02/04/2007

Chaves do céu

Já há algum tempo, passou desta para, espero, melhor, o baixista Luiz Chaves. Nós, com certeza, ficamos numa pior, pois Chaves é uma grande perda para o meio musical brasileiro. Sua história se confunde com o que de melhor foi produzido nessas plagas. Eu conheci tardiamente o som que emanava do seu grupo - Zimbo Trio (o meu trato com o jazz e adjacências conta com pouco mais de vinte anos - sou um neófito, pois - catequizado que fui no meio hard rock). Ali pelas bandas de 1980, foi-me apresentado o lp gravado com Sonny Sttit - foi paixão a primeira audição. Recentemente, graças à obra do bom e indispensável Loronix, eu consegui uma cópia do lp Projeção, com o qual eu tenho me regalado. As faixas curtas (característica das gravações brasileiras) que poderiam restringir a performance dos músicos findam por exponenciá-las, pois os arranjos valorizam o pequeno espaço de tempo para mostrar a potencialidade dos mesmos. Desse modo, ganha o grupo uma imponente unidade - é o tal trabalho em equipe, mas que nos faz ficar sonhando como seria se fosse dado mais tempo para os músicos mostrarem suas habilidades de improvisadores (o tal gostinho de "quero-mais"). Um discão. Deixarei a faixa O samblues para o deleite dos navegantes.
Reproduzo aqui as palavras de Loronix (em bom debuquizondetêibou):
This post is a late tribute to one of these different guys who plays this unique instrument, Luiz Chaves, the bassist of Zimbo Trio, represented on this tribute by his first solo album, Projecao (1963). Projecao features, Luis Chaves (bass), Rubens Barsotti (drums), Hamilton Godoy (piano), Luis De Andrade "Boneca" (guitar), Demétrio (flute), Hector Costita (sax alto), Magno D'Alcântara (trumpet) and Carlos Alberto D'Alcantana (sax tenor). Projecao is an above the average Bossa Jazz album, truly great from the start to end with Chaves making a great work and also letting the others in the foreground. Do not miss this one.

12 comentários:

Anônimo disse...

o cara merece mesmo!

John Lester disse...

Lembrou bem, Mr. Salsa. Para os amigos que quiserem baixar o álbum, basta ir até o blog do amigo Loronix.

Anônimo disse...

Faixa legal. Lembra sabe o quê, na opinião do meu ouvido? Uma work song à brasileira.

Anônimo disse...

blz!

Anônimo disse...

Salsa
Ser de "meia-idade", no pressuposto de que vou desembarcar somente daqui a 57 anos, tem lá suas vantagens.
Quantos arrasta-pés ao som do Zimbo Trio na vitrola...
O som do Luiz Chaves me lembra um outro tipo de "work song" - a que a gente fazia nas coxas das meninas nos bailes mela-cueca...
Mas isso tudo são reminiscências...
Vou correndo pro futuro, pro Loronix baixar esse LP.
Mas estou com preguiça.
Salsa, porra, você bem que podia levar uma cópia do Projeção pro Clube amanhã. Só para deixar Garibaldi salivando.
Devo levá-lo amanhã ao Balaco. Prometo não pedir You took advantage of me, somente depois de você incluí-la no repertório.
Mas isso é outro papo.

Anônimo disse...

Reinaldo Santos Neves e Fernando Achiamé: esse troca-troca aí em cima é um verdadeiro blá blá blá entre "cumadres". Não entre nessa mr.Salsa!
Vamos ao que interessa: grande pesar a morte de Luiz Chaves, um dos maiores baixistas brasileiros. Iniciou seus estudos músicais pelo piano, depois a guitarra, chegando a tocá-la profissionalmente. Quando veio para São Paulo(ele era paraense) trocou tudo pelo contra-baixo, instrumento que propiciou-lhe grande projeção no meio musical. Sua participação não restringiu-se sòmente ao Zimbo Trio. Foi parte integrante do "Brazilian Jazz Quartet", liderado por Moacyr Peixoto(piano) , José Ferreira Godinho Filho"Casé"(sax-alto), Rubens Alberto Barsoti"Rubinho"(bateria)e Luiz Chaves Oliveira da Paz, esse era seu nome de batismo. Um dos destaques do grupo foi o LP Coffee & Jazz.

Anônimo disse...

Esse presidente mouco está tornando-se um brazilianista: worksong brasileiro deve ser macumba. Mas o mestre Luiz Chaves veio a ser irmão de Sabá, tb baixista que integrou o famoso Jongo Trio com Cidinho e Toninho Pinheiro e o SomTrês, com Toninho e Cezar Camargo. Uma paulistada só que bem sabia fazer o puro samba -jazz brasileiro. Pena que esse clube não pode nem mencionar músico brasileiro por ordens expressas de Lester e do presidente; só em mesas separadas, com Gumercindo.

Anônimo disse...

Tens razão Rogério Coimbra.
Mas quem é maior, o seu presidente mouco ou a MPB?
E viva João Donato!

Anônimo disse...

O presidente, mesmo que muito mouco, está acima de tudo e de todos. E viva o presidente !

zecalouro disse...

Olá,

Eu ia postar um link para esse excelente post do Luiz Chaves no Loronix mas o Blogger foi muito infeliz ao criar o permalink.

Só para dizer que o Jazzseen é talvez a única referencia para o excelente Brazilian Jazz Quartet do saudoso Luiz Chaves.

Abraços, zeca

Anônimo disse...

Menos de um ano depois.Salsa pode ter certeza q o Luiz foi pra uma bem melhor.Ele era um fidalgo na música e fora dela.Edú

Juan Castro disse...

Já viu como aparece o permalink deste post?