Lonnie Johnson - Compre sem medo
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Todo livro sobre jazz fala sobre blues. A maioria dos escritores, não sendo geralmente músicos, limita-se a tentar nos enrolar tecendo comentários sobre doloridas lágrimas africanas, o sofrimento, a ira e a melancolia da alma núbia escravizada. Citam depoimentos atônitos daqueles que ouviram gritos indiscerníveis que sobrevoavam campos esquecidos de algodão. Também nunca faltam referências à humilhação e ao ódio sofrido pelo povo colorido: alguns negros, em busca de libertação, suicidavam-se. Outros cantavam orações em igrejas ou clamavam por alívio ao voodoo. Outros simplesmente cantavam o blues. Alguns escribas, quando também músicos, tentam nos explicar (ou talvez confundir) dizendo que o blues é uma forma musical, composta quase sempre de 12 compassos, onde é freqüente o uso das chamadas blue notes, notas musicais instáveis que não se enquadram no temperamento usual dos 12 semitons legados por Bach. Para o desorientado leigo basta dizer que o bluesman, ao invés de utilizar as velhas e conhecidas notas DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI, passa a utilizar as notas DÓ, RÉ, MI BEMOL, MI, FÁ, SOL BEMOL, SOL, LÁ, SI BEMOL, SI. O terceiro grau blue (mi bemol) tem função exclusivamente melódica, dando aquele tom deprimente e melancólico a certas passagens do blues. O sétimo grau blue (si bemol) cumpre uma função melódica e harmônica, como que estabilizando o fraseado, além de ser bem menos sofrida que o terceiro grau. O quinto grau blue (sol bemol) é mais moderno e decorre da tendência dos músicos de jazz ao abaixamento da quinta (bemolizando a nota). Como nos esclarece brilhantemente Christian Bellest:
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Uma coletânea bastante interessante de Lonnie, cobrindo o período de 1925 a 1932, é Playing With The Strings, onde encontramos vinte e quatro faixas com grandes acompanhantes, entre eles Louis Armstrong, Duke Ellington, Eddie Lang, Clarence Willians, Kid Ory e muitos outros. PW bluestown.
14 comentários:
Embarquemos nessa nave, que a viagem será boa.
Um texto muito professoral sr. Lester. Muita xaropada sobre história e fundamentos músicais do blues , que todo mundo já sabe. Se o propósito era falar de Lonnie Johnson e suas músicas ficou devendo. Dó, ré, mi bemol, abaixamento da quinta. Ninguém aguenta isso. Vá escutar "Carolina moon" com Thelonious Monk e não seja tão prolixo.
Note, amigo predador, que o Jazzseen é como Guerra e Paz: chatíssimo, mas de leitura obrigatória.
Passar bem.
Vixe! Eu entendi tudinho...
Prezado Olney, que bom que retornou ao lar. Talvez sua presença afaste o abominável Predador.
Abraços, JL.
ah, agora sim... não entendi!
vinicius
Achei confusa essa definição teórica sobre a "blue note", John. Essa "blue note" a que vc se refere, que tem um som triste, melancólico, etc..., é a 4ª aumentada em relação ao tom da música (tanto menor quanto maior). Estou me referindo aqui ao blues tradicional e à "nota triste" que vc mencionou.
Veja bem, no jazz, o blues nem sempre é uma música triste, melancólica, feita por quem acabou de tomar chibatadas. Vide "Au Privave", ou "Blue Monk" (já que citaram o Thelonious aí em cima), que são blues até bem humorados... A concepção do jazzista é um pouco diferente do bluesman.
Eu acho sempre complicado estudar a teoria do blues, já que foi criado por pessoas que não tinham a menor instrução musical acadêmica.
E a coisa mais importante não são as notas que vc toca, mas como vc as toca. Vc pode soar bluesy tocando 3 notas, ou até mesmo uma só.
Os bluesman tocavam muito menos notas do que as que vc citou.
Acho que vc quis deixar claro, o quanto um texto teórico pode complicar o que na verdade é extremamente simples, certo !
Prezado Daniel, pelo visto você é um dos poucos músicos com conhecimento de teoria musical que leram esta resenha. Na verdade, o quarto parágrafo da resenha é uma grande brincadeira - trata-se de um absurdo teórico que inventei, pensando que algum visitante acharia engraçado (além do que a partitura não tem nada a ver com o texto rs).
Bem, se poucos riram com a resenha, é certo que muitos choraram.
Grande abraço, JL.
Ufa, que alívio! Eu sabia que não sabia nada de teoria musical, mas aquilo me jogou na sétima esfera do inferno da ingnorança.
O pessoal não entendeu a brincadeira? Como não enyendo de teoria musical, no começo pensei que era realmente uma coisa muito complicada, depois entendi o que Mr. Lester queria dizer, e disse: apenas ouvir, sem maiores preocupações!( ou complicações!)
Cara, você me deixou preocupado.rsrs. Tem muita gente que procura material de estudo de jazz, na internet, e na sua resenha você não deixa claro que é uma brincadeira.
O leigo não vai entender nada, um músico vai achar um absurdo, e um músico principiante pode achar que é sério e se confundir deveras com a confusão teórica que vc armou.
Fico mais tranqüilo em saber que vc não estava falando sério, como parecia.
Abraço !
qual a senha do disco postado?
Meu Nome é Tiago e Sou um Apaixonado por Blues, concordo com o Daniel, você não deixou CLARO em sua resenha que era uma Brincadeira.! Eu achei esse Site procurando por "Teoria do Blues", para estudar um pouco. Lí sua resenha e percebi que não entendo NADA de teoria musical, e só fui descobrir que era "BRINCADEIRA" lendo os comentários.!
Fica aqui o alerta de que a internet é uma MARAVILHOSA, porém perigosa, ferramenta de estudo.!
Abraços....!!
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