
Às vezes a gente encontra respostas para alguns mistérios da vida. Recentemente entendi porque o deputado capixaba Marcelino Fraga gastava tanto dinheiro com gasolina (lembram-se do barraco no início deste ano?): o cara havia comprado um monte de ambulâncias... Mas existem outros que ainda são difíceis de responder. Um exemplo é o relacionado aos músicos: Por que alguns tocam com a maior facilidade e outros passam a vida inteira chafurdando no meio de escalas e métodos e não conseguem tocar e, muito menos, produzir "aquele" som que inevitavelmente nos domina quando o ouvimos? Existem também aqueles que possuem uma técnica descomunal mas, diabos, o som, o som, "aquele" som, não pinta. Acredito eu que a tal idealizada nota azul é efetivamente o sopro de deus, o toque das musas, que algumas almas privilegiadas têm a capacidade de traduzir para nossos ouvidos mortais. Ainda bem que eles existem e, melhor ainda, nesse exato momento estou ouvindo alguns deles que, reunidos, nos legaram alguns momentos especiais. Ouço
Buddy Rich e
Harry "Sweets" Edison acompanhados luxuosamente por
Jimmy Rowles ao piano,
Barney Kessel à guitarra e
John Simmons ao baixo (sempre comportado). O disco foi gravado em pleno
1955 e contém sete faixas embriagantes. A primeira-
Yellow Rose of Brooklin - fica como cartão de apresentação do grande baterista
Buddy, que faz um solo extenso (nas outras faixas ouve-se esse mestre da condução destilar sutileza e vibração).
Rich mostra que o bom baterista não precisa (como diz o mestre
Reinaldo) ficar o tempo inteiro lançando bombas: ele sabe quando deve mandar a porrada e quando deve conduzir a parada com mais sobriedade; e isso vocês poderão constatar nesse cd. O trompete de
Edison, como sempre, está escancarado e pronto para quebrar o gelo do ambiente. O que dizer
Kessel? Seu fraseado límpido, seu swing e sua capacidade de harmonização são inquestionáveis. Eu deixarei a faixa
You're Getting To Be A Habit With Me no
Gramophone by Salsa. A razão é simples: o Bolt resolveu implicar com as faixas muito grandes. De qualquer modo, é uma bela balada e o grupo mostra um serviço de primeira. A outra faixa que também poderá ser ouvida,
Now's the time, é pra levantar o astral.
5 comentários:
muito bom! como baterista(insipiente) agradeço...
... só que fui lá no "gramophone" e não encontrei as faixas citadas.
Tá difícil para fazer o upload. Aguarde.
Não seria Jimmy Rowles? Sei lá, não entendo nada de jazz.
É ele mesmo: Jimmy Rowles.
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