13/05/2006

A condição humana II


Quando estiveres desesperado não fraqueje, pois nada é tão ruim que não possa ficar pior. É assim que é. O limbo. Mas, estando já mortificado e à espera que Cérbero desocupe as portas do Hades, em ali estando à toa, procure uma passatempo. Eu leio livros e ouço discos. Nesses momentos, quando nada mais parece valer a pena, pode acontecer de você esbarrar num disco como esse que agora ouço, de uma cara que traz a esperança no nome: Elmo Hope. Já falei (escrevi) em outro lugar (no contraovento) que os pianistas me incomodam. Nem sempre. Hope era um amigo próximo de Monk e Bud Powell e, dizem, influenciou a ambos. O disco: The all stars sessions. Se quiseres saber quem são as estrelas, lá vai: John Coltrane, Donald Byrd, Hank Mobley, Frank Foster, Blue Mitchell, Philly Joe Jones e Paul Chambers e Percy Heath. A ironia é que St. Elmo Sylvester Hope não escapou à maldição que circundava os jazzistas. Segundo um comentarista da Amazon: "Elmo was one of the damned who never climbed out of the New York jazz scene's cycle of shadows: racism, drugs, and low social esteem. He was also weakened by chronic respiratory infections and died of pneumonia in '67 [...] and he was one fallen star in the golden blackness of jazz". Pois é, o atrito com a aspereza do mundinho cão às vezes gera sons que muito se distanciam dos gritos de desespero e horror. Rest in peace.

3 comentários:

Anônimo disse...

Elmo Hope é formidável.

Parabéns pelo blog.

Anônimo disse...

Isso Salsa. Elmo Hope é a nossa esperança bop. O tempo no jazz não existe. Hope é, e, não, foi. Powell, Monk; isso mesmo Salsa.Como diria Luiz Paixão, essa turma é muito boa. E o Jimmy Heath, esqueceu de citá-lo, elogiá-lo ? Qual o repertório do dito ?

Anônimo disse...

É vero,sêo Cretino, Jimmy Heath tá lá. São onze faixas: Weeja, polka dots and moonbeans, On it, Avalon, A kiss for my love, Eyes so beautiful as yu, Moe jr, one mo' blues, la berthe, homecoming, imagination.