28/05/2008

The Hunt: Dexter Gordon x Wardell Gray

Nunca na história deste país se discutiu tanto sobre downloads gratuitos de álbuns pela internet. De um lado, terminantemente contra os downloads, estavam John Lester e Grijó, defensores inarredáveis da compra de álbuns, com emissão de nota fiscal e tudo. Do outro, mais afeitos à liberação dos downloads, estávamos eu e Frederico Bravante, este último defensor confesso da total liberdade de downloads no meio virtual, esteja o artista vivo ou morto, esteja o álbum disponível ou não para venda no mercado formal. Após terríveis e acirradas discussões no Clube das Terças, entendi razoável que a disponibilização de um álbum fora de catálogo, ou seja, de um álbum que não está disponível para compra no mercado, não poderia ser censurada de forma tão incisiva, ainda mais se o álbum fosse de um músico já morto e que o álbum tivesse sido gravado há mais de 60 anos. No caso específico, o álbum objeto de tanta celeuma é o clássico The Hunt, que apresenta as famosas 'battles' travadas entre os saxofonistas Dexter Gordon e Wardell Gray. Trata-se de um álbum duplo, gravado em 6 de julho de 1947, ao vivo no Brown Bomber, Los Angeles e lançado pela Savoy. Os quatro discos apresentam apenas uma faixa de cada lado, com duração média de 20 minutos para cada uma delas, coisa rara para aqueles tempos. Nessas memoráveis jam sessions os dois saxofonistas tenores são acompanhados por um time de primeira: Sonny Criss (as), Howard McGhee (t), Trummy Young (tb), Hampton Hawes (p), Barney Kessel (g), Harry Babasin ou Red Callender (b) e Connie Kay ou Ken Kennedy (d). Coletados os votos dos demais sócios do Clube das Terças, aprurou-se que, por 32 votos contra e 47 a favor, deveria o Jazzseen divulgar o link para download de tão importante clássico do jazz. O álbum é disponibilizado no site Be Bop Wino em duas versões: uma no formato M4A, de alta qualidade, e a outra em formato mp3, de menor qualidade. Aqueles que seguiram a dica da amiga Paula Nadler e baixaram a versão gratuita do Media Monkey player, poderão ouvir a versão em M4A, bem como poderão convertê-la, caso queiram, para outro formato de sua preferência. Na verdade, não é preciso maiores preocupações quanto ao formato, tendo em conta que a qualidade do som original do álbum não é das melhores. Mas a música, essa sim, é de primeira qualidade.

23 comentários:

Frederico Bravante disse...

Beleza de álbum Roberto. Obrigado!

Anônimo disse...

Maravilha!

Danilo Toli disse...

Grande dica. Wardell Gray, apesar de um dos maiores tenoristas do jazz, gravou muito pouco. Valeu Roberto!

Cinéfilo disse...

Coisa boa, de qualidade, com duas feras do tenor - e ainda as presenças do ótimo Trummy Young e Barney K., rei da guitarra.
Grande. Dexter e seu sopro sem vibrato. Aprecio.

Mantenho a fala, há anos: sou contra downloads, a não ser, claro, com AUTORização expressa.

Por falar nisso, por falar em autor, Salsa não vai nos brindar com crônicas sobre Rio das Ostras e seu jazz?

Anônimo disse...

Hoje, dia 30, o Jazzseen completa dois anos de vida.Pouca coisa para um bebê mas considerável avaliando o volume de material originalmente produzido para preencher às celebres páginas cinzentas do blog.Seu sucesso e subsistência se devem essencialmente há dois fatores.Primeiro,o prestígio avalisado por mais de uma centena de visitantes diários que concedem - pra nosso privilégio - alguns minutos em suas atividades do dia pra se atualizar ou aprofundar-se sobre o assunto.Segundo, o talento e produtividade do CEO,editor responsável e redator executivo, John Lester.Neste período, Lester associou a feitura de seu aguardado livro e escreveu algumas das mais significativas páginas sobre o assunto jazz no âmbito da Internet.No período inicial manteve associação indispensável com o Salsa, um dos mais inesquecíveis personagens da cena jazzística capixaba.Juntos , é o quinhão do Salsa sobre esse bem sucedido “case” é enorme, construíram a seleção convidativa que tornou-se o acervo e história do blog.Depois, Salsa foi esbanjar seu talento por outros domínios e Lester demonstra que os doze trabalhos de Hercules são “café pequeno” para as atividades que elabora e produz no blog. Diante da enormidade de assuntos a se abordar, na infinita riqueza que se constitui o jazz e sua disposição demonstrada , prevejo que meus futuros netos terão,também, o Jazzseen na rotina diária de suas vidas.Longa vida.Edú

