Ouvir jazz em bares ou restaurantes de São Paulo não é exatamente uma missão difícil. A oferta é grande. Só que é sempre bom combinar o perfil da casa com o estado de espírito (e com o bolso, as preferências e a disposição). Diante de tantas variáveis, uma seleção feita por especialistas pode ser útil.
As sugestões são de três pessoas apaixonadas por jazz, e que conhecem muito bem a noite paulistana: a jovem, e talentosa, cantora Ana Cañas, o cartunista Paulo Caruso e o músico e locutor da rádio Eldorado FM Daniel Daibem. Os critérios? Além da qualidade da música, alguma característica especial que justifique a indicação do lugar. Discoteca - Antes, porém, quatro contribuições importantes no quesito lojinha. Ana Cañas acha que a Livraria Cultura é fundamental. "Há uma seção especializada em jazz, com opções excelentes. E os vendedores conhecem o assunto, são realmente muito bem preparados." O músico Ed Motta, que prefere ouvir a boa música em casa a presenciar shows ao vivo, sugere três endereços para comprar vinil. "Esse universo dos sebos musicais é muito parecido com o dos bistrôs franceses, cheio de personalidade, de relações pessoais." Pode ser uma boa para trocar figurinhas e aprender muito com os sujeitos que vivem de garimpar e alimentar o acervo. Além das barraquinhas da Benedito Calixto, que também escondem boas surpresas, confira a Marchê (Rua Matheus Grou, 634, 3034-2503) e a Disco Sete (Galeria Nova Barao, Rua Alta 24, Centro 3231-1193).
As sugestões são de três pessoas apaixonadas por jazz, e que conhecem muito bem a noite paulistana: a jovem, e talentosa, cantora Ana Cañas, o cartunista Paulo Caruso e o músico e locutor da rádio Eldorado FM Daniel Daibem. Os critérios? Além da qualidade da música, alguma característica especial que justifique a indicação do lugar. Discoteca - Antes, porém, quatro contribuições importantes no quesito lojinha. Ana Cañas acha que a Livraria Cultura é fundamental. "Há uma seção especializada em jazz, com opções excelentes. E os vendedores conhecem o assunto, são realmente muito bem preparados." O músico Ed Motta, que prefere ouvir a boa música em casa a presenciar shows ao vivo, sugere três endereços para comprar vinil. "Esse universo dos sebos musicais é muito parecido com o dos bistrôs franceses, cheio de personalidade, de relações pessoais." Pode ser uma boa para trocar figurinhas e aprender muito com os sujeitos que vivem de garimpar e alimentar o acervo. Além das barraquinhas da Benedito Calixto, que também escondem boas surpresas, confira a Marchê (Rua Matheus Grou, 634, 3034-2503) e a Disco Sete (Galeria Nova Barao, Rua Alta 24, Centro 3231-1193).
Um lugar classudo
Baretto - As palavras-chave são alta qualidade, elegância e sofisticação. O público é maduro e o clima é de romance. No repertório, jazz, bossa nova, MPB e canção americana. “Acho que o charme está na experiência dos músicos”, diz Ana Cañas, titular no palco do Baretto nas noites de quinta, sexta e sábado. “Eles tocam desde os anos 60 e resgatam um público igualmente maduro, carente de boa música ao vivo.”
+sobre o Baretto
Rua Vitório Fasano, 88 (Hotel Fasano), Jardim Paulista, 3896-4000. 18h/3h (sáb. e feriados a partir das 20h; fecha dom.). Couvert artístico: R$ 30,00
+sobre o Baretto
Rua Vitório Fasano, 88 (Hotel Fasano), Jardim Paulista, 3896-4000. 18h/3h (sáb. e feriados a partir das 20h; fecha dom.). Couvert artístico: R$ 30,00
Ambiente intimista
All of Jazz - O clube é escurinho e pequeno, daqueles em que o público fica muito próximo dos músicos. Convém fazer reserva. No piso superior, há uma lojinha de CDs. “Parece um bar nova-iorquino e tem uma atração diferente a cada dia”, diz Ana Cañas. “Recomendo por vários motivos. Primeiro, a programação é muito boa, garimpada com muito cuidado pelo dono. Além disso, é uma casa mais acessível.”
