Nascido em família de origem mexicana no dia 15 de agosto de 1954, em Abilene, Texas, Dennis Gonzáles passou a infância em Mercedes, no mesmo estado. Embora tenha iniciado a carreira tocando no contexto Hard Bop, em 1976 fixa-se em Dallas, onde funda o DAAGNIM - Dallas Association for Avant Garde and Neo Impressionistic Music, promovendo uma música mais ligada ao Free Jazz, estilo pouco apreciado pelos músicos da região, fato que o leva a gravar seu primeiro álbum, Air Light, sozinho, na sala de sua casa, tocando todos os instrumentos. Auxiliado por John Purcell, Dennis alcança alguma notoriedade, gravando uma série de álbuns com suas próprias composições, alguns como líder e outros ao lado de Charles Brackeen. Tentando estruturar a nova música feita em Dallas com o resto do país, Dennis estabelece fortes laços com diversas cidades, sobretudo New Orleans, Los Angeles e Chicago, onde mantém estreita colaboração com os membros da respeitada AACM. Reconhecido internacionalmente por seu trabalho, Dennis tem trabalhado também na Inglaterra com músicos como Keith Tippett, Elton Dean e Louis Moholo, e na Alemanha, onde gravou diversos álbuns para o selo Konnex ao lado de gente como Andrew Cyrille, Alex Cline e Carlos Ward.
Formado em francês, jornalismo e música, Dennis demonstra competência também em artes visuais, linguística, literatura, docência e atuando como disc jockey. Instrumentista com pleno domínio de seu instrumento, Dennis circula em torno das contribuições musicais latinas e africanas, sempre com centro em suas influências da infância e adolescência, com destaque para os hinos da Igreja Batista, constantemente revisitados em suas composições. Com sua sonoridade aconchegante, contrastando com seu fraseado quase sempre curto e ríspido, o trompete de Dennis vem demonstrando que o Free Jazz e o Avant Garde Jazz podem evoluir sem abrir mão da beleza. Para os amigos, deixo a faixa Tranquilidad Alborotadora, retirada do álbum Cape of Storms, gravado em 2010 para o selo Ayler Records. Com Dennis estão Aaron González (b), Louis Moholo (d, v), Stephan González (vib, perc) e Tim Green (ts). É.
5 comentários:
Qual o lema desse blog? Pelo que sei é "JAZZ, VINHO E LIVROS FINOS COM LETRAS GRANDES". Esse "troço" que foi objeto de sua postagem não se enquadra em nenhuma das categorias do blog. Se o gato de Garibaldi Magalhães ouvisse as músicas "dessa coisa" chamada Cape of Storms, certamente se atiraria pela janala do apartamento (décimo segundo andar). Dizer que .."free jazz e avant garde jazz podem evoluir sem abrir mão da beleza"...é uma verdadeira heresia. Beleza??? que beleza pode-se retirar de uma mùsica "estrambelada" igual a essa?? E, por favor, não acrescente a palavra JAZZ a esse tipo de música, pois é uma tremenda inconsistência. Como diria Lester: mr.Bravante, vá catar coquinhos!
Prezado Predador, quando vier à Andaluzia, não se esqueça de ouvir free jazz acompanhado de um bom jerez. Encontrarás a tal beleza com facilidade!
Ouvi, com sacrifício, a faixa toda!
Cate os coquinhos e leve para beeeem longe, Mr. Bravante...
Não é tb o meu estilo preferido... E, afinal, qual instrumento ele toca nesta faixa?
Trompete né! Esse Olney...
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