Acredito firmemente que todo genial improvisador do jazz é capaz de jogar roleta russa com a tranqüilidade de quem pinga colírio. São indivíduos diferentes de nós, pouco apegados aos valores padronizados da classe média, como dormir num lençol de puro algodão 300 fios lavado com amaciante ou educar bem os filhos para que sejam, no futuro, funcionários exemplares de multinacionais ISO 9014. Um desses mestres descontrolados do jazz, o saxofonista Joe Maini (ao centro na foto, com Zoot Sims à esquerda e Bill Holman), morreu exatamente assim, enfiando um tiro de 45 na cabeça durante uma divertida sessão de roleta russa. Curioso é ler, em alguns manuais de jazz, quando dizem que ele morreu ao ‘perder’ um jogo de roleta russa! Certamente Joe não venceu o derradeiro jogo. Tinha 34 anos e, como um bom jogador que se preze, não deixou nenhum álbum como líder. Joe nasceu em Rhode Island, em 1934, numa família de músicos. Começou a estudar música ainda criança e, aos dezoito, já trabalhava nas bandas de Alvino Reys, Johnny Bothwell e Claude Thornhill. No início dos anos 1950, parte para Los Angeles, onde trabalha em estúdios e participa de interessantes sessões de gravações com músicos locais, entre eles Bill Holman, Jack Sheldon, Shelly Manne e Jimmy Knepper. Suas melhores performances foram ao lado de Clifford Brown, registradas em 1954 e lançadas nos álbuns Jam Sessions Vol. 1 & 2, da EmArcy. Habilidoso tanto no alto quanto no tenor, Joe participa da trilha sonora I Want To Live!, de 1958, e de alguns curtas, como os da série Frankly Jazz, com Shorty Rogers e Gerald Wilson (1962). Bastante influenciado por Charlie Parker, Joe estava prestes a definir voz própria dentro do idioma bop repleto daquela influência suavizante da costa ensolarada. Quis Deus ou o destino que estourasse os miolos antes disso. Para os amigos, deixo a faixa East Coast Outpost, retirada do álbum Red Mitchell, gravado pelo contrabaixista em 1955 para a Bethlehem. Com eles estão Hampton Hawes (p), Conte Candoli (t) e Chuck Thompson (d). Boa audição!
Red Mitchell - Eas... |
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7 comentários:
não conhecia o maini lester, valeu
Lester, êle trabalhou no "Jovem Frankstein?
Gostei do som!
Muito bom ler as resenhas, ouvir musica de 1ª qualidade...
Muito legal!
sax miserável
bom o menino, vou pesquisar mais
q burro...
vinicius
nem sempre a bala é de festim
Quero mais!!!
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