+sobre o All of Jazz
Rua João Cachoeira, 1366, Vila Olímpia, 3849-1345. 19h30/último cliente (sáb. a partir das 21h; fecha dom.). Entrada: R$ 10,00. Couvert artístico: R$ 10,00 a R$ 20,00.Site oficial
+sobre o All of Jazz
Rua João Cachoeira, 1366, Vila Olímpia, 3849-1345. 19h30/último cliente (sáb. a partir das 21h; fecha dom.). Entrada: R$ 10,00. Couvert artístico: R$ 10,00 a R$ 20,00.Site oficial
Bons e baratos
Mojave Jazz Bar - No número 740 da Rua Mourato Coelho, uma boa surpresa. O Mojave, aberto em 2003, é uma casa low profile afastada da badalação da Vila Madalena. Há muitos músicos e estudantes na platéia que é, sobretudo, jovem. “Rola um som da pesada”, afirma Daniel Daibem. “O repertório e a programação são muito bons, e sempre tem alguma jam session. Já vi por lá o Arismar do Espírito Santo. O pessoal mais novo, como o bateirista Cuca Teixeira, também manda muito bem.” Segundo Daibem, a cozinha não desaponta (embora não se veja muita comida circulando nas bandejas dos garçons). “Provei um sanduíche ótimo outro dia.” Entrada: R$ 10,00. O telefone 3813-2063 está temporariamente fora de serviço.
Berlin - “Esse lugar tem vocação para a balada, mas surpreende também com bom jazz”, diz Daibem. O Berlin, um clube do tipo ‘underground’, na Barra Funda, reserva as terças-feiras para as chamadas Jazz Nights. E não cobra entrada.
+sobre o Berlin
Rua Cônego Vicente Miguel Marino, 85, Barra Funda, 3392-4594. 21h/2h (ter., com entrada grátis) e 23h/último cliente (sáb.). Ter.: grátis; sáb.: R$ 11,00 (c/flyer ou nome em lista) e R$ 15,00. Estac. no nº 75 (R$ 10,00). Site oficial
+sobre o Berlin
Rua Cônego Vicente Miguel Marino, 85, Barra Funda, 3392-4594. 21h/2h (ter., com entrada grátis) e 23h/último cliente (sáb.). Ter.: grátis; sáb.: R$ 11,00 (c/flyer ou nome em lista) e R$ 15,00. Estac. no nº 75 (R$ 10,00). Site oficial
Jam sessions, canjas e afins
Rua Avanhandava - Na Rua Avanhandava, onde ficam as casas de Walter Mancini, é possível flagrar jam sessions de grandes músicos brasileiros e estrangeiros. Certa vez, o multiinstrumentista Hermeto Pascoal “tocou” copos de água. Em outra, improvisou o som em panelas. "Muitas pessoas que se apresentam na cidade vão para lá depois dos shows e acabam tocando”, diz Paulo Caruso. Além das visitas, há dezoito residentes que, a partir das sete da noite e até que a função acabe, tocam no Walter Mancini Ristorante, na pizzaria Avanhandava 34 e no Jeremias O Bar. A lanchonete Central 22 tem piano solo. “Ali a gente testemunha verdadeiras fogueiras, a roda de capoeira do jazz”, reforça Daniel Daibem.
Para iniciados e iniciantes
Bourbon Street Music Club - Além da programação regular, que conta com várias apresentações jazzísticas durante o ano todo, o Bourbon tem uma atração, digamos, didática. Na última terça-feira de cada mês acontece a edição "show" do programa Sala do Professor, da rádio Eldorado FM. Daniel Daibem é o mestre de cerimônias e divide o palco com músicos tarimbados. Entre uma e outra música, o apresentador aproxima o público dos fundamentos do jazz, da bossa nova e de outras paradas do gênero.Sala do Professor Buchanan's com o trombonista Raul de Souza. Rua dos Chanés, 127, Moema, 5095-6100. Terça (27 de abril), das 21h às 22h. Couvert artístico: R$ 25,00. Site oficial
Outras indicações
•Tom Jazz (Av. Angélica, 2331, 3255-3635). Ao contrário do que o nome sugere, o repertório não é exclusivamente de jazz. O conjunto instrumental Zimbo Trio se apresenta por lá às quintas-feiras. O violonista paulistano Chico Pinheiro também comparece.
•Piratininga (Rua Wisard, 149, 3032-9775). Um dos bares de música ao vivo mais charmosos da Vila Madalena. "É um bom endereço para ouvir bossa nova", diz Paulo Caruso.
•Syndikat (Rua Moacir Pisa, 64, 3375-9185). "Vale conferir os shows de jazz que acontecem no subsolo, onde tem aquelas mesas baixinhas e almofadas", recomenda Daniel Daibem. (Matéria de Viviane Zandonadi para a Veja São Paulo).
7 comentários:
Obrigado Roberto. Depois mande notícias sobre o show do Dave Douglas.
