21/11/2010

Professor: Clifford Jordan

Nascido em Chicago, no dia 2 de setembro de 1931, Clifford Jordan inicia ainda criança os estudos de piano. Aos 13 anos, sob forte influência de Lester Young, passa a tocar o saxofone tenor. Estudante do lendário colégio DuSable, é lá que conhece outros alunos ilustres, como os saxofonistas Johnny Griffin, John Gilmore e John Jenkins. Após algumas experiências informais em bandas locais de R&B, aos 26 anos Cliff parte para New York, onde inicia de fato sua carreira profissional: é contratado para integrar a banda de Max Roach, substituindo ninguém menos que Sonny Rollins. Ainda em 1957, substitui Hank Mobley no quinteto de Horace Silver e, com uma sonoridade menos rude que a de Sonny Rollins e com um fraseado menos complexo que o de John Coltrane, seu discurso musical chama imediata atenção das gravadoras, o que o leva a gravar três álbuns para a Blue Note. Em 1959, Cliff é contratado por J. J. Johnson, com quem permanece até 1961, quando passa a integrar a banda de Kenny Dorham. Após um novo período com Max Roach, em 1963 inicia sua colaboração com Eric Dolphy, onde realiza experiências com o saxofone soprano. Em 1964, os dois partem em turnê pela Europa, integrando um dos melhores grupos de Charles Mingus, ao lado de Johnny Coles (t), Jaki Byard (p) e Dannie Richmond (d). Em 1965, Cliff presta homenagem ao bluesman Leadbelly, gravando o pouco conhecido álbum These Are My Roots, para a Atlantic. 

Nas décadas seguintes, Clifford realiza uma série de turnês pela Europa, ao mesmo tempo em que grava regularmente, seja como líder, seja ao lado de músicos como Cedar Walton, Slide Hampton, Barry Harris e Junior Cook. Além disso, consolida sua reputação como compositor, arranjador e professor. Apesar das arriscadas aventuras musicais que experimentou com músicos do free jazz, como Don Cherry, Clifford nunca esqueceria suas sólidas origens no blues e no bebop, daí seu discurso musical ter permanecido sempre acessível e sedutor. Clifford morreu em New York, no dia 27 de março de 1993. Para os amigos, deixo  uma sugestão discográfica e a faixa  Beyond the Blue Horizon , retirada do álbum Cliff Jordan, gravado para a Blue Note em 1957. Com ele estão, na ordem dos solos, Lee Morgan (t), Curtis Fuller (tb), John Jenkins (as), Ray Bryant (p), Art Taylor (d) e, no suporte discreto e preciso, Paul Chambers (b).















Blowing in from Chicago - 1957 - Blue Note 9205 - Primeiro álbum como líder, constitui ótima introdução para aqueles que pretendem conhecer o estilo inicial de Cliff. Acompanhado pelo também excelente tenorista John Gilmore, um dedicado discípulo de Sun Ra, Cliff recebe o suporte  perfeito de Horace Silver (p), Curly Russell (b) e Max Roach (d).

Spellbound - 1960 - Riverside OJCCD-766-2 - Com quatro composições de sua autoria e ainda sem as influências de vanguarda que receberia mais tarde de Charles Mingus, Cliff apresenta nas sete faixas desse álbum um total domínio da linguagem  Hard Bop, do qual torna-se um dos estilistas mais destacados. Com ele estão Cannonball Aderley (as), Cedar Walton (p), Spanky DeBrest (b) e Albert 'Tootie' Heath (d).

Live at Ethell's - 1987 - Mapleshade 6292 - Passada a turbulência experimental dos eletrônicos anos 1970, Clifford volta ao bom e velho e acústico Hard Bop, sem abrir mão de um discurso contemporâneo, instigante e, ao mesmo tempo, equilibrado. Com ele estão Kevin O'Connell (p), Ed Howard (b) e Vernel Fournier (d). Outro excelente álbum do período seria Royall Ballads, gravado em 1986 para a Criss Cross.

17 comentários:

Salsa disse...

Pedida das boas, mr. Lester. E o seu Flu fazendo a festa...

pituco disse...

master lester,

sonzaço...valeô

abraçsons alviverdes
ps.que dilema...rs

John Lester disse...

Prezados amigos, confesso que minha relação direta com o futebol sempre foi desastrosa: só jogava quando a bola era minha.

Quanto ao Fluminense, foi coisa de meu tio: enfiou uma camisa do Fluminense em mim e levou-me para escalar as arquibancadas do Maracanã. E, de fato, para uma criança de três anos, as cores do Fluminense eram mais atraentes que as do Botafogo. Um a zero.

Somente vinte anos mais tarde, ao saber que Jô Soares também era tricolor, foi que voltei ao Maracanã. Dessa vez para ouvir o AC/DC.

Devo confessar que não entendo, nem pretendo entender, nada de futebol. Por mim, todos os envolvidos nesta negociata deveriam ser condenados a trabalhos forçados em alguma colonia agrícola. Mas a democracia impede constitucionalmente os trabalhos forçados no Brasil. Lamentável!

Viva a seleção argentina!!!

Anônimo disse...

Прикольная новость, как долго ожидать публикации нового материала и вообще стоит ожидать ?

Érico Cordeiro disse...

Mestre John Lester,
Saindo agora da sala de audiências, depois de uma pauta nada amistosa e passando apenas para saudar os amigos, pedir desculpas pela ausência prolongada e registrar o recebimento do belíssimo álbum do Lennie Niehaus.
Abraços a todos!

Anônimo disse...

Beleza...Ñ conhecia

John Lester disse...

Prezado Mr. Cordeiro,

Sua ausência prolongada causou uma espécie de vazio em nosso blog.

Suas observações, sugestões e críticas sempre enriqueceram o Jazzseen e seu retorno é sinal de que a paixão pela música pode superar qualquer obstáculo.

Creio que o prêmio do Desafio Jazzseen 2010 raramente poderia estar em melhores mãos.

Grande abraço, JL.

Internauta Véia disse...

Que bom Jazzseen com boas resenhas,grandes músicos e som de primeira!

Beleza...

John Lester disse...

Bom saber que a Internauta Véia retornou ao espaço virtual.

Grande abraço, JL.

PREDADOR.- disse...

O Cliff Jordan, objeto do comentário inicial, foi o disco doado por mr.Lester em um "famigerado" blindfold test realizado na reunião do Clube das Terças-feiras, para quem acertasse qualquer dos músicos do septeto. Com umas "carrapetas" improvisadas começamos a ouvir as músicas. Não demorou muito, pois o sopro de Curtis Fuller é inconfundível, acertei e ganhei numa boa. Ótimo disco por sinal. Que venham mais testes mr.Lester !!!

John Lester disse...

Predador e sua orelha absoluta!

Grande abraço, JL.

figbatera disse...

Alô pessoal, alguém sabe que fim levou o "edú" antigo comentarista e autor de algumas postagens aqui?
Tá sumido, né?

Carioca da Vila disse...

Sumiu...

MJ FALCÃO disse...

Também vim até aqui...
Abraço do falcão amigo

John Lester disse...

Mestre Olney, realmente nosso amigo Edù desapareceu. Espero que esteja bem.

E obrigado pela visita Miss Falcão.

thiago disse...

tenor sinistro

Anônimo disse...

valeu Lester
tb sinto falta do Edu...q partiu, elegantemente, á francesa...