O segundo show da primeira noite do Tim Festival de Vitória foi, no mínimo, controverso. Os jovens, após alguns apelos da dupla de cantoras Talma e Becker, partiram pra dança. Nesse sentido, a Orquestra Imperial até que fez o seu rebuliço. Mas se nos ativermos à proposta musical aí o bicho pega. O grupo faz um apanhado até interessante de clássicos da mpb e mescla com composições próprias e hits da música pop internacional, mas os arranjos e a performance não alcançaram um patamar que provoque maiores emoções. O jogo cênico, marcado pela tentativa de uma ironia blasé, creio eu, pretendia injetar o desprendimento juvenil na interpretação dos temas escolhidos. O problema é que isso fica ao encargo apenas das duas meninas e da presença um tanto, digamos, estravagante de Bebel Gilberto. O restante da orquestra (?), principalmente os seis ou sete que ficavam ao fundo tocando percussão, destoavam completamente da desenvoltura das meninas. Moreno Veloso até que cantou uns temas bacanas e conseguiu desequilibrar Bebel (sem muito esforço - se foi intencional, ele tem o meu apoio) que quase se esborrachou no palco. O problema maior ficou por conta do som: era muita gente para pouco resultado. Fico imaginando o emaranhado de fios sendo pisoteados no palco. Se eles passaram o som, os técnicos se perderam. Enfim, choveu microfonia e ruídos provenientes de um cabo danificado e não identificado que se manteve por todo o show (?). A proposta pode até se tornar interessante se a rapaziada investir mais um pouco na produção e nos arranjos. Não gostei.
Um comentário:
Para quem, como eu, esperava um desastre completo, até que o pelotão não soou tão mal assim (tirando os curto-circuitos, é claro). Em certos momentos cheguei a pensar que as três meninas transariam no palco. Mas que nada, apenas rolaram pelo chão.
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