02/05/2008

Augustus

O centro de Vitória renasce com a boa música. O Botequim Augustus, sito à Rua Gama Rosa, tem promovido noitadas musicais agradabilíssimas. Eduardo, o dono do bar, tratou de deixar a casa com um clima aconchegante (são dois pisos, com ar condicionado), com boa comida (o camarão na moranga é excelente) e bebida de boa qualidade. Os preços são acessíveis ao bolso médio. Aos sábados, a responsabilidade é de Chico Lessa (violão e voz), que, acompanhado por Salsa (sax alto, tenor e voz), interpreta suas parcerias com Márcio Borges (Clube da Esquina), muita bossa e standards da música pop norte americana. O som começa às 21:00h. PS - enquanto não chega a hora, divirtam-se com os blogs Jazzigo e MPBJazz.

4 comentários:

Anônimo disse...

Amanhã estarei lá!

Salsa disse...

Só quero ver, Carioca.
Paula "sempre bela" Nader,
valeu a divulgação. Manda um abraço pro vovô - ele também está fazendo falta.

Salsa disse...

PS para o Lester - Enfim, eu consegui beber o Porta - cabernet. 27 merréis bem empregados. A relação custo benefício é muito boa. O vinho tem um buquê levemente frutado (notei manga ao fundo), com madeiras no ponto certo. Paladar equilibrado, mantém um nível de harmonia interessante, deixando, na boca, um gostinho de quero-mais.
Não fará feio se servido aos diários convivas.

Anônimo disse...

Freqüentar um bom boteco – mesmo com minha assumida abstinência etílica – representa mais valor a mim que qualquer visita a um restaurante “estrelado” do Guia Michelin.Aproveito e peço licença a Srta.Nadler para colocar uma tradução livre do obituário de Jimmy Giuffre pelo New York Times.
Jimmy Giuffre, imaginativo artista de jazz morre aos 86
Por Ben Ratliff publicado 26/04/08

