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Clube de Jazz
A partir de 2004, com a entrada do site no ar, meu contato com o jazz argentino, aos poucos deixou de ser uma curiosidade e se tornou um tema relevante no meu trabalho de divulgar e promover o jazz. Primeiro, foram os shows que assisti da “Antiqua Jazz Band” e a “Porteña Jazz Band”, nos festivais dedicados ao hot jazz & swing. Segundo, e mais importante, foi o contato que fiz com o produtor fonográfico e empresário Ruben Bondoni. Além de publicar uma entrevista e divulgar cds da sua gravadora MDR, pude conhecer grupos contemporâneos de jazz porteño, como o Escalandrum, Pablo Ziegler & Quique Sinesi, Manuel Ochoa, Gustavo Bergalli e Jorge Navarro, entre outros. Mas não me deixou satisfeito, pois tinha conhecido apenas a ponte do iceberg d o jazz argentino. Para resolver essa demanda reprimida precisava de viajar até Buenos Aires.
Viagem
A minha viagem para Buenos Aires, além dos naturais interesses históricos e turísticos, existia um propósito maior: o de conhecer as melhores casas de jazz da cidade, conversar com os músicos, entrar em contato com as gravadoras, livrarias, programas de rádio e jornalistas dedicados ao jazz. Tudo, com certeza, não conseguiria, mas tinha que começar de algum ponto. Nesse momento, agradeço aos músicos Marcelo Coelho e Marvio Ciribelli que me abriram seus contatos para que eu pudesse conhecer Buenos Aires da melhor maneira: regada a muita música de qualidade.
Encontros
O primeiro contato foi com o saxofonista Rodrigo Dominguez, que fez parte da banda de Mariano Otero e que havia gravado recentemente “Amistad” em conjunto com outros três músicos. Nosso encontro se deu no jazzclub “Virasoro”, junto com o produtor Fernando Tarrés, que também dirige o selo Baú Records. Aos poucos me inteirava sobre o jazz da vanguarda argentina ao mesmo tempo em que escutava uma gig comandada pelo baterista Pepe Taveira e pelo tecladista / trompetista Enrique Norris. O próximo encontro se deu com o talentoso guitarrista Alejandro Demogli onde também pude conhecer as influências berkleeanas sobre o atual jazz porteño.
Mas, foi só com Ruben Bondoni, dono do jazzclub Notorious e do selo MDR é que pude entender o jazz argentino como um todo. Aos poucos fui apresentado ao veterano guitarrista Walter Malosetti, e também a Raul Barboza e Juan Falú; a nova geração representada pelo contrabaixista Mariano Otero e pelo pianista Ernesto Jodos, entre tantos outros. Ao final de uma semana, fiquei com o gosto de quero mais. Um bom palpite pode ser o festival de jazz que acontece pelas salas e parques na primavera de Buenos Aires. Mas, para orientar a quem se interesse pelo jazz argentino, listo abaixo uma pequena agenda, onde estão incluídos jazzclubs e alguns cds, distribuídos por gravadoras.
Pequena Agenda
Casas de Shows
1 – Thelonious Club
Salguero 1884 – 1º. Piso – Palermo
Tel: 4829-1562
www.theloniousclub.com.ar
2 – Notorious Bar
Av. Callao 966 - Centro - Buenos Aires
Tel: 4813-6888/4815-8473
www.notorious.com.ar
3 – Virasoro Bar
Guatemala 4328 - Palermo - Buenos Aires
4831-8918 - info@virasorobar.com.ar
www.virasorobar.com.ar
Cds / Gravadoras
1 – MDR Records
Av. Callao 964 - 6º "D" - C1023AAP - Buenos Aires
www.mdrrecords.com.ar
Ruben Bondoni – director
. Walter Malosetti – Palm
. Pablo Ziegler & Quique Sinesi – Buenos Aires Report
. Escalandrum – Visiones
. Manuel Ochoa – Manare
. Raul Barbosa – Dos orillas
. Banda Hermética – El calendário de los sonidos
. Manolo Juarez & Daniel Homer – Quarteto
. Ernesto Snajer – Despues de todo (em vivo)
. Altertango – Tormenta
. Beto Caletti - Tess
2 – Baú Records
. Rodrigo Dominguez – Tonal
. Mariano Otero - A Través
. Bárbara Togander - Lovemanual
. Fernando Tarrés - Perplexity
. Ramiro Flores – Flores
3 – Blue Art
Paraguay 727, 9 Piso, Oficina 8. S2000CVO Rosario, Argentina.
