13/07/2006

Sorry periferia

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Atendendo à sugestão de um nosso visitante, cá está Tico Tico No Fubá. Só não vai ser com Parker, vai ser com Paulo. Primeiro porque a proposta nasceu de celeuma filosófica essencialmente brasiliana: quando os outros roubam, cometem crime hediondo – quando nós roubamos, cometemos um pequeno deslize. É o velho tema que gira em torno da falta de espelho nos lares brasileiros. Segundamente, porque descobrimos, também através de uma navegante generosa, que o jazz não é real. E não podia ser mesmo: não há como alguém tocar como Paulo Moura, exceto em sonho ou fantasia. Nosso saxofonista mostra que envelhecer nem sempre significa estagnar, recrudescer, definhar. Envelhecer pode significar estar mais no mundo, expandir, sonhar. É assim que Paulo faz em duo com o pianista Cliff Korman no cd Mood Ingenuo. Misturando Pixinguinha com Ellington, a dupla tem a capacidade de transformar a realidade em puro sorriso. Elio Gaspari? Ibrahin Sued? Lula? FHC? Sei não... Prefiro ir até o Gramophone By John Lester (acima, à direita) e ouvir Paulo tocando Tico Tico e o medley Pixinguinha & Ellington. Como diria Ibrahin: “Sorry periferia. Ademã que sigo em frente”.

Nota: Ibrahin Sued era jornalista.

9 comentários:

Anônimo disse...

Esse é um herói.Sentiu o fraseado do rapaz?

Salsa disse...

Esse eu não tenho. Quando eu escrevia para o blog do Acir (contraovento) eu comentei o excepcional K-ximblues. Ambos merecem um lugar na cedeteca.

Anônimo disse...

O mestre Moura tem que ir pra Itália gravar um disco desse ao vivo. Que disco...

Anônimo disse...

Que bom!

Anônimo disse...

Beleza de música, beleza de blog. Parabéns ao Jazzseen.

Anônimo disse...

Vocês podiam colocar umas coisas mais modernas no blog?

Obrigada.

John Lester disse...

Prezada Cláudia, comprometo-me pessoalmente em atender seu pedido. Em breve escreverei sobre algumas novidades que estão rolando no jazz. De bandeja colocarei algumas faixas no Salad By Jazzseen para que você possa dar sua opinião.

Atenciosamente, John Lester.

Anônimo disse...

Naum entendi nada da resenha mais gostei assim msm hehe

bju

Anônimo disse...

Ibrahin foi nosso maior intelectual. Pena não fosse alfabetizado...