Um dos melhores saxofonistas tenores da atualidade, Eric Alexander optou pelo post bop mais conservador, com fortes raízes no hard bop. Por sorte, seus pais gostavam muito de música, o que o levou a estudar piano já aos sete anos. No colégio, optou pelo clarinete e, mais tarde, pelo clarinete baixo (clarone). Mas foi com o sax alto que começou a se dedicar mais seriamente à música clássica. O jazz, até então, não fazia parte de sua vida musical. Foi apenas na Indiana University, já tocando sax tenor, que Eric começou a se interessar de verdade pelo jazz, em parte por influência do professor David Baker. Mais tarde, já em New York, Eric recebe importantes conselhos de mestres como Joe Lovano, Rufus Reid e, principalmente, de Harold Mabern, seu grande mentor musical. Ao mesmo tempo, começa a estudar detalhadamente o trabalho de Sonny Stitt, Dexter Gordon, John Coltrane e, mais tarde, George Coleman, delineando de forma mais nítida seu futuro estilo. Acreditando que suas chances de sucesso seriam maiores em uma cidade menor, parte para Chicago, onde trabalha com Charles Earland (org). Em 1991 fica em segundo lugar no prestigiado Thelonious Monk Competition, atrás de ninguém menos que Joshua Redman. Logo passa a gravar para a Delmark e para a Criss Cross, o que lhe permite contato direto com os melhores músicos de New York. Em seguida, passa a gravar também para a Milestone.
John Lester com Eric Alexander - Smoke, Jan 2007
Além dos álbuns como líder, Eric tem sido muito solicitado como sideman, apresentando-se constantemente em diversos clubes, a maioria deles em Chicago e New York. Sua sonoridade respeita e homenageia a tradição do tenor clássico no jazz, valorizando o lado lírico do timbre desse instrumento, ao mesmo tempo em que, com sua técnica afiada, domina a velocidade e a complexidade da herança deixada pelo bebop. Eric é um desses raros românticos que ainda acreditam seriamente na viabilidade da música acústica, mesmo vivendo numa época em que nossos ouvidos são empanturrados de ruídos eletrônicos de qualidade quase sempre duvidosa. Álbuns que recomendo aos amigos:
Além dos álbuns como líder, Eric tem sido muito solicitado como sideman, apresentando-se constantemente em diversos clubes, a maioria deles em Chicago e New York. Sua sonoridade respeita e homenageia a tradição do tenor clássico no jazz, valorizando o lado lírico do timbre desse instrumento, ao mesmo tempo em que, com sua técnica afiada, domina a velocidade e a complexidade da herança deixada pelo bebop. Eric é um desses raros românticos que ainda acreditam seriamente na viabilidade da música acústica, mesmo vivendo numa época em que nossos ouvidos são empanturrados de ruídos eletrônicos de qualidade quase sempre duvidosa. Álbuns que recomendo aos amigos:
New York Calling – 1992 – Criss Cross 1077 – Com apenas 24 anos, Eric apresenta outro excelente álbum, seu segundo como líder – o primeiro é Straight Up, gravado para a Delmark também em 1992. Altamente recomendado para os amantes do hard bop. Com John Swana (t), Richard Wyands (p), Peter Washington (b) e Kenny Washington (d).
Up, Over & Out – 1993 – Delmark 476 – Em seu terceiro álbum, Eric comparece sem trompetista, em excelente quarteto com Harold Mabern (p), John Ore (b) e Joe Farnsworth (d).
Full Range – 1994 – Criss Cross 1098 – Mais um álbum perfeito de Eric, uma espécie de Dexter Gordon moderno. Facilmente indicado para quem gosta do estilo hard bop. Com John Swana (t), Peter Berenstein (g), Kenny Barron (p), Peter Washington (b) e Carl Allen (d).
Stablemates – 1995 – Delmark 488 – Battle entre Eric e o veterano Lin Halliday, um desses mestres esquecidos do sax tenor. Com os competentes Jodie Christian (p), Dan Shapera (b) e Wilbur Campbell (d).
Man with a Horn – 1997 – Milestone – Com esse álbum, muitos críticos passam a considerar Eric como o melhor tenor do final da década de 1990. O repertório é o de sempre, clássicos do jazz, como My Shining Hour, A Time for Love, Star Fell on Alabama, além de composições próprias. Eric é acompanhado pelo timaço Steve Davis (tb), Jim Rotondi (t), Cedar Walton (p), Dwayne Bruno (b) e Joe Farnsworth (d). Vale destacar a excelente qualidade da gravação realizada pela Milestone.
Mode for Mabes – 1997 – Delmark – Gravado em 1997 e lançado em 1998, é considerado por vários críticos como sendo o melhor álbum de jazz desse ano. Para os amantes do hard bop moderno, é difícil discordar. Com os excelentes Steve Davis (tb), Jim Rotondi (t), Harold Mabern (p), John Webber (b) e George Fludas (d). Se é ou deixa de ser o melhor álbum de 1998, eu não sei. Sei apenas que Eric atinge a maturidade, com sonoridade e estilo próprios, numa espécie de fusão entre Dexter Gordon e John Coltrane, ou George Coleman e Wayne Shorter. Perfeito.
Alexander the Great – 1997 – High Note – Eric gravou muito em 1997. E gravou muito bem. Esse álbum, lançado em 1999, foi seu último encontro com o velho amigo Charles Earland (org), que morreria logo em seguida, em dezembro de 1999. Com Jim Rotundi (t), Peter Berenstein (g) e Joe Farnsworth (d).
The Second Milestone – 2000 – Milestone – A parceria entre o jovem Eric e seu mentor musical Harold Mabern é uma das mais felizes uniões que o jazz produziu na década de 1990. Ao contrário do jazz elaborado na morbidez hipoalergênica das academias, a música produzida pela dupla Eric-Mabern é feita nas jam sessions das noites de New York, onde encontramos a liberdade e a espontaneidade tão necessárias e tão ausentes do jazz moderno. Outro grande álbum de Eric, com três composições próprias e vários standards que recebem excelentes arranjos de Mabern. Com Jim Rotondi (t), Harold Mabern (p), Peter Washington (b) e Joe Farnsworth (d).
John Lester com Harold Mabern - Smoke, Jan 2007