Tel.: Argentina: 0341 411 7929
Exterior: 00 54 341 4117929
Horacio Vargas / director:
www.blueart.com.ar
. Paula Schocron – Urbes
. Sued + Dominguez + Mandelman + Oberson – Amistad
. Ernesto Jodos – Solo
. Jorge Migoya – Casi solo(s)
. Mauri Sanchis – Good Vibes !!
4 – S Jazz
. Juan Cruz de Urquiza – De este lado
. Juan Cruz de Urquiza – Vigilia
. Pepi Taveira – BsAs Inferno
. Natalio Sued – Mirada Esquiva
. Mariano Otero – D Forma
Outros Cds
. Ale Demogli, Hill Greene & Oscar Giunta – 3:30
. Ernesto Jodos – Tristano/Konitz/Marsh/Bauer
. Jorge Cutello – Just in Time
. Norris, Verdinelli & Otero – Mes
. Oscar Edelstein & Raul Barboza – Dos Improptus
. Adrian Iaies – UnoDosTres
. Mariano Otero – Três
. Mariano Otero – Ca4tro".
Para os amigos, Gato Barbieri com Falsa Bahiana ( ).
20 comentários:
Toda dica do Garzon e sua valorosa “trupe” do informativo Clude de Jazz é bem vinda, mas “a cereja no bolo” ,sobre esse mesmo assunto, foi a magnífica resenha escrita por um dos seus colaboradores,Paulo César Nunes. O link pra mergulhar no jazz é na atmosfera portenha é http://www.clubedejazz.com.br/noticias/noticia.php?noticia_id=654. JL, por favor, confira que a de agosto já esta na cx.Abraço.Edú.
Falsa bahina, Bahia, Maria de Buenos Aires: Jazz de primeira! Muito bem, o sr. Roberto Scardua só pode estar brincando. Se argentino não é bom de futebol como diz o articulista, muito menos de jazz. Isso tudo é uma misturada de tango e rítimos latinos. Pelos títulos dos Cds pode-se ter uma idéia do que seja o tal "jazz argentino". Jazz???? Tenha paciência!
Jazzseen retorna das cinzas! Ave!
Gostei da nossa Falsa Bahiana incrementada por Gato Barbieri,Ron Carter, Lonnie Smith e Lennie White!
A Argentina tem muita coisa boa, mas é preciso conhecer o "caminho das pedras"...
Oba, matéria nova no Jazzseen!
Saudade...
Tenha dó!
Menino-pássaro pla primeira vez neste blog. Jazz argentino? é igual a samba norueguês.
MP
Grande Garzon. Grande Scárdua. Conheci alguns instrumentistas porteños e posso afirmar que eles tocam pra caramba. Jazz, inclusive.
Cumpanheru, esse disco do Gato Barbieri é o que há. Meu LP está tinindo de novo e veizincando ele rola. Que sonzaço. Abraço do Oleari.
Tem gosto p'ra tudo. Os puristas do jazz não suportam "essa coisa".
Incrível como algumas mentes estreitas não conseguem ver (leia-se ouvir) o que há de bom no jazz, essa liberdade de experimentar, de ousar. Continue assim Mr. Scardua, nós agradecemos.
Hum...Danilo Toli, o mente aberta...que sumidade, hein??!
Menino-Pássaro
Dorival Caymmi morreu.A música,independente de estilos,esta mais triste.Edú.
Sim. E o Rio com menos um baiano...
Lester lembrou bem, Dorival, assim como a maioria dos baianos famosos, moram no Rio. E, apesar de recomendarem uma visita (Você já foi à Bahia? Então vá.) os baianos gostam mesmo é de viver em Ipanema e no Leblon. Fala aí João Gilberto!
E estão certos:conhecem coisa melhor que morar em Ipanema ou Leblon?
Ao contrário do futebol(que é melhor do que o brasileiro: goleado de 3x0 com o tal do Ronaldinho gaúcho, o Miles Davis da Seleção,só fazendo presepada, jogando mesmo que é bom, nada. "Craque" inventado por Galvão Bueno),o famigerado "jazz Argentino" não está com nada.
Foi interessante re-ouvir G. Barbieri, mas...prefiro o véio e excelente tango argentino.O texto está ótimo.
Foi interessante re-ouvir G. Barbieri, mas...prefiro o véio e excelente tango argentino.O texto está ótimo.
E enquanto Predador se debate (entre fúria e desespero por ser brasileiro), vou ouvindo a trilha de "The Last Tango in Paris", by the cat Gato Barbieri.
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