Finalmente, depois de um tempão na gaveta, e atendendo a insistentes pressões, quer dizer, pedidos, do Gilvan, resolvi publicar a minha pesquisa de mestrado: O Império Romano e o Reino dos Céus, segundo volume da Coleção Biblioteca Universitária, da Flor&cultura. Nesse livro eu analiso um discurso ("De laudibus Constantini") pronunciado no século IV por um bispo palestino (Eusébio de Cesaréia) no Jubileu dos trinta anos de governo do imperador romano Constantino, tido como o primeiro imperador cristão, o governante romano que não apenas acabou com as perseguições aos seguidores de Cristo como também restituiu-lhes a liberdade, promulgou leis favoráveis a eles e concedeu-lhes privilégios (isenção de impostos, por exemplo... é, essa sacanagem vem de 1.700 anos) e riquezas tais que, em pouco tempo, no espaço de uma geração, eles passaram de perseguidos a perseguidores e tornaram-se o alicerce moral, ético, intelectual e espiritual do Ocidente. Mas o barato desse discurso do Eusébio é que, mesmo sendo um discurso cristão (e grandinho: a versão moderna tem 80 páginas no formato 14 x 21. Imaginem aquele calor desgraçado do verão em Constantinopla, ano 316, sem ar condicionado, e um bispo lendo 80 páginas, em grego... e ai de quem saísse.), então, mesmo sendo um discurso cristão, ele não fala uma única vez sequer no nome de Cristo, em crucificação ou sacrifício, essas coisas tão caras aos cristãos. Por que um bispo, diante de um imperador cristão (de fato, porque de direito ele só se batizou na hora da morte) que governava quase por consenso, não fala o nome de Jesus? As hipóteses são várias, respostas definitivas não há. Se vc quiser saber mais, esteja lá, no coquetel de lançamento, na sede da Adufes, quarta que vem, 21, às 19h00. A Adufes é aquele prédio com frente de vidro ao lado da "penteadeira de bordel" (o prédio da FCAA), na Ufes. Quem quiser comprar, leva R$ 25, que este escriba quer ir a Paris de novo ano que vem. Quem não quiser, está convidado e será bem-vindo do mesmo jeito: o mais importante é a conversa e o abraço. Conheça melhor Miguel Marvilla e sua obra AQUI.
Um comentário:
Estarei lá.
Aprecio o Miguel poeta. Quanto a seu lado ensaísta, tenho, no mínimo, curiosidade.
É sempre bom saber que o Jazzseen tem preocupação com as "belas letras".
Valeu, JL. Miguel merece.
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