E nós gostamos da saxofonista Sophie Alour, Mr. Lester? Sim Mr. Scardua, nós gostamos dela. É o tipo de assunto que me alegra e me faz lembrar de nosso poeta mais feliz: Vinicius, o de Moraes. A certa altura, em seu livro O Sentimento Do Sublime, ele diz:
Meus amigos, meus irmãos, cegai os olhos da mulher morena
Que os olhos da mulher morena estão me envolvendo
E estão me despertando de noite.
Meus amigos, meus irmãos, cortai os lábios da mulher morena
Eles são maduros e úmidos e inquietos
E sabem tirar a volúpia de todos os frios.
E por aí vai, até que, a certa altura, o poeta suplica que o salvem dos braços da mulher morena, porque:
Eles são lassos, ficam estendidos imóveis ao longo de mim
São como raízes recendendo resina fresca
São como dois silêncios que me paralisam.
Dois silêncios Mr. Lester? Sim, Mr. Scardua, existem coisas assim. Os lábios e os braços de Sophie têm um pouco da mulher morena de Vinicius. A saxofonista Sophie Alour tem a boca, os braços e, seguramente, as mãos da mulher morena. Claro, sua linguagem não é a linguagem dos naufrágios sussurrados nas madrugadas. Seu alfabeto são as notas musicais e sua gramática é o improviso. E para aqueles que procuram algo novo no jazz, e algo feito por uma mulher morena, Sophie pode ser um excelente objeto de investigação. Ela nasceu francesa faz cerca de 30 anos e, desde logo, partiu pela estrada esburacada do autodidatismo, com todos os solavancos e curvas que costumam importunar os aventureiros viajantes. Aos treze anos já tocava o clarinete, aos dezenove descobre o saxofone e, ao lado da Vintage Orchestra, estabelece sua posição como instrumentista. Nos anos seguintes teve seus sextetos, participou de outras big bands até que, em 2004, encontra outra mulher morena, a organista Rhoda Scott, com quem aprendeu os temperos e sabores da África. Em 2005 lança seu primeiro álbum, Insulaire, estabelecendo-se como uma dos principais saxofones franceses de sua geração. Maleável como toda mulher morena, Sophie percorre todas as possibilidades do jazz moderno, desde os trabalhos mais tradicionais e acústicos até experiências elétricas pouco ortodoxas, como o trabalho com Benjamin Roy e seu álbum DJ Killer. E todos estes temperos e kilowatts estão presentes em seu último álbum, Uncaged. Mas, lá no fundo, podemos perceber o silêncio da mulher morena. E nós gostamos, Mr. Scardua. Para os amigos ( ). Boa audição.
Meus amigos, meus irmãos, cegai os olhos da mulher morena
Que os olhos da mulher morena estão me envolvendo
E estão me despertando de noite.
Meus amigos, meus irmãos, cortai os lábios da mulher morena
Eles são maduros e úmidos e inquietos
E sabem tirar a volúpia de todos os frios.
E por aí vai, até que, a certa altura, o poeta suplica que o salvem dos braços da mulher morena, porque:
Eles são lassos, ficam estendidos imóveis ao longo de mim
São como raízes recendendo resina fresca
São como dois silêncios que me paralisam.
