, tem domínio técnico do instrumento, constrói interessantes improvisos e, creio, tornar-se-á uma das melhores pianistas de jazz da América do Sul em breve.
Perdoe-me amigo Predador, mas fico com aquele impressão de que você está criticando um romance do qual leu apenas as orelhas.
Quanto à foto, amigo Pituco, providenciarei uma o mais rapidamente possível.
Quanto à biblioteca do Imperador, creio que se resume aos clássicos de Walt Disney e, certamente, alguma biografia do Latino.
Grande abraço, JL.
ao sr.predador,
repostando link myspace de paula shocron...
http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendID=167068138
abraçsons
Mr. Pituco, habemos fotus.
JL
Adorei a moça, no bom sentido. É bonita e toca bem, o que incomoda alguns marmanjos.
Como diria Chico, deixe a menina sambar!
marco aurelio, acho que vc deveria procrar alguns medicos, e tb um excelente psicólogo.
infelizmente, em relação a bom gosto,educação,sensibilidade,conhecimento, aceitação de culturas diferentes e não apenas a aceitação do que se é imposto pela mídia mais insignificante, acho que apouco s se fazer no seu caso.
continue vomitando e tendo nauseas, de preferencia junto aos seus pares, que afinal não devem ser poucos...há doentes de todos os tipos(alguem leu sobre as 50 agulhas enfiadas em um bebe de 2 anos na bahia?)...
finalmente, pobre marcos,as pessoas só dão o que elas têm...espero que com o tempo, e talvez com um tratamento com uma excelente equipe médica vc possa oferecer alguma coisa boa aos outros.lembre porem q. infelizmente sempre haverá sepaço para pessoas desprovidas de leitura,e q.se deliciam nas mais idiotas estações de da tv e radios
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