19/05/2006

prêt à Porter II





Cole Porter escrevia para musicais da Broadway cujos arranjos normalmente não me apetecem (são muito conjugados ao cenário e à cena dramatizada - pode ser interessante assistir/ouvir num teatro). Prefiro ouvir as versões do palco jazzístico ou feitas para tocar no rádio, como é o caso da série songbook gravada por Ella Fitzgerald. A diva, como não poderia ser de outro modo, está muito bem: a sua voz e a orquestração são garantias de momentos prazerosos (embora eu sinta falta de um pouco daquela ironia que falei no outro comentário; acho até que, nesse sentido, Billie Holiday trafega melhor). Outra voz feminina (com uma boa dose de sensualidade a mais) que gravou canções de Porter foi a bela Julie London, acompanhada pelo grupo de Bud Shank (fato que engrandece, e muito, o esforço da menina) - o disco que eu tenho é uma coletânea chamada Julie London sings Cole Porter (o disco com Bud está todo lá). Passando pro lado instrumental, um bom disco é o gravado por Oscar Peterson: aí, sim, nós podemos ouvir a potencialidade dos temas de Porter. Os dedos do pianista conseguem extrair toda a alegria e mais um pouco das músicas do inesquecível compositor. O bom e velho jazz, isso sim. Para finalizar, não é que eu achei um disco que eu não tenho a mínima idéia como foi parar na minha discoteca? Trata-se do violinista Grapelli. Em primeiro lugar: eu não gosto de violino no jazz (parece uma muriçoca no cio). Enfim, ele toca os temas de Porter, fato que o redime e, nesse caso, parece que o espírito do finado compositor baixou, saravou e ciceroneou os dedos e o arco do jazzista europeu. Vale a conferida.



15 comentários:

Anônimo disse...

Julie London era um tesão de mulher. Casou com um ricaço e presto! Iniciou outra carreira.

Anônimo disse...

Era mesmo...Linda!

Anônimo disse...

O disco do Peterson Trio é uma pérola. Acertou como a elegância de Porter. Agora o Julie London, se você reparar, parece que foi feito em dois mundos:os arranjos são de Russ Freeman, que também é o pianista, e ainda tem o Joe Pass , Monty Budwig e Colin Bayle. Engraçado que eles estão num clima "speed" bem wets coast e ela parece que canta deitada na cama, bocejando. Mas tudo que se refere a Porter, é bom. Suas canções superam qualquer coisa, até rém-rém-rém do Grapelli.
Salsa, Porter é pai.
PS: So In Love é masterpiece.

Anônimo disse...

Em Tempo, Salsa: um pedaço do disco da Julie London é com Jimmy Rowlles, Barney Kessel e uns anônimos, não os anônimos do Jazzseen

Anônimo disse...

Em Tempo, Salsa: um pedaço do disco da Julie London é com Jimmy Rowlles, Barney Kessel e uns anônimos, não os anônimos do Jazzseen

Anônimo disse...

It doesn't get much better than this, either for the recording career of Julie London or the whole concept of a vocalist doing standards with a good jazz combo providing backup. Listeners who like these sorts of songs but don't enjoy the over-arranged sounds of studio big bands and orchestras will no doubt take an immediate liking to having players such as Joe Pass and the terrific drummer Colin Bailey swinging away instead. Most of the room is left to London, who is in great form here. It is a tribute to Cole Porter, who wrote enough good songs for at least five albums such as this. The ten songs chosen run the gamut from the most familiar to a bit less, although most of this composer's work has received memorable outings via the vocal pipes of one saloon singer or another. Bud Shank does his Stan Getz thing, nicely pumped up. Greatly aided by a superb studio sound and mix, London really does convincing interpretations of these songs. In fact, she may be too convincing, and one might wind up packing one's bags as she eases into the first chorus of "Get out of Town." Some hilarious outtakes from this session, in which the elegant songstress breaks form and bursts into swearing, have circulated among collectors for years.

Anônimo disse...

Bem que podia estar bocejando gostosamente antes do café da manhã, após uma longa noite so in love,ao meu lado, para começarmos tudo de novo.

Anônimo disse...

Observem a capa do disco de Ella, aquela olhada é para Julie? A branquela era gostosa, mas cantar mesmo é com Ella. Dos discos apresentados, o melhor, sem dúvida, é o de Oscar peterson.

Anônimo disse...

Salsa:
quando se trata de músicas de Cole Porter, tudo é show, tudo rola fácil, como uma oração. Tom Jobim é mais ou menos assim. Peterson, Grapelli, Julie, eu, tu, Ella...
Eu soube, nas esquinas onde rolam musiquetas e musiquins de incontestável qualidade, que o Pentatônico Salsa vai fazer um show/ espetáculo/evento tecendo a obra de Cole Porter. Este Cretino apóia. Porter neles.

Anônimo disse...

Gostaria muito, mas não é fácil, não. Sabes que em Mictória fica difícl investir em ensaios: os donos de bares detestam pagar aos músicos.

Anônimo disse...

Pelo número de resenhas verificamos que o sucesso gigantesco do blog se deve à presença maciça de sexagenários saudosos ... Viva a safena !!!

Anônimo disse...

Dizem que o forte de Cole era a retaguarda ... Será talvez daí tão profunda identificação ?

Anônimo disse...

Petrônio, o guloso? Lembro, sim. Fazia show de engolidor de espada próximo à terceira ponte.

Anônimo disse...

Viva Roma !

Anônimo disse...

O comentarista se encantou pelas tetas da cantora - sinal que tem bom gosto. London era gostosa, mas como cantora....