18/08/2006

Buddy & Sweets

Às vezes a gente encontra respostas para alguns mistérios da vida. Recentemente entendi porque o deputado capixaba Marcelino Fraga gastava tanto dinheiro com gasolina (lembram-se do barraco no início deste ano?): o cara havia comprado um monte de ambulâncias... Mas existem outros que ainda são difíceis de responder. Um exemplo é o relacionado aos músicos: Por que alguns tocam com a maior facilidade e outros passam a vida inteira chafurdando no meio de escalas e métodos e não conseguem tocar e, muito menos, produzir "aquele" som que inevitavelmente nos domina quando o ouvimos? Existem também aqueles que possuem uma técnica descomunal mas, diabos, o som, o som, "aquele" som, não pinta. Acredito eu que a tal idealizada nota azul é efetivamente o sopro de deus, o toque das musas, que algumas almas privilegiadas têm a capacidade de traduzir para nossos ouvidos mortais. Ainda bem que eles existem e, melhor ainda, nesse exato momento estou ouvindo alguns deles que, reunidos, nos legaram alguns momentos especiais. Ouço Buddy Rich e Harry "Sweets" Edison acompanhados luxuosamente por Jimmy Rowles ao piano, Barney Kessel à guitarra e John Simmons ao baixo (sempre comportado). O disco foi gravado em pleno 1955 e contém sete faixas embriagantes. A primeira- Yellow Rose of Brooklin - fica como cartão de apresentação do grande baterista Buddy, que faz um solo extenso (nas outras faixas ouve-se esse mestre da condução destilar sutileza e vibração). Rich mostra que o bom baterista não precisa (como diz o mestre Reinaldo) ficar o tempo inteiro lançando bombas: ele sabe quando deve mandar a porrada e quando deve conduzir a parada com mais sobriedade; e isso vocês poderão constatar nesse cd. O trompete de Edison, como sempre, está escancarado e pronto para quebrar o gelo do ambiente. O que dizer Kessel? Seu fraseado límpido, seu swing e sua capacidade de harmonização são inquestionáveis. Eu deixarei a faixa You're Getting To Be A Habit With Me no Gramophone by Salsa. A razão é simples: o Bolt resolveu implicar com as faixas muito grandes. De qualquer modo, é uma bela balada e o grupo mostra um serviço de primeira. A outra faixa que também poderá ser ouvida, Now's the time, é pra levantar o astral.

5 comentários:

Anônimo disse...

muito bom! como baterista(insipiente) agradeço...

Anônimo disse...

... só que fui lá no "gramophone" e não encontrei as faixas citadas.

Salsa disse...

Tá difícil para fazer o upload. Aguarde.

Anônimo disse...

Não seria Jimmy Rowles? Sei lá, não entendo nada de jazz.

Salsa disse...

É ele mesmo: Jimmy Rowles.