Nosso amigo Sérgio Scarpelli, do Jazzmasters, comenta que "O vinil teve sua morte anuciada no final dos anos 80 por causa do CD. Agora é o CD que tem pouco tempo de vida. Pois bem, estes dois inimigos de antes acabam de unir os trapos.Um cd que é ao mesmo tempo um vinil para ouvir no toca-discos A alemã Optimal Media Production anunciou a criação do VinylDisc, como o nome sugere, um hibrido de cd e disco de vinil. O disco tem dois niveis interligados - um com a gravaçao digital para ser ouvido no cd player e outro para ser ouvido no toca-discos. Será que os dois vão morrer juntos e abraçados? Ou renascer de vez? Resta esperar." Veja mais fotos da coisa. Mas não viemos até aqui para falar sobre a morte do vinil ou do cd mas sim para falar sobre a morte de um excelente selo de jazz: Masters of Jazz. Não sabemos quando o selo morreu, nem se de morte morrida ou matada. Também sabemos muito pouco sobre os loucos proprietários que resolveram lançar em cd as gravações completas de grandes figuras do jazz, tudo em ordem rigorosamente cronológica. A empresa responsável pelo selo é a francesa Média 7, situada em Nanterre, número 15 da Rue des Goulvents. Telefonamos para lá (4724-2411) e atendeu uma senhora que vende uva passa e fala muito mal o português. Acreditamos que não há qualquer rastro sobre seus produtores Pierre Carlu e Alain Tercinet, nem do diretor musical Christian Bonnet, nem do consultor musical Philippe Baudoin. Sumiram todos da Média 7 e estão trabalhando em outros projetos. No site All About Jazz houve até uma discussão acerca do tema, que pouca luz trouxe ao mistério. Um tal de Clandy, pergunta de Washington (às sete e meia da manhã!) se alguém sabe de alguma coisa sobre o selo Masters of Jazz. O melhor informado parece ser o tal de PDEE, de Woodinville, que anota alguma coisa: o selo só conseguiu lançar um projeto completo: foi o do guitarrista Charlie Christian, em nove volumes. O ambicioso projeto pretendia lançar nada mais nada menos do que TODAS as gravações dos grandes mestres, em ordem absolutamente cronológica, aí incluídas as gravações em shows, rádio, TV e, em alguns casos, como no de Sidney Bechet, algumas gravações privadas. Onde eles conseguiam essas coisas, fiquei me perguntando. Bem, vasculhando a net verifiquei que alguns espécimes da série ainda podem ser encontrados em alguns sites, como nos 'sellers' da Amazon que vendem álbuns usados. Corram os colecionadores e cuidado para não se confundirem com a série homônima da Storyville ou com a série Jazz Masters da Verve - na verdade, não há como fazer confusão porque as capas da série Masters of Jazz lançadas pela Média 7 são todas brancas, contando apenas com a foto de rosto do músico correspondente. Não encontrando nada da Masters of Jazz outra boa escolha são os cd’s da Classics, também em ordem cronológica (veja aqui). Para os amigos fica ( ) retirada do cd Lester Young Volume 1 – 1937-1939 – The Complementary Works (MJCD 46), num dos raros solos do Presidente ao clarinete.
10 comentários:
Isso não vai ficar assim! Investigaremos.
Cataremos os ossos!!!
Ô, Lester, fui ouvir seu xará e só rolou o som de um prato quebrando.
Pois é, vida de casado é assim: pratos voam. Mas valeu, o som já está rolando Mr. Salsa.
Grande abraço, JL.
Desconhecia que os discos de “capinha” branca que via nas lojas tinha tamanha magnitude.Teve um série que foi vendida de mesmo nome embalada em latas de alumínio pretas com logomarca vermelha.Do Charlie Christian recomendo, sem receio, a caixa “The Genius of The Eletric Guitar”(4 cds) que foi lançado pela Sony/Columbia.Talvez o mais belo trabalho de conceito gráfico ,aliada a música eterna, da “major” antes de desativar seu setor de jazz e deixar os Marsalis na fila do seguro-desemprego.Sugiro, caso consigam, comprar os semi-novos ou usados em bom estado aproveitando a queda vertiginosa dos preços dos cds não recentes.Edú
Só gostaria de acrescentar que os cd's de jazz da série Masters of Jazz são em capa branca com títulos em vermelho, além da tal foto do músico. A capa da resenha não faz parte da série, não é mesmo Lester?
Prezado Bolota, de fato a maioria dos álbuns da série Masters of Jazz vêm em letras vermelhas, sobremodo os de músicos determinados. Mas, quando se tratam das coletâneas, as letras são em azul. Portanto, o álbum da resenha é sim da série Masters of Jazz, só que, por tratar-se de uma anthology of scat singing, as letras são em azul.
Grande abraço, JL.
Se o CD já está numa "bagaça", pronto para ser enterrado, o Vinyldisc já nasceu morto. Esta "invenção" certamente não vai "pegar". A tecnologia é avassaladora e não permitirá a evolução desse "atraso de vida" que é o Vinyldisc(união de duas mídias ultrapassadas, que nem os saudosistas aguentarão). Quanto aos discos do selo Masters of Jazz, a maioria deles são ótimos. Continue nessa linha mr.Lester.
Predador, saudosistas agüentam uma volta ao passado - e como dizia o Jorge Guinle, "em toda a sua plenitude". Por isso são saudosistas.
Acho que isso não vinga.
A Masters of Jazz tem coisas finíssimas.
Uma curiosidade, amigo JL: vc inicia sua postagem com o "plural de modéstia" e termina-a com um "fiquei me perguntando". Interessante.
Vai pro divã ou não vai?
Abraço
(Cara, esse blog é uma aula)
Aqui em Madrid ainda se encontra alguma coisa, nas esquinas certas. A coleção, de resto, é realmente excelente. Também a recomendo.
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