Faz dez minutos, liguei para Mr. Lester, amigo de longa data, para lhe desejar um feliz natal e um próspero ano novo. Lester, de pronto, vociferou: não encha o meu saco, e desligou antes que eu pudesse retrucar. Fiquei muito triste, afinal esse período do ano costuma ser repleto de ternura, carinho e sorrisos fáceis, coisas que Lester diz serem totalmente desnecessárias ao bom jazz. Refleti sobre a desértica frase do amigo e concluí que, de fato, esse período natalino é realmente bastante chato. O que podemos dizer, por exemplo, do Papai Noel? Lester o odeia e, certa feita, disse que ele ficaria bem tocando sino com Miles Davis ou cantando All we need is love. Sendo assim, acompanhando a política do blog, resolvi me abster de qualquer referência a abraços e votos nesse ano que finda. Deixo apenas para os amigos navegantes a faixa No More Blues (Chega de Saudade), interpretada pela bonita Susannah McCorkle, uma cantora de sucesso que se matou em 19 de maio de 2001, no auge da carreira. No dia do suicídio era primavera em New York e floresciam jasmins em New Orleans. Agora quem poderá dizer que o Jazzseen não prestigia a MPB e a voz? O álbum é No More Blues, lançado pela Concord CCD-4370, em 1989. Com Susannah estão Ken Peplowski (ts), Dave Frishberg (p) e a também saudosa guitarrista Emily Remler, morta pela heroína em 1990. Feliz ano velho a todos que, apesar de ausentes, estarão sempre entre nós.
Susannah McCorkle
Susannah McCorkle
10 comentários:
Bem, não foi exatamente assim Mr. Scardua. Mas, de qualquer forma, obrigado pela resenha. Susannah deixou mesmo saudades.
Grande abraço, JL.
Muitos de nós, frequentadores do Jazzseen, nos desejamos sim, Feliz Natal, Boas Festas, Um Bom Ano Novo!E gostamos muito de Jazz! Boas Festas, Mr. Roberto Scardua!!
RIP Susannah e Emily...
Natal é mesmo uma boa oportunidade pra recordamos das pessoas que realmente fazem falta.Bom Natal e Feliz Ano Novo,Scardua.Edú
Feliz natal, com muito jazz.
Sr. Scardua, não se sinta triste. JL é rabugento, mas é pessoa da mais alta ternura.
O que lhe falta é aprender a compreender Miles Davis.
Grande abraço a todos.
E Ótimo Natal!
Nesta época festiva, todo mundo se confraternizando, relembrando e falando de coisas boas e aí vem um camarada falar em Miles Davis. Tenha paciência sr.Grijó! Aproveito para desejar a todos, inclusive ao sr. Grijó, um feliz Natal e muitas realizações em 2008.
Prezado Mr. Grijó, não seria exagero dizer que um dos melhores presentes de 2007 foi seu ingresso para o Clube das Terças. E não só pelo seu profundo conhecimento de jazz, mas também pela sua inteligência veloz e seu raro humor.
Contudo, nosso blog é, essencialmente, sobre 'músicos' de jazz e não sobre 'empresários' do jazz. Não há qualquer dúvida sobre Miles ter sido o maior empresário do jazz, a figura mais influente do jazz, o homem mais criativo do jazz. Mas não tocava nada, compôs pouco e nunca fez um arranjo. Logo, não poderíamos enquadrá-lo como 'músico'. Foi, digamos assim, um Duke Ellington do trompete.
Grande abraço a todos os amigos e inimigos que frequentam nosso blog e feliz natalis invicti!
JL.
A Sra. Lúcia Guimarães acaba de confirmar, no programa Manhattan Connection ,do dia 23/12, durante os seus cinco minutos finais, a conduta doméstica de Miles Davis em relação a sua esposa.Assunto encerrado pra mim.Edú
Predador, só citei Miles porque Roberto Scardua citou antes...apenas isso. Não me queira mal nesses tempos de Natal! (não a rima não foi proposital).
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