04/11/2006

Epitáfio Em Dó Maior

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Outro dia, enquanto ouvia Paulinho da Embratel tocando seu trompete, fiquei pensando no porque todos falarem com entusiasmo de Dizzy Gillespie, Lee Morgan, Chet Baker, Booker Little, Clifford Brown e, vejam só, até mesmo do Miles Davis trompetista, mas nunca falarem nada sobre o monstruoso horn de Maynard Ferguson. Seria porque era canadense? Creio que não, afinal Oscar Peterson também era. Talvez porque fosse branco. Mas não importa: Ferguson se despediu daqui em agosto de 2006, com 77 anos muito bem vividos. Deixando de lado sua técnica perfeita, sua imaginação veloz para o improviso e sua incansável luta para manter vivas suas incontáveis big bands, vamos nos contentar em verificar alguns dos bons momentos de sua carreira, marcada por grande originalidade e autonomia – ele nunca se prendeu a um estilo ou moda para assegurar uma aposentadoria gorda e tranqüila. Como os amigos argonautas poderão verificar no gramophone abaixo, Ferguson tinha a humilde mania de deixar seus companheiros de equipe tocarem, embora tivesse fôlego de sobra para tocar sozinho durante horas ou, quem sabe, dias seguidos. Além do agudo inigualável de Ferguson, vale destacar o sax alto de Lanny Morgan na faixa Cherokee e o trombone de Tom Garling em It's The Gospel Truth. Para terminar, fechamos com One O’Clock Jump, para você não esquecer de adiantar seu relógio hoje à meia noite. Boa audição!

4 comentários:

Salsa disse...

Muito boa a sacada da hora ;-)

Anônimo disse...

É pra adiantar ou atrasar uma hora?

Anônimo disse...

Gosto mais do Chet Baker

John Lester disse...

Então vc vai gostar do Tom Harrell. Se der, ouça o disco These Rooms, com o guitarrista Jim Hall. Coisa fina Carla.

JL.