28/10/2007

Tim 2007 - Lata d'água na cabeça

Enquanto algumas mentes doentias se preocupam em descobrir se jazz se escreve com dois zes ou com dois esses, o jazz, pobre coitado, rasteja pela caatinga brasileira em busca de algum público menos óbvio e ignorante. Nesse Tim 2007 não houve nada de jazz em Curitiba. Em São Paulo, na noite de estréia, o excelente saxofonista italiano Stefano Di Battista tocou para meia dúzia de pessoas sonolentas. Em Vitória, as senhoras mais maquiadas arrastaram pé durante o vergonhoso show de forró de Paulo Moura, um misto de incompetência técnica (o som estava mal equalizado, altíssimo e terrivelmente incômodo – fui obrigado a sair no início do terceiro número), com mau gosto. Quando entrou um cantor fantasiado de malandro carioca, que rodopiava e urrava desesperado, na vã tentativa de ser ouvido, fui obrigado a me retirar. Antes de me levantar e sair, cheguei a me perguntar: o que tem a ver malandro carioca com forró? Nas mãos de uma imensa percussionista – graças aos deuses não sei o nome dela, havia chocalhos de todo tipo, reco-recos, conchas do piscinão de Ramos e uma gigantesca zabumba, que fazia meu assento balançar para todos os lados. Com todos os instrumentos no volume máximo, iniciou-se uma espécie de competição para descobrir quem poderia ser ouvido pelo público, disputa que Paulo Moura obviamente perdeu com seu inteligente, delicado e ágil clarinete de acrílico. Do saguão, recanto agradável no qual me refugiei, percebia-se que o pancadão rolava solto e, para a felicidade do público que gritava histérico, não havia qualquer vestígio do sopro do mestre naquele arrasta-pé animado. Ao término, fiquei observando a expressão do público que corria em alegre disparada em direção ao balcão de bebidas: lembro que uma das moças com as unhas mais bem feitas e com a saia mais curta chegou a suspirar ‘nossa, não sabia que jazz era assim tão tudo de bom’. Pois é, considerando que não serviam café no bar, fumei alguns cigarros a seco, enquanto observava o desfile de egos bem engomados pelo saguão, alguns deles maiores que a zabumba da gigantesca percussionista.
Terminado o desfile freudiano, direcionei-me ao meu assento, na esperança de, finalmente, ouvir algum jazz. E que boa surpresa! O som, agora mais suave e melhor equalizado, permitia uma audição límpida e agradável, com um volume bastante encorpado e com destaques nítidos para cada um dos nove instrumentistas presentes no palco. O piano da UFES, como sempre, exalava uma terrível sonoridade, controlada a contento pelo excelente pianista do grupo. A velharada mandou um post bop de primeira – um dos melhores shows de jazz a que já tive oportunidade de assistir. Também sexagenário, o contrabaixista tocou sentado, levantando-se uma única vez para agradecer os aplausos após um solo magnífico. Ao lado de Joe Lovano, um mestre absoluto dos recortes bop, estavam três excelentes saxofonistas: um alto, um tenor e um barítono, todos mestres em seus respectivos instrumentos e cujas alturas eram inversamente proporcionais ao tamanho de seus saxofones, chegando ao ponto de o baritonista ser menor que seu instrumento. O sax alto, que muitas vezes lembrava Phil Woods pela velocidade e técnica, também tocava uma flauta dos tempos de Lateef. O tenorista, o mais melódico e sentimental do grupo, também versava um carinhoso clarinete. O baritonista era veloz e impressionantemente consistente em sua ríspida rouquidão. Trombone e trompete não fizeram feio em seus solos, além de fornecerem aquele sentimento swingante de baile em algumas interpretações do noneto. Grande show, arrematado pela excelência dos arranjos e da performance do genial Joe Lovano, um dos poucos músicos de jazz capazes de associar a tradição à modernidade de forma inteligente e sensível. Agora é ver, e ouvir, como o menino prodígio Eldar lutará com o assustador piano da UFES, piano este já famoso por nocautear Herbie Hancock no Tim 2006. Espero que o garoto leve um diapasão ou um teclado portátil. Até segunda!


