04/10/2009

Clube do Jazz

Em nome da memória de Casé, saxofonista e gênio - Nessa entrevista concedida a Gustavo Kalil para o site Clube de Jazz, o jornalista e músico Fernando Lichti Barros nos conta sobre o seu trabalho em torno da preservação da memória de José Ferreira Godinho, o Casé. Gustavo Kalil - Conte um pouco sobre sua formação musical. Fernando Barros - Sou de uma família musical. O pessoal se reunia em casa e mandava bala: meu pai no piano, meus tios na sanfona, no pandeiro, na gaita. Dos seis aos dez anos estudei sanfona. Enquanto isso ia ouvindo o que caia na minha mão, numa época em que informação não andava, como agora, dando sopa por aí. Sou de 1953. Fazer um interurbano era dificílimo, as estradas eram péssimas, a televisão ainda não chegava lá. Para ouvir música, só se fosse no rádio, nos discos ou nos bailes. GK – E o jazz, quando é que ele apareceu na sua vida?FB - O jazz veio pelo rádio, pelo disco, pelo cinema, pela influência americana se esparramando no pós-guerra, pelo piano do meu pai, que tocava uns standards. Ele gostava muito de fox-trot. Nas festas familiares, regadas a hectolitros de vinho, meus tios paulistanos dançavam charleston. Duke Ellington, Cole Porter, Armstrong, essa turma toda tava no ar. E jazz, quando eu era criança, ainda era sinônimo de orquestra. Isso você vê nos livros em que o Érico Veríssimo retrata a década de 30. Não tive a sorte do filho dele, o Luis Fernando, com quem eu toco, de ver o Charlie Parker de perto. Leia a entrevista na íntegra aqui.