Pianista do Postbop nascido em Roma, Itália, em 1965. Ainda adolescente e durante seus estudos de piano clássico, sob orientação de Adriano Della Giustina, Faraò já revelava grande atração pelo jazz, frequentando clubes destinados ao estilo em suas horas vagas. Apesar do talento nato, estuda cinco anos no Conservatório Giuseppe Verde, em Milão. A partir de 1983, dedica-se totalmente ao jazz, participando de uma série de festivais, shows em rádio e televisão e recebendo uma série de prêmios, como o New Talent Prize da XI Musical Review, em 1987, e o Four Roses Prize, em 1991, como pianista do ano. Sua colaboração com músicos do jazz é intensa, trabalhando com artistas como John Abercrombie, Gary Bartz, Billy Cobham, Ronnie Cuber, Chico Freeman, Richard Galliano, Antonio Hart, Lee Konitz, Bireli Lagrene, Didier Lockwood, Tony Scott, Buster Williams e Branford Marsalis, que muitas vezes o convidou para substituir Kenny Kirkland em seu conjunto. Embora reconheça a influência inicial de John Williams, pianista que trabalhou com músicos como Stan Getz e Phil Woods, Faraò demonstra hoje estilo próprio, virtuoso e sutil, constituindo um dos discursos mais interessantes do piano jazz atual, tanto em solo quanto em trio. Como diz o trompetista e parceiro Franco Ambrosetti, Faraò utiliza sua energia criativa para inovar, embora sempre mantendo um profundo respeito pelos grandes mestres do passado. Combinando sua sensibilidade mediterrânea com um profundo conhecimento da chamada "black piano tradition", Faraò não é apenas mais um menino prodígio que optou pelo jazz: em 1998, convidado pelo próprio Martial Solal, vence um dos mais prestigiados concursos de piano da Europa, o Concours Martial Solal, patrocinado pela cidade de Paris e do qual somente participam os melhores pianistas do mundo. Para os amigos fica a faixa Caravan , retirada do álbum Thorn, gravado em 2000 e lançado em 2001 pela Enja, com Chris Potter (ss, ts), Drew Gress (b) e Jack DeJohnette (d). Caso algum argonauta queira se aventurar nestas águas, recomendo o álbum Black Inside, lançado em 1998 pela Enja. Trata-se de seu primeiro álbum como líder, em excelente trio: o contrabaixista Ira Coleman, que já trabalhou com Branford Marsalis, Monty Alexander, Tony Williams, Mulgrew Miller e Barney Wilen e o baterista Jeff "Tain" Watts, que já atuou com gente como Wynton e Branford Marsalis, Betty Carter, Sonny Rollins, Stephen Scott, Geri Allen e McCoy Tyner. Para quem gostaria de imaginar o que Bill Evans andaria fazendo se estivesse vivo, Black Inside é uma excelente sugestão.
12 comentários:
tentarei ouvir o disco indicado. O modus operandi do pianista é honesto e seguro. Dejohnette está muito na cara.
mr.lester,
compará-lo ao master bill evans é exagero...ma chesto ragatzzo tira um som muito bacanudo do piano e improvisou pra caramba nesse registro de 'caravan'.
parabéns pelo post e dica...
abraçsons gélidos e siberianos
Prezado Mestre Pituco, talvez eu tenha exagerado na comparação. Mas, caso tenha tempo, confira os álbuns do rapaz. Acredito que você ficará com excelente impressão.
Grande abraço, JL
dedos sinistros
Mr. Lester,
Inspiradíssimo, meu capitão.
Tenho acompanhado, não sem uma boa dose de perplexidade, a avassaladora safra de postagens (sim, sim, sim, viva o apagão - e prefiro as mulheres acústicas às elétricas).
O Faraò não conhecia, mas vem recomendadíssimo - a listinha continua a crescer!!!
Abração!
Mr. Lester,
como sempre excelente escolha. Grandes musicos e gravação de altissima qualidade.
Quanto a comparações : é facil entender o que o Sr. quis dizer quando mencionou Bill Evans ,ele é a grande influencia dos pianistas contemporaneos,os bons ,esta claro. E Antonio Faraò tem ,sim, muita influencia de Bill Evans,alem de outras, mas destaque-se seu som proprio e sua concepção harmonica.
Ao amigo Salsa:
pra quem acha Art Blakey "esporrento" ,como voce disse com todas as letras, bateria deve ser algo muito estranho . Agora é a bateria de Jack DeJohnette que "esta muito na cara". Pelo visto voce deve gostar daqueles discos em que praticamente não se ouve bateria,ou o baterista nada tendo a acrescentar prefere ficar no discreto e seguro feijão com arroz. Compreendo que existem aqueles ,que por se atrapalharem sozinhos com seus instrumentos, preferem bateristas "silenciosos",que funcionam como simples metronomos. Lembro que ha um ditado que diz que para o mau f.... até os c.... atrapalham.
Abraços
Amigos, façamos a paz.
Grande abraço, JL.
Achei muito bom! Só o solinho inicial do Jack já vale...
Tandeta, vc sabe, existem realmente alguns bateristas "esporrentos" o tempo todo; mas muita gente tb confunde "esporro" com uma interpretação vibrante, suingada, com toques firmes nos momentos certos, realçando as nuances ritmicas e melódicas do tema. Uma coisa é "bater", outra coisa é "tocar" a bateria, não acha?
Abração!
Parece que as piramedes vão cair.Farao é assim mesmo.Ainda bem que fiquei fora dessa. "Atiçou o sr.Tandeta, leva baquetada". Para os entendidos de bateria só posso dizer que Art Blakey sabia ser vigoroso quando a música assim o exigia e sabia ser também lírico e sereno em outras oportunidades. Um dos poucos que elaborava seus solos com início, meio e fim. E viva Blakey, Manne, Morelo.....
Mr. Leter,
pelo respeito que tenho pelo Sr. e pelo apreço pelo blog é que vou encompridar essa conversa.
Por partes:
1)não estou em guerra com ninguem
2)Olney,meu amigo,acho que voce pegou o bonde errado
3)Predador: voce disse que estava fora mas felizmente isso não aconteceu ja que voce é uma das atrações dos comentarios do Jazzseen.
Abraços
Que bom você mencionar aqui este pianista que tanto aprecio, Lester. Tenho este cd "Thorn" desde que saiu e gosto bastante.
Um abraço
Um amigo costuma dizer (brincando, obviamente) que fala com os bateristas sempre de arma em punho porque eles tendem a ser muito agressivos. Relaxa, camarada. A vida é bela e o som vai continuar a rolar.
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