02/09/2007

Madonna mia!!!

Há alguns meses atrás, aqui, eu postei um comentário questionando quais os novos standards (entenda-se: músicas do cancioneiro popular que, por um ou outro motivo, fazem parte do imaginário musical contemporâneo) e quais os músicos de jazz os têm interpretado. Hancock já gravou um disco com essa proposta (New standards), que não chegou a me agradar; Miles gravou o tema Human nature; Joshua Redman e Matheny gravaram Tears in heaven; encontrei também um disco de um grupo francês reinterpretando temas do Deep Purple (frapê). Apesar de achar que esse é um movimento interessante, também acho arriscado pegar qualquer coisa que está fazendo (ou fez) sucesso e, para pegar carona, sapecar uma roupagem pretensamente jazzística. Esse é o caso do grupo europeu BO.DÀ. Os caras pegaram as músicas de Madonna, com letra e tudo, jogaram uma guitarrinha aqui, um baixo acústico acolá, uma cantora(?) afetada no meio, e, presto!, estava pronto mais um new standards: Bo.da plays Madonna in jazz. A questão é: vale a pena fazer esse tipo de concessão para habituar a nova geração com a sonoridade jazzística? Minha cotação, para o disco, é de cinco peniquinhos de plástico. Quem quiser se arriscar entre aqui no http://www.opus666.com/ (eles têm o disco disponível para download).

13 comentários:

Anônimo disse...

Salsa, veja por outro lado: é bem melhor ouvir Madonna desse jeito. Os caras fazem um som básico, com citações constantes dos temas mais modernos (footprints, p.e.), amarrando as musiquetas da moça com alguma coisa além da banalidade pop. Acho, sim, que é um bom meio de atrair novos ouvintes para o jazz (ou, pelo menos, por já conhecer algo do estilo, a juventude não torcerá o nariz - como você está fazendo agora).

Anônimo disse...

Tem um disco do David Kikoski,Surf´s Up, que ele toca em trio(p/b ac/b) Zappa,Beach Boys, J Donato e até Dolores Duran que aprecio bastante.Como tb ele e um dos líderes do projeto Beatle Jazz, com o baterista Brian Melvin, com 4 cds até agora, lançados inclusive no Brasil a um preço super acessível, dedicados a obra dos garotos de Liverpool.O problema e q as canções pop mais recentes(fim dos anos 60 até hj) tem dificuldades nos tempos pra se encaixar na linguagem do jazz.Edú

Anônimo disse...

Pra complementar do Beatle Jazz, o primeiro cd com o Kikoski,Melvin e o maravilhoso baixista Charles Fambrough é muito bom.Os outros mesmo com as participaçoes de Randy Brecker, Mike Stern e Joe Lovano são irregulares e até em certos momentos entediantes.Nem sempre deve-se aviar a mesma fórmula.Edú

Anônimo disse...

Atrair novos ouvintes de jazz com essa porcariada do grupo BODE (BO.DÀ), "tocando" músicas de Madonna , é de lascar e altamente enganoso. É preferível ouvir, com licença da má palavra, Miles Davis. Salsa, aproveita e vá caçar um "BODÀ".

Anônimo disse...

Predador, leia o texto com atenção.
apreec ueq voec áste tusmiranod as alters.

John Lester disse...

Mr. Salsa, não ligue para certos comentários. Louras ricas, bem sucedidas e que apontam com o dedo os homens que querem sair, costumam gerar muito ódio.

Para quem já viu um negro fazendo jazz sentado na calçada da Canal Street (New Orleans), utilizando apenas três baldes e duas baquetas, sei bem que se pode fazer jazz com qualquer melodia.

Pena que a polícia apareceu e o camarada teve que fugir correndo pelas ruelas do French Quarter. Nem deu tempo de recolher os baldes.

Correndo, ele ainda gritou: Jazz é ritmo!

Anônimo disse...

Se tocar balde ou música de Madonna é jazz, minha vó é bicicleta. E, sr.Salsa, não estou misturando as letras. É isso mesmo!

Anônimo disse...

Está confundindo, sim. Eu não fiz uma defesa do Bo.Dà. A questão é: quais são os novos standards e quem os interpretam? Vale o sacrifício? Porcarias e equívocos sempre existirão, mesmo entre os grandes nomes do jazz.

Anônimo disse...

Standarts recentes é dificíl elencar mas algumas composições de Stevie Wonder entre os anos 70/80 podem ser colocadas facilmente entre as melhores .Edú

Anônimo disse...

Calma sr.Salsa. Entendí perfeitamente que você não faz apologia ao BO-DÀ, mas o texto publicado, mesmo que a título de curiosidade, é completamente dispensável pelos apreciadores de jazz. Afinal, o lema deste blog diz: "jazz, vinho e livros..."

Anônimo disse...

Questão de opinião. Mas me causa estranheza alguém não querer discutir os (des)caminhos do jazz (ainda mais quando se diz um amante dessa arte); parece que já encara o jazz como um defunto embalsamado. É isso?

Anônimo disse...

Madonna? Aí não...

Anônimo disse...

Manuela com 3 palavras respondeu por mim, sr.Salsa. Portanto, "para um bom entendedor 3 palavras bastam".