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  • Blog do Guzz: Era uma vez o jazz...

  • 34 comentários:

    Anônimo disse...

    Paulo me deu mesmo uma latada na cabeça. O curativo foi feito pelo noento de Joe. Excelente show!

    Anônimo disse...

    Rapaz, que decepção! Nunca imaginei que ,usando a respeitável figura de Paulo Moura, a organização do TIM tentaria me obrigar a assistir uma apresentação de forró!!! Nada contra quem gosta, mas eu não gosto, porisso tive que sair do belo teatro da UFES, e aguardar, ouvindo lá fora, os hurros de alguém que se apresentava como cantor. Ainda bem que a apresentação do noneto de Joe Lovano ultrapassou minha espectativa, me fazendo esquecer o constrangimento vivido antes!Beleza, muito muito bom!

    Anônimo disse...

    Foi uma tristeza só!
    E, contrariamente ao Mr. Lester, achei o som de Joe Lovano sofrível.
    Já disse que TIM é apelido de Timóteo.

    Anônimo disse...

    Lester, quem tocou com Lovano?

    John Lester disse...

    Prezado Augusto, só posso afirmar com certeza absoluta que era Steve Slagle no sax alto e flauta, pois já tive o privilégio de ouvi-lo em New York, no Jazz Standard. Os demais, creio que sejam:

    Larry Farrell Trombone
    Ralph Lalama sax tenor e clarinete
    Dennis Irwin Baixo
    Lewis Nash bateria
    Barry Ries Trompete
    Gary Smulyan Sax Baritono
    James Weidman Piano, substituindo o mestre John Hicks, falecido em 2006.

    Grande abraço, JL.

    Anônimo disse...

    kd a resenha do salsa???

    Anônimo disse...

    Uma formação q abriga além de Lovano ,segundo as informações prestadas pelo nosso editor-chefe e enviado especial,Dennis Irwin,Gary Smulyan e o baterista mais respeitado de NY, Lewis Nash e um "butantã" sonoro.Gostaria q ele citasse alguns temas q identificou executados pelo noneto, a titulo de curiosidade.Edú

    Anônimo disse...

    De fato, tirando o piano com som de realejo, estava tudo ótimo. Ano que vem tem mais.

    Anônimo disse...

    Prezado Lester, essa formação foi o noneto de Lovano:Steve Williams,(bateria) os outros sete instrumentistas que participaram da excursão ao Brasil participaram da gravação d cd 'Streams of Expression': Steve Slagle (sax-alto e flauta), Ralph Lalama (sax tenor), Gary Smulyan (sax barítono), Barry Ries (trompete), Larry Farrell (trombone), James Weidman (piano) e Dennis Irwin (baixo).Adicionando q o ultimo cd de Lovano " Kids" ,com Hank Jones,
    ,o mais moderno pianista de jazz em atividade, mesmo aos 87 anos,foi lançado por aqui na semana passada.E sujeito a conferir: com meus relés aplausos adicionados a gravação e a companhia de minha amada na ocasião, em registro ao vivo no Coca Dizzy Gillespie Club em Junho de 2006 ,em NY.Edú

    Anônimo disse...

    Sou mais o Salsa e seu octeto (quarteto habitual + Irmãos Rocha, Bruno e Marcos Firmino), do que todo esse pessoal do Tim "forró" festival. É só ir ao Balacobaco às terças. A conferir !

    ReAl disse...

    Assisti o show e achei fenomenal> publiquei no meu blog: http://jazzigo.blogspot.com
    Saiu alguma coisa no caderno 2 de a gazeta:
    Acompanhado por Steve Slagle (sax alto e flauta), Ralph Lalama (sax tenor), Gary Smulyan (sax barítono), Barry Ries (trompete), Larry Farrell (trombone), James Weidman (piano), Dennis Irwin (baixo) e Steve Williams (bateria), Lovano abriu seu show com "On A Misty Night", do pianista Tadd Dameron, um de seus compositores preferidos e de quem ele também tocou "Whatever Possess'd Me".

