29/09/2007

O trombone para Sérgio

Eu tenho poucos discos de Raul de Souza. Três, para ser preciso: Rio, Don't ask my neighbors e À vontade mesmo. Mas, na bagunça da minha discoteca, só consegui encontrar o último, gravado em 1965, que, aliás, é o meu preferido. O "elefante" trombonista brasileiro, vocês sabem, construiu uma sólida carreira internacional, tendo tocado com os grandes nomes do jazz. O suingue e a técnica de Souza se impõe em qualquer ambiente, mas, convém destacar, o samba e a bossa soam de modo imponente em seu sopro. O disco À vontade mesmo, do período pré-decolagem para a estranginávia, ainda está envolto com a aura do sambajazz (e que aura!), e é um daqueles que podemos ouvir de "cabo a rabo" sem pestanejar. Raulzinho tem ao seu lado o pianista César Camargo Mariano, o baixista Humberto Clayber e o baterista Airto Moreira.
O Allmusic comenta o trabalho do elefante brasileiro:
In the United States, Brazilian trombonist Raul DeSouza is best known for his Capitol releases of the late '70s. But his first session as a leader actually came in 1964, when he recorded À Vontade Mesmo for the Brazilian market. The LP wasn't released in the U.S., and it wasn't until the '70s that DeSouza provided any American releases. After being out of print for many years, À Vontade Mesmo was finally reissued on CD by RCA Brazil in the early '00s. RCA has not reissued the album in the U.S., although this CD has been sold in American stores as an import. For this reissue, Brazilian producer Arnaldo de Souteiro provides new liner notes that are in Portuguese. But one doesn't have to understand Portuguese to know that these 1964 performances are excellent. When DeSouza (who is listed as Raulzinho) recorded this album, the bossa nova explosion was in full swing — and plenty of musicians (both Brazilian and American) were trying to cash in on bossa nova's popularity. But while À Vontade Mesmo is instrumental Brazilian jazz, the album isn't bossa nova — certainly not in the StanGetz/Charlie Byrd sense. Bossa nova was a fusion of cool jazz and samba; À Vontade Mesmo, however, has more of a hard bop/samba outlook. While cool jazz favored subtlety, restraint, and understatement, DeSouza is passionate and hard-swinging on tunes that range from Duke Jordan's "Jordu" to Vinícius de Moraes' "Voce e Eu" to Bart Howard's "Fly Me to the Moon." That isn't to say that DeSouza isn't lyrical and melodic — he's very lyrical, and his romantic sensibilities are especially strong on de Moraes' "Primavera" and Antonio Carlos Jobim's "Samba do Avião. Recorded 13 years before Sweet Lucy, À Vontade Mesmo was a highly promising debut for the distinctive trombonist.
Para vosso deleite, deixarei as faixas À vontade mesmo, Inútil paisagem, Muito à vontade e a lírica versão de Samba do avião. Se pedirem senha, digite jazzseen.

17 comentários:

Anônimo disse...

perverso o garoto!

Anônimo disse...

Grande mr. Salsa! O problema - problema? - é que, como vivo exaltando, o soulseek é a minha mamãezinha! Já tinha baixado a discografia completa do cara lá. O que, aliás, foi o que me moveu a vir aqui exaltar o bom e velho Raulzinho, seu trombone e pedir mais do mesmo (leia-se trombones e trombonistas) no que fui prontamente atendido no Jazzsen, não só com dois álbuns do S. Turre como com outras (clássicas) dicas já baixadas e apreciadas. Além, claro, de uma mobilização paquidérmica de titulares e sócios em torno de um instrumento meio maldito e pouco discutido. Então fica a homenagem, ao boa-gente Raul de Souza. Soube que ele andava pelo Rio de Janeiro e que faria, no mínimo, um show por aqui. Quem sabe algum amigo em comum o avise que ele está sendo homenageado neste blog de responsa? Certamente o Raul gostará de saber. Por enquanto e pelo lido, o Thiago já tá se deliciando com o perverso/nujento!
Grande abraço, Salsa!

