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Às vezes descubro-me como sinal da indigência da cultura local (um entre outros,
of course). Explico-me: Só em
2002, quase
quarenta anos depois do êxodo do camarada, fiquei sabendo da existência do excepcional músico
Moacir Santos. Foi nesse ano que eu encontrei o disco
Ouro negro por um preço, à época, bastante acessível (uma bela produção em homenagem ao pernambucano, patrocinada pela Petrobrás - enfim, restou-me a dúvida: se o título do disco era uma homenagem ao
Moacir ou à Petrobrás). Um colega mais rodado (creio que foi o
Acir, do blog
contraovento) falou-me do disco
Coisas que, catapultado pela homenagem, havia sido relançado e eu rapidamente dei um jeito de adquiri-lo. Recentemente, outro festejado lançamento:
Choros & alegrias. Parece que o camarada respirou música desde o seu nascimento. Como sempre acontece, o nordestino rapidamente conquistou o sudeste (deu aula pra deus e pro mundo), fez trilhas sonoras para filmes laureados e, por fim, picou a mula pra
estranginávia, destino de boa parte dos nossos grandes músicos. E foi lá fora que ele gravou um disco impressionante (mantém uma sonoridade híbrida, fruto dos trópicos e do canibalismo daquelas tribos que povoavam a sua região natal acrescido da técnica erudita e do jazz ianque):
Maestro, lançado pela
Blue note em
1972. Um monte de músicos se alternaram na gravação das faixas (
Frank Rosolino,
Joe Pass,
Clare Fischer,
Sheyla Wilkinson [que divide os vocais com o vozeirão de
Moacir em
Nanã] e por aí vai - a ficha técnica não dá o nome de todos que participaram das gravações). Esse disco, até onde eu sei, mantém-se no formato LP. Consegui uma cópia através de uma boa alma e de nome estranho que freqüenta o blog:
Mr. Jacyntho Pinto Souto, a quem agradeço publicamente. Como de praxe, deixarei uma faixa (difícil é escolher apenas uma) no
Gramophone by Salsa.
5 comentários:
Mr. Salsa, até agora (13:00) não consegui ouvir o Moacir.
Coloca o som aí pra nós!
tá lá.
Esse é o primeiro disco do Moacir em terras estrangeiras. Bom paca. Toca Nanã, a coisa n.5. É engraçado ouvi-lo explicando sua fonte de inspiração, e a mulher canta bem.
Providenciarei.
Como faço para ouvir "Ouro Negro"?
Não conseguí achar...
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