    A suíte "Birth of the Cool", nome do famoso álbum gravado por Miles Davis, trouxe o arranjo de Gunther Schüller para três movimentos do álbum: "Moondreams", "Move" e "Boplicity". De Thelonious Monk, Lovano incluiu "Ask Me Now". Jazz clássico, aprovado pelo platéia, que aplaudiu de pé.

    Anônimo disse...

    Para cumprir a fidedignidade do “jornalismo verdade”, conferi meus alfarrábios e constatei q somente três faixas daquela noite que estive presente no Coca Cola Dizzy`s Club conferem com os registros do cd , portanto fui excluído dessa ocasião . Pela ordem :”Little Rascal on a Rock”(Thad Jones)”,”Oh , Look At Me Now”(Joe Bushkin) e “Oh What a Beautiful Morning (Richard Rodgers).E, retificando, Hank Jones , aos 89 anos, continua sendo o mais moderno pianista do jazz.Edú

    John Lester disse...

    Obrigado a todos pelas informações. O Jazzseen não seria nada sem amigos como vocês.

    Só lamento que meu amigo particular João Luiz, um grande e sincero apaixonado pelo jazz, falte a este tipo de evento, tão necessário para manter o jazz vivo. É bom lembrar que artistas também precisam comer e pagar suas contas.

    E viva o jazz!

    JL

    Anônimo disse...

    John Lester: sem comentários (no comments).

    Anônimo disse...

    John Lester: sem comentários (no comments).

    Anônimo disse...

    lester tá certo, o show foi nocivo!

    Anônimo disse...

    vi o lovano ontem em são paulo e mesmo com a excelencia de todos os instrumentistas, achei q o cara do alto roubou a noite: toca muito, de forma sempre surpreendente: sensacional! - depois vou contar um pouco das outras atrações da noite.

    vinicius

    Anônimo disse...

    resumo de minhas impressões do tim em são paulo: escrevi no orkut e vou colar aqui, em partes(mais ou menos pequenas)

    vinicius

    Anônimo disse...

    joe lovano

    tenho corrido atras de cada soprista que se apresenta por perto e por preço aceitável, e já vi algumas bandas de jazz brasileiras, em geral muito marcadas pelo bossanovismo. mas sou muito caipira e vi pouquissimos artistas internacionais

    na primeira musica da noite, no primeiro solo do lovano e dos outros instrumentistas da banda, vi que estava diante de músicos de um calibre inédito para mim: o lovano em intervenções normalmente curtas e exibindo uma técnica fabulosa, muito rápido e seguro, um alto chamado Steve Slagle com solos de tirar o folego e mais quantos? (trombone, trompete, baritono, outro tenor) mais 4 músicos de primeira. sem contar o baixista e o baterista, que tb não ficaram devendo nada pra ninguém, embora tenham escolhido instrumentos menos brilhosos...

    Anônimo disse...

    Joey DeFrancesco e Bobby Hutcherson

    lá vem o grandalhão Joey e o elegante bobby:
    começou devagar, o som do orgão misturado ao do vibrafone deram um clima meio "musica para almoçar" e o segundo show não prometia muito

    o joey pesa uns 160 kilos, o banco do paino dele cabe 3 pessoas mais ou menos, o bobby parece o paulinho da viola mais velho, de uma elegancia de porte e de gestos que chama a atenção

    ña segunda faixa eles se animaram, dai para a frente o joey de solos bacanas, mostrando pq é considerado uns dos melhores do intrumento e o bobby retribuiu, buscando sonoridades mais bops - o baterista excelente acelerou o ritmo a um ponto que, enfim, não parecia mais musica de hora do almoço

    ficou aquele som bem anos 70 e foi bacana, só meia horinha e se foram

    Anônimo disse...