Jimmy Giuffre , o aventuroso clarinetista, compositor e arranjador que numa carreira de mais de 50 anos dedicados ao jazz percorreu desde a autoria do tema dedicado a banda de Woody Herman ,”Four Brothers”, ao minimalismo, os trios sem bateria, até trabalhos experimentais de grupos orquestrais morreu na quinta em Pittfield , Mass.Tinha 86 anos e vivia em West Stockdridge, Mass. A causa foi uma pneumonia decorrente de complicações do Mal de Parkinson, disse sua esposa de 46 anos de matrimônio ,Juanita, sua única ente.A despeito de mais meia dúzia de instrumentos que tocava, da flauta até o sax-soprano, foi a clarineta que deu-lhe sua assinatura sonora; era uma sonoridade sombria, de tonalidade aveludada, centrada no registro baixo, mas com uma força rara.Seu album “Tangents in Jazz(1955) abandonando os instrumentos de corda como piano e guitarra inova ,dois anos antes, das realizações de Sonny Rollins.Seus trios de 1956 até 1961, não tem a presença da bateria, antecipando os registros clássicos de timbres de jazz vanguardistas dos anos 80.Uma parte disso impressionou pequenas audiências, no entanto,o que fez Giuffre importante para os aficionados das big bands foi uma composição ,”Four Brothers”, um sucesso para a Woody Herman Second Herd, em 1947.Estabelecendo a característica do naipe da banda de Herman , o som de três saxes-tenores e um barítono , tocando rápido , em harmonia e sem vibrato. Mr Giuffre(pronuncia-se JOO-free) nasceu em 26 de abril de 1921 em Dallas.Começou tocando clarineta aos 9.Frequentou o North Texas State Teachers College, onde graduou-se em música em 1942.Depois serviu às Forças Armadas por 4 anos e tocando num quinteto,nas horas livres.Muda-se, mais tarde, pra Los Angeles.Depois de um tempo ensinando música, começa estudar composição de forma livre.No final dos anos 40 começa como arranjador free lancer e em alguns casos saxofonista em big bands.No inicio dos anos 50 e da West Coast , Giuffre toma parte no movimento.Tocando o saxofone tenor, ele participa dos grupos de Shorty Rodgers,Shelly Manne e Howard Rumsey.Durante esse período torna-se um compositor respeitado.Começa a ensinar de 1947 a 1952.Welsey LaViolette, enfatiza as virtudes de sua escrita em contraponto que se torna sua marca registrada, fazendo as iniciativas experimentais musicais realizáveis.Mr. LaViolette disse que Giuffre considerava o jazz capaz de acomodar qualquer tipo de composição, não apenas privilegiando uma seção de instrumentos, mas todos eles.No meio dos anos 50 Giuffre começa a escrever peças próprias pra baixo e bateria, tentando demonstrar sua “cor” e personalidade nessa instrumentação.No final dos anos 50 a formação do Jimmy Giuffre 3 – com o guitarrista Jim Hall e o baixista Ralph Pena e depois com Hall e o trombonista Bob Brookmeyer – ganhou algum sucesso comercial(Esse trio foi imortalizado na seqüência do filme “Jazz on Summer´s Day” tocando sua peça mais conhecida “The Train and the River”.)Se Giuffre tinha idéias complexas, não era partidário de limites estéticos.Prezava sua sonoridade pequena no clarinete mas não se distanciava de músicos de sonoridade mais intensa.Nunca se manteve irreconciliável entre as escolas de influência americana e européia.Seus trios dos anos 50 tinham inspiração declarada da Europa e em Claude Debussy , Sonata pra Flauta,Viola e Harpa. Ao mesmo tempo usou trios influenciados pelo senso rústico do blues, como a peça “Americana”.Desde da década de 50, Giuffre dedicou-se ao ensino, primeiro na Lenox School of Jazz, de existência de 1957 a 1960.(Uma piada circulava pela escola que dizia que o escritor André Hodeir ironizou dizendo “quem iria ensiná-lo os registros altos?”).Foi em Lenox que Giuffre encontrou Ornette Coleman, um bolsista na escola em 1959.Giuffre impressionou-se com a convicção e liberdade de transformação estética de Coleman.De alguma forma essa influencia modificou a música de Giuffre.Esse resultado foi o tranqüilo improviso sem tempo fixo característico de seu trio com Paul Bley ao piano e Steve Swallow no baixo, no relançamento da ECM “1961” e “Free Fall”.Esse trio teve duração de menos de dois anos tocando de forma descompromissada. Swallow descreve que a última apresentação do trio foi no café Bleecker Street em Nova Iorque e decidido o encerramento ,depois, que cada músico recebeu “35 centavos”.Mas quando “1961” foi reeditado em 1992 foi reconhecido pelos jovens músicos e críticos por sua inovação no período do jazz de início dos anos 60.O álbum recebeu a cotação máxima de cinco estrelas da revista Down Beat.Uma similar recepção sofreu “Free Fall”, que inclui penetrantes e agitados improvisos nos solos.Apesar do álbum ter sido um insucesso comercial em 1963, quando foi reeditado pela Columbia ,25 anos, depois, o “Penguin Guide to Jazz on CD” deu-lhe a cotação reservada a obras-primas.Depois de “Free Fall”, Giuffre ficou 10 anos sem gravar.Continuou a lecionar na New School e na New York University . Em 1978, adere ao corpo docente da New England Conservatory em Boston onde fica até o inicio dos anos 90.Cria uma nova formação do Jimmy Giuffre 3 que tem mais proximidade com a sonoridades da África e Ásia e em 1980 faz uma série em quarteto para o selo italiano Soul Note.Em 80, ainda, forma uma produtiva associação com o saxofonista frances André Jaume, que havia gravado suas peças em seu selo,CELP.Em duo gravaram ao vivo o disco “Momentum”(Hatology).A edição de “1961” do trio, com Bley e Swalow,reuniu-se esporadicamente pra apresentações e gravações como “The Life of a Trio”(Owl 1990) e “Conversations With a Goose”(Soul Note 1992).Edú