Já faz alguns anos Jazzseen presta homenagem mensal às moças que tocam jazz. Julho de 2009 não poderia ser diferente. Em 2003 Hiromi Uehara lança seu primeiro álbum pela Telarc, Another Mind, vendendo 100.000 cópias apenas no Japão, sua terra natal, recebendo pelo trabalho o prêmio de melhor álbum de jazz do ano pela Recording Industry Association of Japan (RIAJ). Seu segundo álbum, Brain, foi ainda mais premiado. Em 2006, Hiromi ganha o Best Jazz Act do Boston Music Awards e o Rising Star do Guinness Jazz Festival. Não bastasse, as pequenas e delicadas mãos da japonesa recebem os prêmios de Jazzman of the Year, Pianist of the Year and Album of the Year pelo voto dos leitores do Swing Journal, tudo por causa de seu álbum Spiral, de 2006. E a jornada prossegue, muitas vezes ao lado de seu conjunto, o Sonic Bloom, como nos álbuns de 2007 e 2008, Time Control e Beyond Standard. Hiromi nasceu em 1979, na cidade de Shizuoka, começando a estudar o piano aos seis anos mediante método inusitado, onde técnica e intuição musicais eram igualmente respeitadas. Sua professora costumava atribuir cores às dinâmicas, como o 'toque azul' para o sutil e o 'toque vermelho' para o apaixonado. Em menos de um ano, já estava na Yamaha School of Music e, a partir dos doze anos de idade, já tocava em público, inclusive acompanhando algumas orquestras, como a Czech Philharmonic. Atraída pela música clássica e pelo jazz, sai da adolescência com o pé direito quando, aos dezessete anos, encontra Chick Corea em Tokyo e tem a oportunidade de tocar para ele. Após ouvi-la, Corea pergunta se estaria disponível no dia seguinte. Respondendo que sim, foi convidada a participar da apresentação do pianista, sobindo ao palco e improvisando alguns temas com o cordial pianista. Após produzir alguns jingles para empresas japonesas, como a Nissan, Hiromi parte para os EUA, ingressando no Berklee College of Music, em Boston, encontrando um rico e diversificado ambiente musical, onde jazz, rock e música clássica eram tratados lado a lado, sem fronteiras ou preconceitos. Entre seus professores consta o baixista Richard Evans, que lhe ensina arranjo e orquestração e, entre seus incentivadores, o pianista Ahmad Jamal, uma de suas muitas influências. Apreciadora de Bach, Oscar Peterson, Franz Liszt, Sly and the Family Stone, Dream Theatre and King Crimson, Hiromi não tem se preocupado em rotular seu estilo, atividade que tem deixado a cargo do público e dos críticos. Para os amigos, deixo a faixa Softly As in A Morning Sunrise , interpretada ao vivo durante sua apresentação no Berklee Center, em 2009. Transmitida pela FM, a gravação completa do show pode ser obtida no excelente blog Jazz Boot Experiment.
17 comentários:
Hiromi está "quebrando tudo" ao lado do baterista Lenny White no cd q repousa já por uma semana em meu player: Jazz in the Garden do contrabaxista Stanley Clarke, particularmente na faixa Wrong Notes. O cd, caso típico daqueles q melhora após freqüentes audições é o único trabalho completamente acústico e jazzístico de Clarke.Nele a pianista demonstra amplitude e facilidade de recursos e estilos q apreciam desde um tema de Miles Davis como da banda pop Red Hot and Chilli Peppers.Corea já havia adotado “anteriormente” outro pianista nipônico.Makoto Ozone foi reverenciado por Corea na sua conclusão pública de curso na própria Berklee quando tocou para uma platéia composta por Chick e uma comissão de mestres da escola o tema La Fiesta de Corea.Ao final da execução, no cumprimento à Ozone, proferiu :" vc descobriu nuances em minha música q até mesmo eu desconhecia".Makoto foi agraciado na Berklee com o titulo de doutor honoris causa em 2007 com pouco mais de 40 anos de idade.
Edú,
Fiquei curioso quanto ao trabalho de Clarke. Eu gostava bastante do seu som elétrico, mas não tenho dedicado tempo aos seus trabalhos. Gostaria de ouvi-lo totalmente acústico.
Lester,
Bom post para o dia internacional do orgasmo.
guitarra sinistra
Lá esta, há uns dias falava de Roberto Fonseca y de ella (de la que hablé el año pasado)... Os seus dvaneios com otras musicas é que me causam alguma intranquilidade, como aquela versão (com o Stanley Clarke) do Under the Bridge, que é uma musica que NÃO PODE ser jazz, devido a pobreza tonal da mesma (não é que eu não goste, mas é pobre...
master,lester,
há por essas plagas distantes uma tradição jazzística(não é preciso explicitar,certo?)
qualquer cidadão japonês,além de alfafetizado(estudo obrigatório até o ensino médio)tem experiência tanto no colégio qto em aulas particulares com música.
nunca assisti a nenhuma performance da pianista,apenas dvd e cd...mas,ela sempre se apresenta com um visual 'futurista' e extravagante(próprio da geração jovem nativa)...e toca pacas,mesmo...virtuose.