    cecil:

    quando acabava um show entravam uns trinta caras de preto no palco, uma voz dizia ao microfone "15 minutos de intervalo" e em 5 os caras desmontavam o palco todo, em outros cinco montavam outro

    de cinco em cinco minutos dava um sinal igualsinho de recreio de escola, aquela campainha chata e no terceiro o show começava de novo

    mas isso não valeu para o mais que esquisitão cecil taylor, quando uns dez caras entraram no palco arrastando um imenso piano, ele veio atras, usava meias grossas, polainas velhas, uma calça e uma camisa que pareciam de pijama, uma cordinha amarrada na cintura, uns dreds brancos na cabeça(parecia um mendigo) - entrou resmungando qualquer coisa e carregando um negócio parecido com um pandeiro

    Anônimo disse...

    dai deu para ver que ele tinha um livro não mão, aberto e que estava lendo uma partes, dai parou e começou a tocar furiosamente(não tinha dado o segundo sinal ainda) - um monte de gente veio correndo para as cadeiras

    bom, só posso dizer que a apresentação dele foi muito bonita: eu gostei muito do paino. não era jazz, nem era nada que tenha um nome ou rótulo, mas ele não enganou ninguém, ninguém tinha ilusões sobre isso.(reclamações encaminhem a gerencia)

    a musica muito densa e pouco digerível foi favorecida por uma apresentação curta, de 30 minutos - mais teria sido cansativo - as vezes ele parava de tocar e declamava alguma coisa - uma mistura de ton zé e preto-velho e depois voltava ao piano

    só aos trinta minutos de show, entre o falso fim e o bis, olhou desconfiado para a platéia.

    fim

    Anônimo disse...

    depois veio a Corad Herwig's Latin Side

    nunca tinha ouvido falar do cara e tinha medo do tal Latin jazz, mas o show foi bacana, alegre, e apesar do forte tempero latino eu achei muito bom: os musicos eram ótimos, particularmente o trombonista e lider

    recebeu como convidade especial ""raul de "sossa"" que foi elogiadissimo pelo gringo na entrada, mas que na minha opinião perdeu para ele em todos os solos trocados, o trombonisca gringo toca muito mesmo.

    fim

    cheguei em casa tres horas da manhã mas trabalhei feliz hoje.

    vinicius

    Anônimo disse...

    Meu amigo, correr atrás de soprista não pega bem...Os nomes dos músicos do grupo do Lovano estão relacionados em alguns “posts” acima.O Joey de Francesco ficou grotesco mesmo de tanto engordar.Inclusive tem um cd em q ele esta a mesa, apreciando uma "pasta" com seus companheiros, chamado "Goodfellas" q é ótimo.O terceiro disco dele "Part III" já foi lançado no Brasil ,em 91 e comparando o volume de "adiposidade" do organista, deve estar uns 40 kg mais robusto ,sujeito a ele não chegar aos 50 de idade.O som mais "muzak" , em alguns momentos ,em suas palavras, q fizeram não corresponde a formação deles.Tocou trumpete, de forma básica, no grupo do Miles e no disco "Amandla" e improvisando livremente , já “infernizando” no órgão, no grupo, "Free Spirits" ,junto com o baterista Dennis Chambers e o guitarrista inglês John Mc Laughlin, em três cds(o melhor deles Live In Tokyo).E o Bobby Hutcherson, como todo bom vanguardista,mesmo tendo como maior influencia no instrumento Milt Jackson,tocou em inicio de carreira com Archie Sheep,Andrew Hill,Eric Dolphy entre outros, encaminhando-se, nos últimos 20 anos, pra trilhas menos tortuosas e mais tolerantes da música tonal, como comprovaste “em loco”.Conrad Herwing conheço do grupo do baterista Louis Hayes ,um dos típicos casos de músicos q sugerem q aprenderam a tocar “hard Bop “antes de alfabetizar-se, tamanha a naturalidade em expressar-se nessa linguagem.Não fico surpreso com sua decepção com o Raul de Souza.Posso estar enganado, mas ele sobrevive mais da fama adquirida ,de forma justa, "como maior trombonista da musica brasileira".Vittor Santos,porém, e o mais fluente em atividade.A ultima vez q senti essa impressão coincidente foi numa apresentação do João Donato em q Raul era "side partner" , há uns 8 anos, no extinto Supremo Musical.Um conhecido o convidou a sentar-se em nossa mesa e fez questão de beijar as mãos de todas as mulheres e chama-las de "madames" e nós, acompanhantes delas, de "doutores".Pra avaliar q isso, da parte dele, foi a maior lembrança da noite.Cecil Taylor por mais hermético e uma experiência necessária.Não se escreve nada a respeito do “piano jazz” sem ter algumas linhas dedicadas as sonoridades q consegue extrair de maneira "aparentemente relapsa e inconseqüente"do instrumento. Quase como q o agredindo .E quanto ao figurino, há ultima vez q o ví, há uns 10 anos ele, presumo, ainda estava usando a mesmíssima camisa, calça e toca na cabeça.Continue enfrentando as madrugadas presenciando o Jazz.E uma bela maneira de se viver a vida.Edú