Anônimo disse...

Edú é gente fina mesmo!Apesar de não ser "fundador" do Jazzseen, sempre colabora com seus comentários pertinentes e bem abalizados,grande conhecedor que é do Jazz,e é o 1º a celebrar o aniversário do querido Blog!
Parabéns,Jazzseen, continue a nos brindar com suas resenhas informativas e divertidas, que tb. proporcionam comentários inteligentes, engraçados ,curiosos...Vida longa!

Salsa disse...

Parabéns, Lester, meu velho. Você merece. Seu trabalho é ímpar.
Abraços,
Salsa

John Lester disse...

Prezados e exagerados amigos,

o Jazzseen não seria nada sem vocês e, é claro, sem o jazz.

Eu, simples perfumista, não faço nada além de colocar velhos perfumes em novos frascos.

Grande abraço a todos, JL.

Anônimo disse...

E, além de tudo, um poeta!
Parabéns ao blog, aos atuais e antigos colaboradores, é muito bom passar aqui e ler postagens novas e também as antigas...blog excelente!
Meus cumprimentos jazzísticos,Lester!

Anônimo disse...

Valeu John, parabéns e muitos anos de Jazzseen!!!

Anônimo disse...

Um dos méritos do jazzseen é acolher naturalmente, sem ranço, opiniões divergentes, possibilitando a convergência maior, que é o jazz. Parabéns Lester e que o jazzseen seja imortal mesmo e sempre, e não enquanto dura (expressão infeliz de Vinucius de Morais).

Olmiro Müller

Anônimo disse...

delicia...

John Lester disse...

Prezado Olmiro,

Bom sabê-lo perto.

Grande abraço, JL.

Cinéfilo disse...

JL, caro poeta, BamBam está no Ipsis.
Grande abraço.

Anônimo disse...

....E Pedrita está no Sispi. Os Flinstones estão chegando!.
Parabéns sr.Lester, por estes dois anos "segurando a barra" do Jazzseen, inicialmente com a ajuda preciosa de mr.Salsa e agora com seus colaboradores, trazendo-nos constantemente as coisas boas e as não tão boas do jazz, livros e vinhos. Recebendo elogios, tomando "porrada", mas esta é a vida. Espero que continue brindando-nos com seus comentários e curiosidades do jazz por muito tempo ainda. Congratulations!

Cinéfilo disse...

Predador, sei que vc gosta de jazz (ou diz que gosta). Dê uma checada no som do Marcelo Coelho (dito Bambam) e vc verá que o cara não é pré-histórico. Mas abra seu coração exigente!

Aqui:

www.myspace.com/coelhomusic

Abraço.
(2 anos, JL? Parabéns. Os apreciadores do jazz - e incluo aí Mr. Predador - agradecem.)

Sergio disse...

Parabéns ao Lester, Bravante, Salsa, Scardua... Edu - q não deixa de ser um nobre colaborador.

E, nada como um post comemorativo disponibilizando (o endereço de) um álbum (finalmente! Pow! Blum! Bleng Bleng!) na íntegra pro regalo dos leitores.

Sobre o texto, a "guerra" entre sim e não (disponibilizar grátis), jamais esqueçam os contra que há muito mais pé inchados de pouco ou nenhum poder aquisitivo (cultural), na Rede, do que sonha vossas vans "Cascadura/Leblon" filosofias.

