01/04/2007

Antonio Faraó - Walking With My Pink Tie

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Vamos combinar: essa estória de rabino brasileiro roubando gravata cor de rosa em Miami parece conto de Woody Allen com pitadas baianas de João Ubaldo Ribeiro. Como todo bom rabino baiano que se preze, as gravatas eram furtadas de lojas de marca, com preços na faixa de US$150.00 cada. Quanto mau gosto: roubar gravata cor de rosa e fazer turismo em Miami? Prefiro nem saber que tipo de música esse rabino gosta de ouvir. Bem, nosso incorruptível Lima Barreto já nos advertia, em seu livro Os Bruzundangas, dos juros pouco católicos cobrados pelos judeus. Hoje certamente Lima Barreto seria censurado, criticado, processado, preso e massacrado pela imprensa por escrever suas severas opiniões sobre os rabinos e suas estranhas manias. Afinal, hoje em dia vivemos sob a ditadura da democracia, um tipo de regime onde não se admite qualquer comentário sincero sobre pastores canalhas, padres pederastas, banqueiros judeus, homossexuais afetados e rabinos que furtam gravatas cor de rosa. Criticar um negro ou um gay se tornou uma perigosíssima atividade, ainda que esse negro ou esse gay tenha esquartejado um bebê em duzentos pedaços: você corre o sério risco de ser preso por racismo. Se você cair na asneira de discordar de um gay negro, santo Deus, o melhor é você pedir asilo em Johanesburgo: certamente qualquer crítica sua poderá ser enquadrada em algum artigo da democrática e infindável lista de crimes inafiançáveis.
Apague ainda hoje de seu micro aquelas deliciosas piadinhas sobre bichinhas tresloucadas e rabinos safadinhos. Hoje em dia, nesses tempos de liberdade, o melhor é você ficar calado e seguir solitariamente em frente, apenas você e sua alma, num seguro diálogo consigo mesmo, onde não restem testemunhas que possam levá-lo à prisão perpétua por suas opiniões. Outra boa opção é fazer ou ouvir música enquanto ninguém pode nos prender por expormos nossas idéias e preferências musicais. Para os amigos navegantes, sejam eles rabinos ou não, deixo as faixas Walking With My Soul e Far Out, ambas do pianista italiano Antonio Faraò. A primeira faixa me lembra muito um tipo de coisa feita por Egberto Gismonti e se encaixa bem com a resenha de Mr. Salsa sobre a música de Fabiano Araújo. Já na segunda faixa, Antonio tira a gravata e a coisa fica mais animada e swingada. Mas muito cuidado: não descuide com sua carteira dentro do templo.


10 comentários:

Anônimo disse...

Elis Regina está proibida, a partir de hoje, de cantar "Nêga do cabelo duro". Risquem as faixas dos seus lps e queimem os cds.

Anônimo disse...

Papo difícil, esse. A música é mais simples - se não enveredarmos por etnias, tendências sexuais e religiosas dos músicos. A primeira faixa segue o veio ECM (a faixa do Fabiano é mais alegre, mas tem outras que se aproximam desta); a segunda é a tradição falando mais alto. Podemos dizer o seguinte: a primeira pode ser tocada na igreja, a segunda não. A música do Fabiano tem momentos sacros, mas com pitadas profanas (os ritmos pagãos dos selvagens brasileiros).

Anônimo disse...

PS - Hoje é dia do aniversário da ditadura.

Anônimo disse...

Comentário racista também dá cadeia?

Melhor é ficar calado.

Anônimo disse...

É bão saber disso, qui si eu ouvir otra piada de minero e queijo, eu carco um processo no corno.

Anônimo disse...

Eu, enquanto loura, to me sentindo um pouco incluída fora dessa. Ou não?

Anônimo disse...

Ainda bem que sou morena hehehe

Tudo de bom esse blog

Anônimo disse...

Gostei do swing da segunda faixa...

Anônimo disse...

a democracia acabará com as piadas?

e piada de português, ainda pode?

Anônimo disse...

Menos de uma ano depois.Não se preocupe Lester, no sabádo, na sinagoga, oraremos por sua absolvição.Shalom.Edú