    John Lester disse...

    Bem, confesso que são depoimentos como os do amigo Vinicius, um de nossos mais antigos visitantes, que me fazem insistir em escrever um blog sobre jazz. Além de lutar por aquilo que considero a maior forma de expressão artística instantânea já produzida pelo homem - o jazz - ainda me divirto a valer com pessoas inteligentes, sensíveis e de extremo bom humor.

    Obrigado Vinicius. E obrigado Edú pelas ricas notas de rodapé que tem oferecido generosamente ao Jazzseen. Do seu ótimo comentário, só dispenso é a tal experiência necessária com Cecil Taylor. Prefiro uma boa partida de peteca.

    JL.

    Anônimo disse...

    Lester, vc e um dínamo, eu administrando minha impaciência com minha fratura. Vc conseguindo tempo pra escrever sua resenha ,em plena madrugada pra não “esfriar” as informações , ler os posts e redigir os comentários.Amanhã ,ou seja ,hj, mais tarde, debruçar-me-ei sobre "sua exclusiva" com o Eldar.E corroboro com sua opinião sobre o Vinicius.Nosso joguinho de peteca, como meu golfe, só pra 2008.Edú

    Anônimo disse...

    Fratura, Edú?

    Anônimo disse...

    Atendendo a curiosidade: na semana passada sofri uma fratura , demonstrada em radiografia , dupla em minha tibía direita.Edú

    Anônimo disse...