Por exemplo: graças a essa editoria, hoje sei que esse cara junto com Dexter Gordon, não é o mesmo d’O retrato de Wradell Gray do Oscar...

Ah, é Dorian? Paciência... Uma hora - e, com ajuda dos meus companheiros, eu fico fino.

PARABENS MAIÚSCULO, JAZZSEEN!

Anônimo disse...

Peço licença pra utilizar o post do colega Scardua em forma de mural pra fazer dois tristes registros.Primeiro, a morte do músico e professor Walter Santos.Figura mais associada à paternidade da cantora Luciana Souza, principal nome brasileiro no cenário das cantoras de jazz em nossos dias.Mas isso minimiza demais a figura de Walter,um educador e produtor de grande importância para às gerações de músicos dos últimos quarenta anos.Além de participante, como violonista de discos essenciais do período bossanovista como “Canção do Amor Demais” de Elizeth Cardoso, pedra fundamental do movimento.Não sabia e lhe agradeço , infelizmente, tarde, a criação do selo Som da Gente de música instrumental independente dos anos 80.Seus discos de excepcional qualidade tanto na produção como em requinte gráfico como por exemplo: os do saxofonista Roberto Sion ,o primeiro do maestro e pianista Nelson Ayres , além dos produzidos pelos guitarristas - em forma individual – Heraldo do Monte e Olmir Stocker (Alemão) representam uma generosa parcela do que houve de melhor no contexto da musica instrumental brasileira em todas às décadas.Outro registro, a questão de horas, a morte do saxofonista, arranjador e compositor J.T.Meirelles.Personagem histórico e objeto das resenhas no Jazzseen - de datas 02 e 08 de agosto de 2006 - “pela pena” de Salsa, Meirelles “transitava” no chamado samba jazz, variação de temas de bossa nova harmonizados na estética do jazz.De personalidade considerada difícil, Meirelles foi participante e por vezes líder dos grupos de discos históricos que “abraçavam” esse movimento desde os 17 anos de idade como o “O Som” ,“Gatos” e os “Cobras”.Em meados dos anos 90, sobrevivia tocando de maneira informal aos sábados na loja Modern Sound no Rio de Janeiro. “Cansei de ser chamado de lendário, prefiro ser ativo”.Anunciava aos fãs que recolhiam seu autografo ao final de suas apresentações. Quando encerrava seu “set” sobrevivia vendendo suas gravações caseiras ao público.Um fã, Ronaldo Bastos, comprou os direitos de seus discos antigos e os relançou em forma de cds com a devida importância e respeito, desde o encarte à engenharia sonora.Mais tarde, no inicio desta década , lançou dois novos discos do saxofonista celebrando seu retorno ao circuito carioca do jazz.Descansem em paz e com certeza tornam a música brasileira instrumental e de qualidade mais órfã.Edú

Anônimo disse...

Lester,parabens!!!!
quem recebe os melhores presentes somos nós, e,no final, o próprio jazz, pois aqui o seu espírito encontra uma das melhores traduções
E viva o jazz...viva o jazzseen,e as ideias e emoções compartilhadas...

Anônimo disse...

Depois de um bom tempo sem visitar o Jazzseen, reencontro-o firme e forte nos seus dois anos.
Parabéns Mr. Lester e entourage pelas belas e prazeirosas dicas de jazz, bossa e vida.
E pensar que em Colatina inaugura-se um pub! O Liver Pub. Quem diria!
Deixa Garibaldi M. e o Predador saberem disso.

Anônimo disse...

Lamentável a perda de duas peças de grande importância p'ra nossa música: Walter Santos e Meirelles. Citados pelo sr. Edú, o Walter foi "um produtor e educador importante para as gerações de músicos nos últimos 40 anos" e Meirelles "que transitava no samba jazz, variação de temas de bossa nova harmonizadas na estética do jazz". De luto a música brasileira.

Anônimo disse...

Triste a perda de dois importantes nomes da nossa música instrumental...Que descansem em paz!

Marília Deleuz disse...

Conheci o JT na Lapa, nos idos da década de 70. Músico excepcional, ele respirava jazz. Que o Céu esteja em festa com os dois.