18/06/2006

Carregando o piano


Resolvido o problema da tese, ficou aquele lusco-fusco ocasionado pela falta do stress. Às vezes isso acontece: a gente se acostuma com a pressão e demora um tempinho pra voltar para aquele clima de rede baiana. Meio sem assunto, fiquei folheando o velho Guia do jazz, de Sergio Karam, que o Reinaldo me emprestou. Serve-me para ler um pouco sobre os músicos que eu não conheço (a grande maioria) e, de vez em quando, eu até arrisco uma audição de algum que eu consigo quando lanço a rede na rede. Foi o caso da pianista Joanne Brackeen. Como eu fiquei sabendo que ela já havia trabalhado com Dexter Gordon, Charles Lloyd (figuraça!), Art Blackey, Stan Getz e Joe Henderson (preciso me habituar a ler a ficha técnica dos meus discos - vários do período citado por Karam estão na minha discoteca), resolvi dar uma conferida no seu trabalho solo. Descolei o cd Six Ate e estou ouvindo nesse momento. Logo de cara é perceptível a acentuação percussiva de sua mão esquerda e não menos na mão direita. Em determinados momentos fica a impressão de rolar uma daquelas gravações em vários canais (primeiro a base, depois o solo, depois algumas inversões harmônicas e por aí vai) ou, quem sabe?, ela tem quatro ou seis mãos, de tão eloqüente que é a sonoridade que ela tira do piano. A inventividade presente nas frases de seus solos indicam uma pianista de primeira linha. O resultado final me agradou (só não gostei da segunda faixa: Circles). Se continuar desse jeito, serei obrigado a rever o meu conceito sobre trios liderados por pianistas. Deixei a faixa Nefertiti no gramophone para vocês conferirem.

10 comentários:

Anônimo disse...

Putz, que blog heim. Valeu mesmo.

Anônimo disse...

Excelente seleção.

Parabéns aos criadores do jazzseen.

Anônimo disse...

Vocês não gostam do Miles Davis não? Gostaria de ouvir alguma coisa dele aqui no Jazzseen.

Obrigado.

Salsa disse...

Prezados Alberto, Augusto e Letícia, em primeiro lugar brigadão pela presença. O Miles é um pouco injustiçado pelo blog (recentemente ele ganhou o troféu Jazz Air Musicians, promovido por nós), mas, em breve, como uma defesa do escorraçado músico,publicaremos alguns comentários sobre a sua significativa obra.

Anônimo disse...

Uai, ocês vão falar de Miles? Untão o blog é di róqui ?

Salsa disse...

O grande vencedor do Jazz Air Musicians Awards merece.

Anônimo disse...

Nada como acordar e ouvir o jazzseen.....

delicia

Salsa disse...

Acho que vou parar de colocar música no gramophone: ninguém dá nenhum palpite sobre o som , pô.

Anônimo disse...

Tá bom, lá vai um palpite, pô.

Acabamos, Clara e eu, de ouvir (pela enésima vez na vida?) Summertime com Art Pepper. Essa é uma versão desmistificadora do tema. Pois meu amigo Garibaldi, dando uma de psicólogo, já assinalou: só alguém que foi rejeitado pela mãe ainda no ventre pode interpretar desse modo angustiado um tema que para todos os efeitos é uma cantiga de ninar.

Anônimo disse...

Essa mulher tá louca, nervosa, carente. Deixa o Nerfetiti pro Hancock que já fica de bom tamanho.