Acabo de retornar de uma turnê ao lado dos Rolling Stones Cover pelo interior do Espírito Santo. É o tal lado escuro da lua. Agora, 00:33 da segunda-feira, recém acordado do nocaute técnico, ainda zonzo da pauleira da madrugada de sábado, consulto a minha correspondência e lá está: quadradinho e redondinho à espera da primeira audição: Freddie Hubbard & Oscar Peterson - Face to Face. O disco foi gravado em maio de 1982 e conta com a participação de Joe Pass, Niels-Henning Pedersen e Martin Drew. O que dizer sobre esses músicos? O trompetista Hubbard tem uma história já amalgamada ao jazz e é uma das referências para os jovens músicos: o timbre do seu instrumento privilegia o registro mais grave e sem arestas (um som encorpado que pode ser confundido com um flueghelhorn). Oscar, então, é parte do próprio piano. De fato, o disco é a somatória do trio de Oscar Peterson mais Hubbard e o baterista Drew, consolidando um ótimo combo. O resultado final, à primeira audição (sabemos que a nossa sensibilidade pode alterar após algum tempo: por isso a importância da impressão imediata e, no mais rigoroso método científico, as subsequentes observações do experimento), bem, como eu digitava: a primeira impressão é de uma jam agradável. A primeira faixa, All blues, inicia com uma improvisação que anuncia uma boa sessão que, enfim, é concretizada. Os músicos estão todos lá, com seus intrumentos e brincando honestamente, mas senti a falta de um quê de embriaguês em boa parte do disco (pode ser um reflexo da minha noitada de rock'nroll). Uma garrafinha de bourbon poderia resolver o problema. O disco é encerrado por uma faixa pauleira pura: Tippin'. É aquilo que a gente pode chamar de um grande final e que, agora, enquando encerro o texto, força-me a ouvir mais uma vez todo o disco. Deixarei essa no Gramophone by Salsa.
10 comentários:
Eu vi e ouvi o Salsa no encontro de motoqueiros. A apresentação foi muito boa.
Estorinha estranha essa. Drogas, jazz e rock&roll em Colatina ? Só o ronco das motocicletas para acompanhar esse som:ninguém precisa ouvir nada !Fiquei.....
E o hubbard, alguém ouviu?
...é, do principal assunto do post (o jazz) ninguém falou ainda... um timaço desses só pode fazer coisa muito boa!!!
Salsa
Não ligue para as observações do Cretino R R Coimbra de Creta, que foi internado alguns anos no Marista de Colatina e deve ter sido estrupado na carne, e estuporado no espírito, muitas e muitas vezes.
Agora vem a pergunta idiota: é mais fácil você mandar pra mim as cinco faixas do disco por e-mail (achiame@terra.com.br),
ou aparecer com uma cópia lá no clube na 3ª?
Mas que singelo comentário, mr Ahmed...
Mas esse tal de Antonio Moraes não sabe português, não? Quem foi "estrupado", o tal Cretino de Creta ou a língua portuguesa? Caraca! E de jazz ninguém fala, né? Encontro de motoqueiro parece congresso de hippie: cachaça, chulé e cecê...
Ai, ai,... e o Hubbard, gente? Alguém ouviu?
Salsa,
Weaver of Dreams, faixa 3 do disco de Peterson e Hubbard, foi um dos temas (acho que o último deles: o único de que me lembro) do programa Momento do Jazz, da velha Universitária (a Rádia, como se diz lá no clube), que durou de 1989 a 1996, por aí, sete anos de ralação pela nobre causa do jazz, na transição do lp pro cd.
É um disco muito agradável de ouvir, e é o que estou fazendo agora.
Pelo que ouvi dizer, Freddie Hubbard se integrou muito bem também com Count Basie em outra sessão, também para a Pablo, salvo engano.
Peterson tem uma série de duetos interessantes com trompetistas. Meu predileto é com Jon Faddis. Em breve, resenharei o dito cujo para os sedentos argonautas. E o Hubbard? Alguém já ouviu? rs.
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