A vida é assim, a gente mal descobre uma fonte de inspiração e, pimba!, lá vai ela embora. Moacir Santos, o Maestro, foi escalado por Deus para animar a festa no paraíso. Re-edito, agora, um texto que publiquei no final de julho sobre esse tótem da música brasileira:
Às vezes descubro-me como sinal da indigência da cultura local (um entre outros, of course). Explico-me: Só em 2002, quase quarenta anos depois do êxodo do camarada, fiquei sabendo da existência do excepcional músico Moacir Santos. Foi nesse ano que eu encontrei o disco Ouro negro por um preço, à época, bastante acessível (uma bela produção em homenagem ao pernambucano, patrocinada pela Petrobrás - enfim, restou-me a dúvida: se o título do disco era uma homenagem ao Moacir ou à Petrobrás). Um colega mais rodado (creio que foi o Acir, do blog contraovento) falou-me do disco Coisas que, catapultado pela homenagem, havia sido relançado e eu rapidamente dei um jeito de adquiri-lo. Recentemente, outro festejado lançamento: Choros & alegrias, que, agora, soa como uma doce despedida deixada pelo mestre. Segundo consta nos seus dados biográficos, parece que o camarada respirou música desde o seu nascimento. Como sempre acontece, o nordestino rapidamente conquistou o sudeste (deu aula pra deus e pro mundo), fez trilhas sonoras para filmes laureados e, por fim, picou a mula pra estranginávia, destino de boa parte dos nossos grandes músicos. E foi lá fora que ele gravou um disco impressionante (mantém uma sonoridade híbrida, fruto dos trópicos e do canibalismo daquelas tribos que povoavam a sua região natal acrescido da técnica erudita e do jazz ianque): Maestro, lançado pela Blue note em 1972. Um monte de músicos se alternaram na gravação das faixas (Frank Rosolino, Joe Pass, Clare Fischer, Sheyla Wilkinson [que divide os vocais com o vozeirão de Moacir em Nanã] e por aí vai - a ficha técnica não dá o nome de todos que participaram das gravações). Como de praxe, deixarei algumas faixas (dos discos que possuo) no Gramophone by Salsa.
4 comentários:
Eu conheci o maestro em 1994, assistindo a um programa na TVE. Tenho a gravação da coisa em VHS. Vou tentar colocar no You Tube e disponibilizar para os amigos navegantes.
Salsa, não to conseguindo ouvir as faixas do Moacir!!!
Agora está rolando. São sete faixas, uma para cada dia da semana.
Paraíso é um pedacinho do céu descrito por Moacir. Beleza.
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