Nossa mente é realmente uma caixinha de surpresas: lá estava eu, refestelado num velho sofá e vendo estarrecido um candidato ao governo do ES sacolejar irritantemente as mãozinhas de um lado para o outro – creio que alguns candidatos são amestrados a gesticular, como que com isso conseguissem dar alguma credibilidade às asneiras que nos contam. Bem, vendo aquelas mãozinhas hediondas balançando ridiculamente de um lado para o outro, lembrei dos maestros e dos flautistas. Claro que os movimentos das mãos dos maestros e flautistas têm utilidade e razão de ser, ao contrário dos movimentos que os políticos têm feito no horário eleitoral, seguindo certamente a orientação de algum ultrapassado especialista em comunicação. Talvez tenham lhes dito que nós, pobres eleitores, somos todos idiotas e gostamos de ver um discurso vazio cheio de gestinhos insuportáveis. Mas é isso: sabendo que alguns maestros são capazes de reger apenas com o olhar, porque um político precisa sacudir tanto as mãozinhas para pedir um voto? A impressão que fica é a seguinte: já que eles não têm nada relevante a nos dizer, que ao menos o discurso vazio seja bem recheado de gestos sem qualquer swing. Pois bem: revoltado, desliguei a TV e fui pegar alguma coisa de um desses caras que balançam as mãos para produzirem algo que vale a pena: arte, prazer e música da mais alta qualidade: Frank Wess, um desses gigantes esquecidos do jazz. Aos navegantes que gostariam de atropelar todas essas marionetes insuportáveis que têm aparecido no horário eleitoral, deixo as faixas Stella By Starlight e Star Eyes do excelente álbum Frank Wess Quartet, gravado em 1960, com Tommy Flanagan (p), Eddie Jones (b) e Bobby Donaldson (d). É logo acima, ali no Gramophone Jazzseen.
22/09/2006
A mãozinha do Paulo
Nossa mente é realmente uma caixinha de surpresas: lá estava eu, refestelado num velho sofá e vendo estarrecido um candidato ao governo do ES sacolejar irritantemente as mãozinhas de um lado para o outro – creio que alguns candidatos são amestrados a gesticular, como que com isso conseguissem dar alguma credibilidade às asneiras que nos contam. Bem, vendo aquelas mãozinhas hediondas balançando ridiculamente de um lado para o outro, lembrei dos maestros e dos flautistas. Claro que os movimentos das mãos dos maestros e flautistas têm utilidade e razão de ser, ao contrário dos movimentos que os políticos têm feito no horário eleitoral, seguindo certamente a orientação de algum ultrapassado especialista em comunicação. Talvez tenham lhes dito que nós, pobres eleitores, somos todos idiotas e gostamos de ver um discurso vazio cheio de gestinhos insuportáveis. Mas é isso: sabendo que alguns maestros são capazes de reger apenas com o olhar, porque um político precisa sacudir tanto as mãozinhas para pedir um voto? A impressão que fica é a seguinte: já que eles não têm nada relevante a nos dizer, que ao menos o discurso vazio seja bem recheado de gestos sem qualquer swing. Pois bem: revoltado, desliguei a TV e fui pegar alguma coisa de um desses caras que balançam as mãos para produzirem algo que vale a pena: arte, prazer e música da mais alta qualidade: Frank Wess, um desses gigantes esquecidos do jazz. Aos navegantes que gostariam de atropelar todas essas marionetes insuportáveis que têm aparecido no horário eleitoral, deixo as faixas Stella By Starlight e Star Eyes do excelente álbum Frank Wess Quartet, gravado em 1960, com Tommy Flanagan (p), Eddie Jones (b) e Bobby Donaldson (d). É logo acima, ali no Gramophone Jazzseen.
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4 comentários:
Muito bem observado, Mr. Lester. O diretor de arte e os artistas do cenário político não têm uma classificação conhecida, ou seja, são desclassificados. O que ainda nos dá algum prazer é ouvir peças como as interpretadas por Wess e cia. Beleza pura.
Beleza de blog!!!
Eu adoro as mãozinhas do Paulo. São tão expressivas. Dá vontade de xorá.
Nós fomos para Mendoza con um grupo de amigos numa viagem organizada pela operadora de turismo MENDOZA HOLIDAYS (www.mendozaholidays.com). Tivemos oportunidade de visitar as vinícolas onde escutamos música clássica e jazz no chamado caminho do vinho em semana santa, maravilhosas!!, e tambem experimentamos vinhos muito gostosos. , quero expressar minhas recomendações sobre esta viagem
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