    Se um Ornette Coleman incomoda com seus grunhidos no saxofone e faz pior trabalho utilizando o violino, como q rabiscando com um garfo de churrasqueiro um quadro negro.Um Cecil Taylor, incomoda tanto, ou mais, pra muitas pessoas, não o meu caso, martelando, socando, quase “chibatando” um steinway.Essa parece ser a sina desse nova-iorquino de quase 80 anos, q esteve na semana recente participando do TIM Festival em SP e RJ.Segundo um dos três maiores conhecedores de jazz do país, Jose Domingos Rafaelli , o pianista, presente num evento há mais de dez anos, é um dos responsáveis pelo esvaziamento de publico eminentemente interessado em jazz na freqüência do festival ,nascido há 22 anos, sob o patrocínio de uma fabrica de tabacos.A razão séria a absoluta ojeriza a sua música, além da performance provocativa no publico, com palmas, vociferações e declamações desordenadas e uma “taylor`s dance”.Por mais q respeite a opinião de um de meus “gurus” no jazz, discordo respeitosamente dessa teoria.Taylor , em sua peculiar forma e uma expressão considerada no “piano jazz”.Nas coleções de cds organizadas, por renomados historiadores , pela Fundação Smithsonian, dedicada a preservação da memória americana , quando abordado o instrumento ,especificamente, no gênero jazz, uma ou mais faixas suas são recolhidas nas compilações .No entanto, essa lembrança nunca e fácil, até mesmo pra mim.Possuo cinco cds desse artista e recordo-me quando percorro a consoante “T”, na prateleira de meus discos.Esse relega mento natural, a quem já foi classificado como o autor da musica mais “anti-comercial” da América, é uma rotina na carreira desse ex-timpanista q iniciou seus estudos de piano aos 5 anos.Enfrentando desde do principio a recriminação dos proprietários de “jazz clubs”, por sua musica não insaciar a venda de álcool e comida, afugentar freqüentadores e a necessidade de localizar com urgência o afinador do piano, no dia seguinte ao set.Taylor abominou o emprego da melodia em sua música,ás vezes a harmonia e coloca o ritmo quando sente vontade, retornando o piano como elemento percurssivo primário.Tornado-se um verdadeiro “outsider” musical, refletido em seu estilo e comportamento “grunge”,da turma de Seattle, com décadas de antecedência, tanto na parte ruidosamente sonora, tanto na q adotou em seu “closet” pessoal.Mesmo com os protestos e rejeições, perseguiu obstinadamente ,a custa de imensas dificuldades pessoais, sem fazer uso de recursos ou efeitos eletrônicos , uma musica de identificada influencia da vanguarda européia, com uma mistura , a seu modo, evidentemente, de Fatts Waller, Duke Ellington,T.Monk e Dave Brubeck.Um convite a uma experiência surpreendente, uma prova confrontadora(desagradável ou não) a sua sensibilidade pessoal. Edú(utilizando o respeito a multiplicidade argumentativa de nosso editor-chefe)

    Anônimo disse...

    Comentários laudatórios e perda de tempo dos sr. Edú e Vinícius, apoiados pelo sr. Lester, para descrever atuações de Cecil Taylor o "agressor de pianos", Bobby Hutcherson, Joey DeFrancesco, Conrad Herwig's Latin Side e outros "menos votados", que nunca tiveram uma passagem expressiva, compromissada com o jazz. Então, os "senhores dos festivais", contratam este pessoal sem expressão e decadentes e impingem-nos esta porcariada toda, como sendo músicos de jazz e rotulando o evento com o nome pomposo e enganoso de "Festival de Jazz". O pior de tudo é que os mais jovens acreditam que essa baboseira é puro jazz. Brincadeira !

    Anônimo disse...

    Ja que voce tanto gostou do show do Joe lovano porque não escrever o nome dos musicos que tocaram ?O tenorista ,o pianista e etc ...Numa boa ,mas sendo chato,isso não é dificil de saber e não ia te custar mais 2 minutos pra escrever e voce estaria dando uma real demonstração de respeito pelos musicos que fizeram uma apresentação ,que tenho certeza que foi magnifica,considerada por voce uma das melhores que ja viu.Mesmo gostando voce nem pelo nome dos musicos se interessou. Desculpe o mau jeito mas voce mandou mal.Na proxima voce ,com certeza,caprichara mais.
    Um abraço

    John Lester disse...

    Prezado Tandeta, se você tivesse paciência para ler os comentários, verificaria que não citei os músicos porque não tinha certeza quanto aos nomes, exceto o sax alto (Slagle), que já conhecia.

    Mas fique à vontade em suas críticas, o Jazzseen também serve como diazepínico.

    Grande abraço, JL.

    Anônimo disse...

    Caro JL:critiquei pois acho que postar em um blog tão bacana um comentario elogioso de um show sem falar o nome dos musicos(não era uma orquestra sinfonica)é estranho pra mim.Mas tudo bem .Quanto ao diazepinico obrigado mas tenho melhores remedios.Procure levar numa boa.De qualquer maneira o blog é bacana e de vez em quando virei aqui.
    Abraço

    Anônimo disse...

    Eu quero ter a oportunidade de ouvir a estes músicos, porque adoro o jazz e já muitas pessoas os recomendaram.
    Tem algum vídeo feito assim posso vê-lo pela internet? Eu pensava pedir delivery de comida e convidar a algumas amigas.