Dois silêncios Mr. Lester? Sim, Mr. Scardua, existem coisas assim. Os lábios e os braços de Sophie têm um pouco da mulher morena de Vinicius. A saxofonista Sophie Alour tem a boca, os braços e, seguramente, as mãos da mulher morena. Claro, sua linguagem não é a linguagem dos naufrágios sussurrados nas madrugadas. Seu alfabeto são as notas musicais e sua gramática é o improviso. E para aqueles que procuram algo novo no jazz, e algo feito por uma mulher morena, Sophie pode ser um excelente objeto de investigação. Ela nasceu francesa faz cerca de 30 anos e, desde logo, partiu pela estrada esburacada do autodidatismo, com todos os solavancos e curvas que costumam importunar os aventureiros viajantes. Aos treze anos já tocava o clarinete, aos dezenove descobre o saxofone e, ao lado da Vintage Orchestra, estabelece sua posição como instrumentista. Nos anos seguintes teve seus sextetos, participou de outras big bands até que, em 2004, encontra outra mulher morena, a organista Rhoda Scott, com quem aprendeu os temperos e sabores da África. Em 2005 lança seu primeiro álbum, Insulaire, estabelecendo-se como uma dos principais saxofones franceses de sua geração. Maleável como toda mulher morena, Sophie percorre todas as possibilidades do jazz moderno, desde os trabalhos mais tradicionais e acústicos até experiências elétricas pouco ortodoxas, como o trabalho com Benjamin Roy e seu álbum DJ Killer. E todos estes temperos e kilowatts estão presentes em seu último álbum, Uncaged. Mas, lá no fundo, podemos perceber o silêncio da mulher morena. E nós gostamos, Mr. Scardua. Para os amigos ( ). Boa audição.
16 comentários:
muito ruim essa alour hein mr. lester! mandou mal!
Depois de fazer um baita comentário sobre as mulheres morenas,citar Vinicios de Morais, vem apresentar esta "merda" de Sophie Alour. Garanto que você, mr. Lester, toca melhor que ela. Assim eu não aguento!!!!
Nossa, que grossura! Nao acredito que o Predador, amante do Jazz,tenha sido tao indelicado...
Lester, acho que suas ideias e a forma que v. encoontra de escreve-las, são incriveis, originais, enfim, um dos textos de lingua portuguesa mais agradaveis e até, encantadores que conheço.
O som a que somos apresentados são m a r a vi lh os.
Hoje porem, achei a musica fraca, me lembrou um tipo de jazz que ouvi em alguns clubs, numa viagem à paris em 2005.
Louvo a coragem de colocar sons diferentes, da nova geração,e discordo do predador, muito agressivo no seu comentario, pois para conhecermos melhor a vida, muitas vezes precisamos de novas experiencias na literatura, gastronomia, artes, e em tudo mais que nos torna mas felizes e melhores.saudações morenas.
De Sophie eu entendo um pouco porque recebi a dádiva de ter uma como minha filha.Uma pequena morena de cabelos lisos pretos e olhos negros “intimadores” de dois anos.Quanto a Mademoisele Allour curti, inclusive recordando, de certa forma, o disco do Paul Desmond com Modern Jazz Quartet.Edú
O novo sempre traz polêmica. Que bom.
Com calma, depois de ouvir a moça, eu digo:
se eu compraria o álbum Uncaged?
Não,mas não chego ao ponto de execrar a saxofonista...Não é o estilo de Jazz que me atrai, mas como curiosidade, valeu!
Quanto ao seu texto, Mr. Lester, se eu compraria o que vc. produz? Sim, compraria...Bom demais!
Estive lendo postagens mais antigas, é muito , muito bom!
É chata bagarai...e aki nos comentários é todo mundo fake...cruzes!
Discórdia, nosso maior bem.
Desculpem o termo usado, considerado grossiro e agressivo por alguns participantes do blog, mas foi o único "adjetivo" adequado para classificar a dita saxofonista de jazz. De Jazz ???? Saxofonista????? Aliás, estes dois conceitos passam longe da tal Sophie.
Lester,
Os seus comentários estão tomando uma dimensão literária muito agradável. O som da menina fica melhor se ouvido ao ritmo do seu texto.
Parabéns!
PS -o som da menina é bom, sim, senhor.
O som, não sei pq, não consegui ouvir - não carregou aqui - mas o texto é, como sempre, primoroso. Parabéns Lester!
olney
Os homens até casam com as morenas, mas preferem as louras.
Vou como Salsa: adorei ler seu texto ouvindo a música. E gostei!
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