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Assim como há quem goste de malucos, há quem goste de cegos, essas estranhas criaturas que vêem o mundo de forma muito particular. O jazz, eu não saberia dizer o porquê, está repleto de músicos malucos e cegos. O pianista mais poderoso do jazz, Art Tatum, era cego. O incomparável pianista branco Lennie Tristano, era cego. Roland Kirk, o descontrolado malabarista do sopro, que tocava três saxofones de uma só vez, era cego. Há uma infinidade de outros grandes músicos cegos no jazz, mas hoje voltamos nossos olhos, e principalmente nossos ouvidos, para o saxofonista Eric Kloss que, em minha visão auditiva, é um dos melhores saxofonistas brancos da fase denominada hard-bop. Sim, infelizmente o jazz sempre conviveu com essa insana mania de utilizar quatro prateleiras esquisitas para acondicionar seus músicos: numa coloca os músicos negros, noutra os brancos, na terceira, os músicos que fazem sucesso e, na quarta, os músicos marginais. Quase sempre, se o camarada é branco e faz sucesso, ele é apedrejado por todos (Benny Goodman, por exemplo). Quando é negro e faz sucesso, é apedrejado por alguns (Louis Armstrong, por exemplo). Quando é branco e marginal, recebe algum afeto (Bix Beiderbeck, por exemplo). Quando é negro e marginal, torna-se um gênio aclamado do jazz (Lester Young). Na verdade, são todos grandes músicos e não deveriam ser catalogados de maneira tão estanque. Proponho, então, armazená-los em novas prateleiras. O Jazzseen cria, aqui e agora, a prateleira dos músicos cegos, um espaço onde depositaremos estranhas criaturas que, impossibilitadas de ler partituras e cifras, retiram sua música do ar. Para mim, um saxofonista frustrado, parece ainda mais incrível a existência de seres que, sem o auxílio dos olhos, fazem uma música incrivelmente complexa e bonita. Afinal, que estranho dom é esse, meu Deus?
Não resta dúvida: gosto de músicos cegos. Eles parecem confirmar aquela velha teoria de que o jazz foi feito de ouvido, criado por músicos pobres e que não sabiam ler música e que tocavam instrumentos velhos e defeituosos. De improviso, tentavam repetir os sons que agarravam no ar e, adaptando-os, criaram essa coisa única chamada jazz. Por essas e por outras, somente me restam duas opções: ir ao Jazz No Seen ali em cima, à direita, e ouvir Eric Kloss ou ir terça-feira, às 20:00, no Balacobaco, ouvir Mr. Salsa. Fica logo ali na Praia do Canto. Espero por você.
Assim como há quem goste de malucos, há quem goste de cegos, essas estranhas criaturas que vêem o mundo de forma muito particular. O jazz, eu não saberia dizer o porquê, está repleto de músicos malucos e cegos. O pianista mais poderoso do jazz, Art Tatum, era cego. O incomparável pianista branco Lennie Tristano, era cego. Roland Kirk, o descontrolado malabarista do sopro, que tocava três saxofones de uma só vez, era cego. Há uma infinidade de outros grandes músicos cegos no jazz, mas hoje voltamos nossos olhos, e principalmente nossos ouvidos, para o saxofonista Eric Kloss que, em minha visão auditiva, é um dos melhores saxofonistas brancos da fase denominada hard-bop. Sim, infelizmente o jazz sempre conviveu com essa insana mania de utilizar quatro prateleiras esquisitas para acondicionar seus músicos: numa coloca os músicos negros, noutra os brancos, na terceira, os músicos que fazem sucesso e, na quarta, os músicos marginais. Quase sempre, se o camarada é branco e faz sucesso, ele é apedrejado por todos (Benny Goodman, por exemplo). Quando é negro e faz sucesso, é apedrejado por alguns (Louis Armstrong, por exemplo). Quando é branco e marginal, recebe algum afeto (Bix Beiderbeck, por exemplo). Quando é negro e marginal, torna-se um gênio aclamado do jazz (Lester Young). Na verdade, são todos grandes músicos e não deveriam ser catalogados de maneira tão estanque. Proponho, então, armazená-los em novas prateleiras. O Jazzseen cria, aqui e agora, a prateleira dos músicos cegos, um espaço onde depositaremos estranhas criaturas que, impossibilitadas de ler partituras e cifras, retiram sua música do ar. Para mim, um saxofonista frustrado, parece ainda mais incrível a existência de seres que, sem o auxílio dos olhos, fazem uma música incrivelmente complexa e bonita. Afinal, que estranho dom é esse, meu Deus?
Não resta dúvida: gosto de músicos cegos. Eles parecem confirmar aquela velha teoria de que o jazz foi feito de ouvido, criado por músicos pobres e que não sabiam ler música e que tocavam instrumentos velhos e defeituosos. De improviso, tentavam repetir os sons que agarravam no ar e, adaptando-os, criaram essa coisa única chamada jazz. Por essas e por outras, somente me restam duas opções: ir ao Jazz No Seen ali em cima, à direita, e ouvir Eric Kloss ou ir terça-feira, às 20:00, no Balacobaco, ouvir Mr. Salsa. Fica logo ali na Praia do Canto. Espero por você.
10 comentários:
A sapiência popular: "Furaro zóio do açu preto (assum preto?) pra ele assim cantar meió".
Esse jazzseen...
Obrigado por existir!
Quando eu tiver oitenta eu espero poder tocar como ele tocou, aos dezessete, o tema Softly as a morning sunrise.
Vou ouvir o Salsa
John, você sabe se o André vai estar lá no Balacobaco nessa próxima terça, dia 18???
rs
Eu me guio pela curiosidade e pelo meu ouvido. O que eu gosto eu tento guardar em ordem alfabética, mas a desordem prevalece.
isso.
Nada como acordar e ouvir o jazzseen...
Eu vou!
Te encontro lá...
Beijo
Entrei em contato com o André, do Clube das Terças, e fiquei sabendo que ele está de plantão hoje, dia 18/07, não podendo comparecer ao Balacobaco. Disse que fica para a próxima terça.
JL.
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