Salsa disse...

Prezados,
Interessante mesmo é o tocador de tuba que o Osvaldo postou no mpbjazz.blogspot.com
Vale a conferida.

Anônimo disse...

Grande álbum Mr. Salsa.

Anônimo disse...

Amigos me corrijam se estiver enganado, mas pelo q entendi, o ótimo mpbjazz, não posta álbuns inteiros. Nos moldes do jazzseen, lá se encontre bons textos e disponibiliza-se algumas faixas. Não é assim? Pra variar, encontrei o The Ray Draper Quintet Featuring John Coltrane, com alguma facilidade, no soulseek. O difícil foi encontrar a capa num tamanho honesto. Coisa que o Amazon.com, normalmente resolve o problema. Mas dessa vez não fui feliz. Dei início, então, à busca do complemento do álbum, pelo google e descobri este endereço: http://farofamoderna.blogspot.com/

O farofamoderna é o 1º blog especializado em jazz (em português), onde se pode baixar álbuns completos. The Ray Draper Quintet Featuring John Coltrane, inclusive. Pros que ainda não conheciam, fica a dica.

Anônimo disse...

Faltou dizer que o disco do tubista é, parafraseando Thiago, perverso.

Anônimo disse...

Excelente dica Sérgio!

Anônimo disse...

queria ter o cabelo igual desse cara!(vide foto do post)

o farofa é do meu amigo de orkut Pitta, que é a mula teimosa mais teimosa jamais nascida, mas se revolou muito bom blogueiro.

vinicius

Anônimo disse...

claro q eu só vou lá para ler os textos e ver as capinhas, q esse negócio de baixar música dá o maior BO.

Vinicius

Anônimo disse...

BO = a boletim de ocorrência? Poxa, Vina, a carapuça serviu. E logo de manhã cedo, ao acordadar, ao ligar o meu computador, minha máquina de subtrair o direito autoral do alheio, foi duro.
Sabe o que fiz? Fui nos meus arquivos mp3, todos roubados, e pra me consolar, puxei uma música do Chico que diz mais ou menos assim:

"Acorda amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição
Era a dura, numa muito escura viatura
minha nossa santa criatura
chame, chame, chame, chame o ladrão
Acorda amor
Não é mais pesadelo nada
Tem gente já no vão da escada
fazendo confusão, que aflição
São os homens, e eu aqui parado de pijama
eu não gosto de passar vexame
chame, chame, chame, chame o ladrão
Se eu demorar uns meses convém às vezes você sofrer
Mas depois de um ano eu não vindo
ponha roupa de domingo e pode me esquecer

Acorda amor
que o bicho é bravo e não sossega
se você corre o bicho pega
se fica não sei não
Atenção, não demora
dia desses chega sua hora
não discuta à toa, não reclame
chame, clame, clame, chame o ladrão

(Não esqueça a escova, o sabonete e o violão...)"

Redimi.

Anônimo disse...

Quanta babaquice junta! Desconfiem. Este "sítio" é sério minha gente!

Anônimo disse...

Mr. Salsa, obrigado. Turre in riba.

Anônimo disse...

rsrsrsrsr!

vinicius

Anônimo disse...

já combinei com a minha mulher, se tudo der errado ela me leva cigarros...

vinicius

Anônimo disse...

Opção precisa Salsa, quanto a baixar música sem a concordãncia do autor intectual , nem tanto.O grupo mencionado de acompanhantes era o "berço" do Som Três, sendo Airto substituído mais tarde por Toninho Pinhero, o mais sofisticado "engraxador" de "escovinhas" da estória da Bateria brasileira.Edú

Anônimo disse...

tédio, tédio

Anônimo disse...

Soube, através do clubedejazz.com.br, do nosso amigo Wilson Garzon, que esse disco foi relançado recentemente. Mais um meritoso trabalho do sr. Arnaldo DeSouteiro. Como eu só possuo a bolacha, providenciarei o meu cd.