Descobri uma lacuna considerável em minha discoteca: eu nada tenho da pequena discografia de Wardell Gray como band leader. Ouvi algumas poucas faixas que eu encontrei na web, que me deixaram fissurado para conseguir uma cópia, que seja. Uma das faixas que eu ouvi - The Hunt - parece que foi gravada em um boteco durante uma animada sessão que contou com a participação de Dexter Gordon. O clima estava pra lá de animado (aquela estória de gritos, risos, copos e garrafas estilhaçando - não sei se no chão ou se nos "córneos" de algum freqüentador do recinto) e a rapaziada soltou as frangas sem nenhum pudor. Eu já havia ouvido falar das jams com Gordon e Teddy Edwards, mas não tive acesso às gravações. Como sempre, o cara morreu jovem (34) e "misteriosamente", segundo a biografia do All music (que deixo na íntegra para vocês):
"Wardell Gray was one of the top tenors to emerge during the bop era (along with Dexter Gordon and Teddy Edwards). His Lester Young-influenced tone made his playing attractive to swing musicians as well as younger modernists. He grew up in Detroit, playing in local bands as a teenager. Gray was with Earl Hines during 1943-1945, recording with him (1945). That same year, he moved to Los Angeles and he became a major part of the Central Avenue scene, having nightly tenor battles with Dexter Gordon; their recording of "The Chase" was popular. Gray recorded with Charlie Parker in 1947 and yet his style appealed to Benny Goodman, with whom he played the following year. Among his own sessions, his solos on "Twisted" (1949) and "Farmer's Market" (1952) were turned into memorable vocalese by Annie Ross a few years later. Back in New York, Gray played and recorded with Tadd Dameron and the Count Basie septet and big band (1950-1951); "Little Pony," his showcase with the Basie orchestra, is a classic. Gray was featured on some Norman Granz jam sessions ("Apple Jam" has a particularly heated solo) and recorded with Louie Bellson (1952-1953). Ironically, Wardell Gray, who in the late '40s was an inspiration to some younger musicians due to his opposition to drug use, himself became involved in drugs and died mysteriously in Las Vegas on May 25, 1955, when he was just 34."
Agradeço solenemente quem me arranjar cópias. Deixei a faixa The hunt no gramophone jazzseen, aí ao lado, na página principal.
10 comentários:
Salsa, quem talvez possa lhe salvar com gravações(muito poucas) de Wardell Gray é mr.Reinaldo.
Sinto muito, Salsa, mas eu não tenho nada do ômi.
Já que João Luiz me entregou, eis as gravações que tenho de Wardell Gray:
a) Wardell Gray Memorial, dois cds, da OJC, incluindo diversas gravações de 1949 a 1953, em várias formações e com uma enxurrada de alternate takes;
b) WG Quintet at The Haig, 1952, com Art Farmer, Hampton Hawes e Shelly Manne, excelentes gravações ao vivo lançadas pela Fresh Sound, comprometidas, porém, por uma bateria tocando na boca do microfone;
c)How High the Moon, gravações de 1950 a 1952, do selo Moon Records, com diversas e interessantes formações que incluem Count Basie, Clark Terry, Buddy DeFranco e outros;
d) One For Prez, da Black Lion, quarteto com Dodo Marmarosa ao piano, 1946, uma sessão muito agradável mas cheia de alternate takes;
e) Os três volumes de Jazz West Coast Live, lançados pela Savoy, só jam sessions, com faixas de 16 minutos em média, com Gray ao lado de Howard McGhee, Trummy Young, Sonny Criss, Dexter Gordon, Hampton Hawes e Barney Kessel. No volume 2 está a faixa The Hunt a que você se refere.
Às suas ordens.
Caraca, esse Reinaldo tem uma "senhora" discoteca, né?
Estou no aguardo
Sabe como é, né, tô assim meio totalmente quebrado...
Meu caro Olney, só pra esclarecer, minha discoteca não é tão "senhora" assim, comparada com a de outros jazzófilos, inclusive alguns dos sócios do Clube das Terças-Feiras, que têm seis ou sete vezes mais discos que eu, ainda mais agora, depois do advento do e-mule. O que tenho se resume em 500 cds originais, a maior parte das décadas de 50 e 60.
Um abraço.
500 pérolas.
Wardell Gray nunca é demais. Pena tenha gravado tão pouco.
Bem, quanto à sua morte, não há nada de misteriosa nela. Ocorre que, ao descer os degraus de uma escadaria no Brooklin, Gray foi empurrado ladeira abaixo por uma dessas gangs de bairro. Na queda, seu sax tenor penetrou-lhe o fígado, causando morte imediata. A vida é isso aí. Dizem que Gray, antes de morrer estirado no chão, perguntou se o sax tinha sofrido algum dano.
Artistas...
A fala de Gray dá algum sentido à vida. Se já estava bem no conceito, depois dessa foi elevado ao Olimpo.
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