Abraço, JL.
o nosso Marcelo Coelho toca(va) no Tom Jazz e no Bourbon. Dia 12 ele estará em Vitória (após particpação num festival de jazz na Argentina. Espero que ele apareça no Touché para a canja.
Sinteticamente , em meio a meus afazeres,Bareto:ótimo pra ir acompanhado e se tem sobrando uns 500 reais pra gastar numa noite.All of Jazz, a melhor programação da cidade, mesmo com um piano bem deteriorado.Mas preço são honestos, acústica é ruim e desconfortável quando cheio.Jeremias, melhor conjunto de lugar, acústica, charme, conforto e serviço.Preços meio salgados, cerca de 80 reais “per capita”, com bebidas, na média.Mas a música inicia as 19:00 e encerra por voltas das 1:30.Um Steinway reluzindo de novo, comanda a festa.Edú
Gonzalo Rubalcaba e Orquestra Jazz Sinfônica 10/10/2007.
Contemplar dúzias de instrumentos musicais q repousam aguardando seus executantes causa suspense e resguarda surpresas.Com a soma das sonoridade do piano de cauda inteira sob o dominío das mãos de um dos mais requisitados pianistas de jazz dos últimos 10 anos se torna um programa arrebatador.Como penúltimo convidado da temporada da Série "Jazz Sinfônica e convidados" Gonzalo Rubalcaba(precedido anteriormente no meses iniciais do ano pelo saxofonista David Sanchez e o vibrafonista Stefon Harris)fez companhia a Orq.Jazz Sinfônica nesta quarta feira ,10/10, no Auditório do Memorial da América Latina , sede do grupo.Com temas sugeridos pelo pianista cubano, privilegiando Ivan Lins e principalmente João Bosco e temas complementares de sua própria autoria.Antes da entrada do músico convidado, a orquestra, de mais de 70 figuras, executou um "medley" de duas peças, sob a direção de seu regente titular e diretor artistíco João Mauricío Galindo.As peças eram homenagens a Jacó do Bandolim(encontro com Jacó de Cyro Pereira) e Chico Buarque de Holanda(em Valsas de Holanda da violinista Cintia Zanco, variaçoes sobre a canção "Joana Francesa" do referido autor).Esses temas reafirmaram a excelência , vigor e precisão desse grupo sinfônico popular.Gonzalo entrou calado e deixou q suas abençoadas(título de seu melhor disco) mostrassem serviço.Sem dizer "Boa Noite", nem parecia o jovem q conhecí, na televisão, há mais ou menos 17 anos durante o programa "Metropólis" da TV Cultura.Numa desinibida performance ao vivo , falando e , já naquela epóca,tocando muito.Alterando os tempos e ritmos melódicos de cançoes de amplo conhecimento público,Gonzalo emprestou nova "alma" a :Desenho de Giz,Papel Marchê(J.Bosco) e Começar de Novo(I.Lins).Um comentário a parte:como se presta bem as cançoes de Bosco em um grande grupo, principalmente dessa qualidade,com sua multiplicidade de tonalidades, timbres e sonoridades.Impossível dissociar q algumas delas foram acompanhadas das letras do mais completo letrista "pós Chico Buarque", Aldir Blanc.Em seus temas próprios , em 3 solos,(Joan,Santo Canto,Paseo con Fula, os citados, de um total de sete)Rubalcaba expõe uma intrigante complexidade harmônica.Com visível influência de Gershwin,Ravel,Baber, Mingus, na estrutura criativa e "baforadas" , como um bom "Cohiba" ,de Bill Evans ,Thelonius Monk , Bud Powell,Mc Coy Tyner e a formação academica do Conservatório Nacional de Havana, na interpretativa.Alternado momentos de máxima concisão e outros de explosão percurssiva, principalmente nos dialógos entre piano, bateria e percurssão sinfônica.Passados os 17 anos, ficou evidente em q os esforços empreendidos por Charlie Haden, seu primeiro empregador externo, e, principalmente Dizzy Gillespie foram recompensados na descoberta desse notável músico de irreprensível técnica.Edú(na hora extra pro Jazz Seen).
Edú é um "expert", beleza!
Estou entrando em sites musicais a procura de musicas da orquestra Casino de Sevilha, que fez grande sucesso no Brasil nos anos 50. Sei que houve um baile no clube Vasco da Gama, em Santos, abrilhantado pela orquestra. Quem souber me informar, por favor, informe
Anna Luiza
Roberto, certeza que não é difícil de ouvir bom jazz em bares e restaurantes. Na verdade, os melhores músicos tocam em bares e os melhores restaurantes em sp que é onde eles ganham mais dinheiro.
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