é isso aí,
tem outros pianistas mais veteranos, como o ozone-san(que já assisti no blue note tokyo).
e curioso,que pro japa bossanova também é classificada por jazz(tanto que frequentemente me apresento nesses lives houses afins).
amplexossonoros
Depois do que disseram Edú, Salsa, Eduardo e Pituco, será preciso dizer mais alguma coisa?? Jazz ??? Vá catar "coquinhos" na praia de Itaparica Mr.Lester!
Itaparica continua linda, com suas areias grossas e escuras que, nos calos mais incautos que os anos trazem, agarram-se firmemente. O mar, sim, o mar de um verde garrafal, sacoleja-se em espirais como num quadro de Pollock, arrastando para o fundo mineiros embriagados.
Faz quinze anos observo suas curvas, sem coragem de solicitar-lhe os préstimos.
Grande abraço a todos os amigos, JL.
Mr. Lester, percebo que já está completamente recuperado do acidente. Fico contente com a sua volta ao batente (sem trocadilhos infames, por favor).
Mr. Edú,
De fato o senhor está coberto de razão - o Jazz at The Garden é daqueles discos que melhoram consideravelmente a cada audição. 3 Wrong Notes é fantástica e a Hiromi é fabulosa.
Take The Coltrane e Someday My Prince Will Come também são ótimas.
Grande escolha, Mr. Lester. E Itaparica é linda - atreva-se, pois!!!
Grande abraço a todos.
Prefiro catar coquinho em Búzios...
Beijos!
Amigo Lester, gostei da postagem.
Fui lá no blog indicado e lá encontrei muita coisa boa, mas não achei nenhum link para baixar o show.
Dá uma dica.
Hiromi é fantástica! Ela é um bom exemplo de como inovar sem distanciar de todo da tradição!
Por esses dias deixarei lá no Farofa uma faixa onde ela arrebenta em duo com Chick Corea: Duets é o nome do disco! Confiram: é de 2009!
Abraços!
Prezado Olney, como vai?
Os links para download no Jazz Boot Experiment ficam nos comentários, como em muitos outros blogs do gênero.
No caso específico de nossa postagem, o endereço para download é: http://lix.in/-3ee0aa e a senha é fenderjazz, conforme consta do primeiro comentário da postagem sobre Hiromi, aqui: http://jazzbootexperiment.blogspot.com/2009/01/hiromis-sonicbloom-berklee-centre.html
Qualquer coisa, posso enviar o arquivo para você.
Grande abraço, JL
Mr Lester,
alguma coisa acontece que não consigo ativar esse player com a pianista japonessa e nem os tres deixados no post sobre Harold Mabern. Os mais abaixo estão OK. Misterios da internet.
Quero começar a semana dizendo com todas as letras que sou grande admirador do Jazzseen,do Sr e de toda a equipe, destacando meu irmão caçula Edú. Aqui o jazz esta vivo,vivissimo. E me sinto muito bem recebido e acolhido no Jazzseen mesmo sendo, digamos,veemente em excesso as vezes,um chato em portugues claro.
Com respeito,admiração e carinho,
um abraço.
Coisa boa um post assim como o do Tandeta, expressão de carinho...
Bom para começo do dia!
E a resenha, muito boa...a faixa, sensaciolnal!
A radiola está funcionando direitinho!
Prezados amigos, infelizmente a democracia não permite que todos ouçam nosso player adequadamente - só quem utiliza o navegador Internet Explorer e o sistema operacional windows parece não ter problemas.
Tentarei, como sempre, encontrar um player que funcione adequadamente em outros navegadores e sistemas operacionais.
Um grande abraço atodos, em especial a Mr. Tandeta que, ao que tudo indica, acordou inspirado e de bom-humor. JL
Como dizia Senor Abravanel (para os intimos SS - nunca o conheci pessoalmente e jamais fui e serei, creio - de sua intimidade mesmo ambos judeus)na abertura do áureos tempos do Show de Calouros : "O André Tandeta é coisa nossa".O Tandeta sempre exala bom humor.A música inspira suficientemente o bastante pra isso.
Mr. Lester e Edú,
as vezes o humor oscila,é inevitavel. Mas como diz o sabio Edú a musica é o que faz a diferença. Querendo me ver contente me ponha atras de uma bateria,não importa tocando o que ou com quem. Felizmente tanto o "que" quanto o "quem" tem sido da melhor qualidade. Oh sorte!
Quanto a inspiração , um dos lugares onde venho busca-la é aqui,no Jazzseen,onde ela nunca "nega trunfo",como dizia o saudoso Mestre Marçal.
Abraço
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