17/09/2007

Tudo é jazz II - a abertura

Depois que me deixei levar pelo balanço dixie, descobri que fui parar em local mais distante ainda do local que aconteceria o evento jazzístico. As pirambeiras de Ouro Preto cercavam-me, inclementes, parecendo tsunamis de pedras prontas para caírem sobre a minha cabeça. Como ainda faltavam sessenta minutos para o início da jazzeira, e para me proteger do premente ataque cardíaco, adentrei um copo-sujo, onde pude me deleitar com uma cerveja caseira e um pedaço de lingüiça requentada por módicos R$2,50. Como parte da programação "jazz paralelo", o boteco contratou Erasmo Rotivale, um famoso multimídia nativo, para nos agraciar com suas interpretações delirantes dos gritos de guerra da torcida organizada do Clube Atlético Mineiro.
Embevecido com a apresentação do performático atleticano, quase perdi a hora do discurso de abertura, com todos aqueles indefectíveis agradecimentos aos patrocinadores. Mas eis que chega a hora da Orquestra Experimental de Ouro Preto. Sim, senhores, foi um belo momento. Uma homenagem e tanto para o que se avizinhava. Eu fiz um breve comentário sobre a orquestra, que vocês poderão conferir ao clicarem sobre mpbjazz (outro blog que me tem como colaborador).
O jazz deu o primeiro sinal de vida com a performance do saxofonista e flautista Mauro Senise, que, acompanhado por Mamão (d), Paulo Russo (b) e Itamar Assiere (p), apresentou o seu mais recente trabalho (sobre temas de Edu Lobo). O time de bons músicos mostrou desenvoltura com seus respectivos instrumentos. O pianista, que eu não conhecia, soube conduzir seus solos com firmeza e fluência, não se inibindo diante dos medalhões que estavam no palco. Os colegas do Clube das terças com certeza me repreenderão por insinuar que Senise toca jazz, e eles estão certos. Nós, brasilianos, estamos mais para a "influência do jazz". Jazz, mas jazz mesmo, quem tocou foram os gringos. Mas isso é papo para mais tarde.

5 comentários:

John Lester disse...

Por uma dessas tristes farsas do destino, não pude assistir ao show de Mauro Senise de Amelin. Que pena!

Enveredei pela trilha errada e fui parar em Parati. Só me restou comer um badejo ao molho de camarão e, depois, retomar o caminho para as gerais.

Em breve mais notícias sobre o Tudo é Jazz e adjacências!

Anônimo disse...

Ééééée,vida boa, mr. Lester... e o pobre do Salsa comendo lingüiça requentada com cerveja barata em copo sujo.

Anônimo disse...

O Lester foi enviado pela direção do blog para reportar os acontecimentos mais latentes do Festival de Ouro Preto.Não pra se aventurar em peregrinações ambientalistas.O maior tributo q podemos fazer ao grande Mauro Senise e de ser um músico q resiste, com brilhantismo, fazendo música essencialmente instrumental brasileira há mais de 25 anos.Não jazz, como seu mestre e tb ilustre sax alto e clarinetista Paulo Moura.Edú

Anônimo disse...

Ô Salsa acabei de ver a ampliação da "snapshot" e lí o lema do buteco."Faça daqui a continuação de sua casa".Espero, pela aparência do recanto, q vc não tenha tomado essas palavras ao pê da letra.Edú

Salsa disse...

Tem perigo não, moço. A vida já me mostrou um pouco do caminho das pedras.